Beltrame critica anistia de PMs e diz que decreto pode ser revogado. Secretário estadual de Segurança do Rio informou que vai pedir explicações ao comandante da polícia
04 de agosto de 2013 | 13h 59
Fábio Grellet - O Estado de S. Paulo
Marcos de Paula/AE
Coronel Erir da Costa Filho anistiou policiais que sofreram punições administrativas
RIO - A decisão tomada pelo comandante da Polícia Militar do Rio, coronel Erir da Costa Filho, de anistiar os PMs que sofreram punições administrativas foi criticada neste domingo, 4, pelo secretário estadual de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. "Da forma que foi colocado, eu não gostei. Precisamos entender, e a sociedade mais ainda, quais são essas infrações", afirmou o secretário durante visita ao Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Beltrame disse que foi surpreendido pela medida e que vai pedir explicações ao comandante. Caso discorde da situação, ele admite até revogar a anistia.
O benefício foi anunciado em boletim interno da PM publicado na última quinta-feira. Os policiais que estão detidos nos quartéis poderão voltar ao trabalho regular nas ruas. A PM não informou quantos homens foram beneficiados nem quando o benefício começou a vigorar.
Em comunicado oficial, a PM informa que a anistia foi concedida apenas àqueles que sofreram punições administrativas internas: atraso no serviço, faltas ou ausências não justificadas . "A dispensa do cumprimento da prisão (...) se refere ao fato de a Polícia Militar ter cumprido escalas de serviço mais extenuantes nos últimos dois meses", diz a nota. O informe esclarece que a anistia vale apenas para casos de menor potencial ofensivo e exclui os policiais investigados por desvios de conduta durante as manifestações no Rio. Os casos mais graves, segundo o comando, continuam sob análise do Conselho de Disciplina.
No boletim, atualizado na tarde deste domingo, 4, o comandante da PM elogia "o alto grau de profissionalismo" dos policiais "nas manifestações populares pacíficas e nos protestos ilegítimos e violentos", e também durante os grandes eventos realizados recentemente no Rio (a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude).
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