Agentes deixam viaturas da PRF de costas para as rodovias no RS. O posto com maior número de adesão de agentes foi o de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, segundo o sindicato da categoria
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No posto de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, as viaturas ficaram de costas para a via Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Os policiais rodoviários federais realizaram na manhã desta sexta-feira novo protesto em postos do Rio Grande do Sul. Como ocorreu na quinta-feira em Pelotas, os agentes viraram as viaturas de costas para as rodovias. O posto com maior número de adesão de agentes foi o de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, segundo o sindicato da categoria. Os policiais garantiram que o trânsito não foi interrompido nas vias.
— É um pedido de socorro ao governo, que não tem atendido nossas reivindicações —- explica presidente do sindicato da categoria, Francisco Dalla Valle Von Kossel.
A manifestação também foi organizada no posto de Porto Alegre. A principal crítica, segundo o agente Joel Vaz, é o número reduzido de policiais nos postos da PRF. A unidade da capital gaúcha, localizada no km 98 da BR-290, tem apenas seis profissionais para atender a ocorrências em um trecho de 60 quilômetros de extensão.
— Nós decidimos virar as viaturas de costas para as rodovias porque o governo está negociando de costas, não está tendo um dioalogo aberto — explicou Joel Vaz.
Os servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF), bem como os da Receita Federal e da Polícia Federal, recusaram na quinta-feira o reajuste salarial de 15,8%, proposto pelo Ministério do Planejamento.
Diante do que considera um motim de setores do funcionalismo público, a presidente Dilma Rousseff está disposta a demitir os servidores que cometerem abusos durante a onda de greves que se estende pelo país.
Além das punições e do corte do ponto de mais de 11 mil servidores, o Planalto trabalha em uma lei para normatizar as paralisações no setor público. Um dos pontos mais controversos do texto em elaboração na Secretaria Geral da Presidência prevê a proibição de greve aos servidores que trabalham armados.
Segundo o sindicato dos policiais rodoviários federais, dos 42 postos distribuídos pelo Estado, quatro encontram-se fechados (Terra de Areia, Gravataí, Eldorado do Sul e São Marcos) e dois funcionam parcialmente (Alegrete e Lagoa Vermelha) devido à defasagem do efetivo.
A greve dos policiais, iniciada no dia 16 de agosto, acompanha a de servidores administrativos da instituição, que começou no dia 2 de julho.
Desde o início da greve, apenas acidentes com vítimas e flagrantes estão sendo atendidos normalmente pelos policiais, e serão atendidos mesmo durante manifestações como a de hoje, garantiu Von Kossel.
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