ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

INOPERÂNCIA - ANGÚSTIA E IMPOTÊNCIA NA ESPERA POR SOLUÇÕES DE CRIMES


Mesmo com testemunhas, famílias vivem angústia na espera por soluções de crimes - O GLOBO, 08/05/2011 às 23h45m - Letícia Lins e Tatiana Farah

SÃO PAULO e RECIFE - 'Meu filho tinha 20 anos, dois meses e 20 dias quando foi assassinado'. Sergio Gabardo lembra cada dia vivido pelo filho e convive com uma contagem que não tem data para acabar: cinco anos e sete meses de espera por justiça. Mario foi morto em 29 de setembro de 2005, dentro de seu carro, em Canoas (RS). Empresário de transporte de veículos, as cegonheiras, Sergio suspeita de morte encomendada. Um carro "fechou" Mário, dois homens armados o abordaram. O rapaz levou um tiro nas costas e morreu ao volante. Sérgio diz ter passado o nome do suspeito à polícia:

- Me sinto impotente. Não tenho mais prazer. Tudo virou obrigação.
Mario era filho único. Todo mês, Sergio envia 40 mil emails para autoridades. Ele tem esperança de que uma investigação da Polícia Federal sobre o setor chegue ao assassino.

O diretor da 2ª Delegacia da Região Metropolitana de Canoas, o delegado Edilson Chagas Paim, disse que a apuração do caso segue.

No extremo oposto do país, em Recife, outras duas famílias esperam soluções para dois assassinatos. Com oito CDs gravados e contratos com empresas de publicidade para a produção de jingles - inclusive políticos - Vanildo Cavalcanti Albuquerque tinha 53 anos quando foi morto na frente de casa, em Pombos, em 26 de julho de 2008. Os algozes não foram identificados. Especulou-se que o assassinato teria motivação política, mas nada foi concluído.

Em agosto de 2003, o pecuarista José Arnaldo Didier estava em seu sítio, no município de Sanharó, quando foi assassinado. Durante quatro anos, o crime não foi investigado, apesar de haver uma testemunha. A irmã dele, Maria de Lourdes Didier, buscou o Ministério da Justiça e até o ex -presidente Lula. A Polícia Federal entrou no caso e identificou como mandante do crime o ex prefeito de Sanharó, Rannieri Aquino de Freitas, e dois PMs como comparsas. Eles foram denunciados pelo MP, mas os executores não foram identificados até hoje.

Segundo o Diretor de Operações da Polícia Judiciária, Osvaldo Morais, o índice de solução dos homicídios cresceu. Antes, 39% dos inquéritos não tinham indicação de autoria.

- Agora, o índice médio de resolução é de 80%.

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