A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 17 de maio de 2011
FALSOS POLICIAIS ENTRAM EM CONDOMÍNIO, ASSALTAM E TIROTEIAM COM A POLÍCIA
FALSOS POLICIAIS. Assalto, fuga e tiroteio assustam a Zona Norte. Após roubar joias em apartamento de empresária, bandidos ferem segurança durante perseguição - FRANCISCO AMORIM, ZERO HORA 12/05/2011
Ao se passarem por policiais federais, dois homens conseguiram entrar em condomínio no bairro Boa Vista, na Capital, para roubar dinheiro e joias do apartamento de uma joalheira. Na fuga, a dupla trocou tiros com brigadianos e seguranças de um hipermercado na Zona Norte, onde os bandidos tentaram trocar de carro.
Para assaltar a vítima, os criminosos simularam ser agentes federais que cumpriam um mandado de busca e apreensão. O primeiro deles subiu ao apartamento acompanhado de um dos funcionários do prédio. No local, estavam a mãe da joalheira e a secretária da empresária. Minutos depois, foi a vez do segundo bandido subir à residência, desta vez, ao lado de outro funcionário e da empresária que havia chegado ao prédio.
Afirmando que tinham como determinação levar documentos, joias e dinheiro que estariam em um cofre, os bandidos ameaçam a empresária de prisão, empunhando as armas a cada momento de resistência da vítima. Acabaram descendo com uma maleta com joias portada por ela e outra com objetos e dinheiro arrecadados na casa.
– Ao descer, eles depararam com viaturas da BM, e começou o tiroteio – conta o delegado da Roubos, Juliano Ferreira.
Os bandidos fugiram em um Focus em direção ao Bourbon da Avenida Assis Brasil. Viaturas da Polícia Civil se somaram à perseguição. No pátio do hipermercado, os assaltantes balearam um segurança que tentou evitar que eles trocassem de veículo.
O carro só foi abandonado na Rua Padre Hildebrando, nas proximidades do hipermercado, quando uma mulher foi obrigada a entregar o seu Focus preto aos bandidos armados. Algumas testemunhas teriam relatado aos PMs que quatro homens estariam no veículo em fuga neste momento – informação que vai ser investigada pela Polícia Civil.
Depois de mudarem de veículos, os assaltantes não foram mais vistos pela polícia. Eles teriam fugido levando mais de R$ 100 mil em joias e dinheiro da vítima. A empresária e os outros reféns foram ouvidos ontem no Departamento Estadual de Investigações Criminais, mas não quiseram falar com a imprensa.
Preparo da dupla impressiona agentes
Policiais militares e agentes da Polícia Civil que participaram das buscas à dupla que assaltou a empresária ontem à tarde se impressionaram com os detalhes da organização do ataque. Os assaltantes não se limitaram a usar trajes pretos semelhantes aos dos agentes da Polícia Federal. Portavam pistolas, algemas e entraram no prédio ostentando distintivos da corporação.
– A vítima relatou que eles tinham um discurso pronto de que estavam ali para cumprir um mandado de busca na casa e apreender joias para uma suposta investigação de roubo – conta uma agente da Civil, que pediu para ter o nome preservado.
Para chegar e sair do condomínio, os bandidos usaram ainda um Focus prata com sinalizador luminoso semelhante aos usados pelos delegados da Capital. E mais: o veículo roubado no dia 30 de abril recebeu placas frias idênticas a uma viatura discreta usada por um policial.
– Eles misturaram informações de duas corporações para o ataque. Mas, de qualquer forma, isso mostra que houve planejamento antes do ataque. Pois a placa era mesmo clonada de uma viatura – comenta o delegado da Delegacia de Roubos, Juliano Ferreira.
Ainda sem pistas dos criminosos, a polícia deve analisar na manhã de hoje as imagens das câmeras de segurança do condomínio. Como os assaltantes não cobriram os rostos ao entrar no prédio, os vídeos do circuito interno podem ajudar na identificação.
Como teria sido o ataque
A INVASÃO AO APARTAMENTO - No fim da tarde, dois ladrões se passam por policiais federais para entrar em apartamento de uma joalheira, na Avenida Nilo Peçanha, bairro Boa Vista. Eles rendem a família e dois funcionários do condomínio.
A FUGA - Ao descer do prédio com duas maletas com joias e dinheiro, os bandidos trocam tiros com duas guarnições da Brigada Militar que chegaram ao local após ligação anônima. A dupla foge com um dos funcionários do prédio em um Focus prata com sinalizador luminoso e placas clonadas de uma viatura discreta da Polícia Civil.
A PERSEGUIÇÃO - Os assaltantes seguem para o Bourbon da Assis Brasil, na Zona Norte, onde trocam tiros com seguranças quando tentam roubar um Sandero. Um vigia é ferido no braço de raspão. O refém é solto no local. A dupla segue no Focus até uma rua secundária, onde abordam uma motorista e roubam um Fox preto. Conforme a Polícia Civil, durante a troca de tiros com os bandidos, PMs teriam alvejado uma viatura discreta, um Corsa, usado por um policial civil
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