
Sem portas nem janelas. Empresa que venceu licitação considera a obra terminada. Governo promete avaliação no local - TATIANA SANTOS | BLUMENAU - DIÁRIO CATARINENSE, 14/05/2011
Para a Salver Empreiteira de Mão de Obra Ltda, empresa que venceu a licitação da construção da nova Delegacia Regional de Polícia Civil, em Blumenau, a obra está concluída. Mas quem passa em frente ao local, na Rua Humberto de Campos, encontra um prédio sem janelas, portas e ainda com a frente fechada por tapumes.
A alegação, entre outros motivos, fez com que a Gerência de Gestão Técnica de Edificações da Secretaria de Segurança Pública (SSP) fosse a Blumenau, na terça-feira, para levantar informações de quais serviços já foram concluídos pela empresa e quais estão pendentes. As obras estão paradas há quatro meses.
– Além dos dados, avaliamos a qualidade e quantidade da obra. Tudo isso servirá para sabermos o quanto falta para a conclusão do prédio. A construtora alega que já terminou o serviço para o qual foi contratada. Estamos levantando isso, porque o contrato foi feito pela gestão do governo anterior – explica Dirceu Antônio Oldra, da Gestão técnica em edificações da SSP.
O levantamento deve terminar na próxima semana. Mas a inauguração não tem data para ocorrer. Se for constatado que a empreiteira entregou todo o serviço, será necessário abrir licitação para contratar uma nova empresa, que concluirá a obra. Segundo o secretário de Segurança Pública, César Grubba, durante visita à cidade, no dia 25 de abril, falta R$ 1,4 milhão para isso.
Além da estrutura física, faltam também elevador, ar-condicionados, equipamentos de informática, mobiliário e a terraplenagem do terreno.
Segundo o delegado regional, Rodrigo Marchetti, a promessa do governo anterior era de que a delegacia seria entregue em junho deste ano. A nova expectativa é dezembro de 2011.
Empresa não dá explicações
A reportagem procurou, entre terça e quinta-feira, a Salver Empreiteira, de Ituporanga. Por telefone, uma funcionária informou que os representantes da empresa estavam “muito ocupados e não poderiam responder os questionamentos”.
Nazareno Schmoeller, economista e professor da Universidade Regional de Blumenau (Furb), acredita que, quando se contrata uma obra, contrata-se por inteiro.
– Será que o Estado não contratou parte da obra para mostrar que estava fazendo? Isso também pode ter ocorrido. Se for confirmado, a sociedade precisa cobrar explicações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário