ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sábado, 14 de maio de 2011

A SUTILEZA DO ESTRESSE E A AVALANCHE DE ATIVIDADE DIÁRIAS, PROBLEMAS E PRESÕES

A sutileza do estresse. Uma psicóloga, um psiquiatra e um lama budista esclarecem num livro como esse mal moderno toma conta do corpo e o que fazer para lutar contra ele. Rodrigo Cardoso - REVISTA ISTO É, N° Edição: 2166 | 13.Mai.11

Ele é uma ameaça silenciosa, travestido de hábitos aparentemente inofensivos, que costuma chegar sorrateiramente. Em doses controladas, não faz mal. A questão é que a avalanche de atividades diárias, os problemas e pressões em série fazem as pessoas se sentirem permanentemente ameaçadas e em estado de alerta – está aberta a porta para o estresse crônico, um dos grandes males do século XXI. Resultado de conversas entre a psicóloga Bel Cesar, o psiquiatra Sergio Klepacz e o lama budista Michel Rinpoche, “O sutil desequilíbrio do estresse”, lançado na terça-feira 10, aju­da a identificar e a buscar soluções para o estresse crônico. Aos 54 anos, 20 dedicados à prática da psicologia em consultório, Bel falou à ISTOÉ sobre esse agente desencadeador da depressão, que, em 2020, segundo a Organização Mundial da Saúde, será a principal causa de incapacidade no mundo.

ISTOÉ – Qual a importância da parceria entre psiquiatra e psicólogo no tratamento do estresse crônico?
Bel Cesar – Uma pessoa estressada é como um carro sem gasolina que quer subir uma ladeira. Nessa situação, o psiquiatra deve ser a oficina autorizada e o psicólogo, o instrutor de direção, que ensina a guiar e mostra o caminho. Só que não adianta saber dirigir e conhecer o rumo se o carro não funcionar. O carro é o estado do corpo e da mente. Mas também não resolve ter um carro bom se a pessoa não se conhece e, consequentemente, não sabe para onde seguir. Hoje estamos forçando os nossos motores. Então, na conversa que tenho com o psiquiatra Sergio Klepacz, elaboramos a importância do autoconhecimento e do equilíbrio bioquímico diante do estresse.

ISTOÉ – Como isso acontece?
Bel – Houve um aceleramento do quanto a gente vive sob a sensação da pressa. Não vivemos mais o ciclo do estresse saudável, que é partir de um ponto onde estamos equilibrados, mobilizarmos forças para enfrentar algo e depois voltarmos ao estado inicial. Quando não conseguimos retornar ao estado de calma e equilíbrio e já partimos para uma outra luta, o ciclo não se fecha. Isso é o estresse crônico.

ISTOÉ – Por que as pessoas hoje são tão estressadas?
Bel – Falta à sociedade a educação das emoções. Somos analfabetos emocionalmente. Vivemos tanto no modo automático que nem percebemos mais o que estamos fazendo com as nossas emoções. Este livro pretende mostrar como a gente consegue se conhecer e quais as necessidades do nosso corpo para que pos­­samos atendê-lo de uma forma saudável.

ISTOÉ – Como a gente tem contribuído para aumentar o estresse?
Bel – Dormindo mal, não concluindo os diversos conflitos da vida, como o fim de uma relação amorosa... A gente não se considera estressado e acha que vai dar conta. Precisamos fechar os ciclos de estresse das emoções. Vivemos por impulso, respondemos mais às demandas externas do que às internas. O mundo está bagunçado, nos trata mal, mas precisamos nos tratar mal? Se passamos por cima de nós mesmos, das nossas necessidades, uma hora é apresentada a conta. Não é um fato que gera o desequilíbrio do estresse. E não percebemos porque estamos automatizados.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Esta matéria deveria servir de alerta para aqueles que insistem em incentivar o "bico" para os policiais da ativa, ao invés de pagar bem pela dedicação exclusiva e pelos riscos de mortes e doenças que a profissão propicia. Eles não avaliam as consequências para a família dos agentes e para uma população que precisa de segurança pública e paz social.

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