ZERO HORA ONLINE, 24/08/2012 | 09h00
Agentes deixam viaturas da PRF de costas para as rodovias no RS. O posto com maior número de adesão de agentes foi o de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, segundo o sindicato da categoria
No posto de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, as viaturas ficaram de costas para a via Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Os policiais rodoviários federais realizaram na manhã desta sexta-feira novo protesto em postos do Rio Grande do Sul. Como ocorreu na quinta-feira em Pelotas, os agentes viraram as viaturas de costas para as rodovias. O posto com maior número de adesão de agentes foi o de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, segundo o sindicato da categoria. Os policiais garantiram que o trânsito não foi interrompido nas vias.
— É um pedido de socorro ao governo, que não tem atendido nossas reivindicações —- explica presidente do sindicato da categoria, Francisco Dalla Valle Von Kossel.
A manifestação também foi organizada no posto de Porto Alegre. A principal crítica, segundo o agente Joel Vaz, é o número reduzido de policiais nos postos da PRF. A unidade da capital gaúcha, localizada no km 98 da BR-290, tem apenas seis profissionais para atender a ocorrências em um trecho de 60 quilômetros de extensão.
— Nós decidimos virar as viaturas de costas para as rodovias porque o governo está negociando de costas, não está tendo um dioalogo aberto — explicou Joel Vaz.
Os servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF), bem como os da Receita Federal e da Polícia Federal, recusaram na quinta-feira o reajuste salarial de 15,8%, proposto pelo Ministério do Planejamento.
Diante do que considera um motim de setores do funcionalismo público, a presidente Dilma Rousseff está disposta a demitir os servidores que cometerem abusos durante a onda de greves que se estende pelo país.
Além das punições e do corte do ponto de mais de 11 mil servidores, o Planalto trabalha em uma lei para normatizar as paralisações no setor público. Um dos pontos mais controversos do texto em elaboração na Secretaria Geral da Presidência prevê a proibição de greve aos servidores que trabalham armados.
Segundo o sindicato dos policiais rodoviários federais, dos 42 postos distribuídos pelo Estado, quatro encontram-se fechados (Terra de Areia, Gravataí, Eldorado do Sul e São Marcos) e dois funcionam parcialmente (Alegrete e Lagoa Vermelha) devido à defasagem do efetivo.
A greve dos policiais, iniciada no dia 16 de agosto, acompanha a de servidores administrativos da instituição, que começou no dia 2 de julho.
Desde o início da greve, apenas acidentes com vítimas e flagrantes estão sendo atendidos normalmente pelos policiais, e serão atendidos mesmo durante manifestações como a de hoje, garantiu Von Kossel.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
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