Delegado do Denarc investigado por achaque a traficantes é solto. Fábio do Amaral Alcântara está entre os policiais que teriam recebido propina de bandidos para retardar operações
07 de agosto de 2013 | 13h 45
Fausto Macedo - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O Tribunal de Justiça de São Paulo revogou ordem de prisão temporária do delegado Fábio do Amaral Alcântara, do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). A decisão é do desembargador Breno Guimarães, que acolheu pedido da defesa.
Segundo o Ministério Público de Campinas (SP), pesa sobre Alcântara e um grupo de policiais a acusação de recebimento de propinas para passar informações a traficantes e retardar investigações. Os traficantes pagavam aos agentes "anuidades" que chegavam a R$ 300 mil e "mensalidades" de até R$ 30 mil.
Apesar da revogação da ordem de prisão, o desembargador impôs restrições ao delegado, que é acusado de crimes de corrupção, formação de quadrilha e extorsão mediante sequestro. Alcântara não poderá faltar às convocações da Justiça e do Ministério Público, "salvo em caso de comprovada força maior".
A defesa de Alcântara, sob responsabilidade do criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, argumentou no pedido de revogação da ordem de prisão que o delegado encontrava-se em "estado de grave desequilíbrio emocional e psíquico decorrente da sua prisão temporária, tendo passado por reação aguda ao stress, ocasião em que tentou se ferir utilizando um cabide".
Delegado diz que transmitiu informações
23 de julho de 2013 | 8h 50
LUCIANO BOTTINI FILHO - Agência Estado
Em depoimento ao Ministério Público Estadual, em Campinas, o delegado Clemente Castilhone Júnior, ex-chefe da inteligência do Denarc, confirmou na última quarta-feira, 17, que transmitiu informações sobre a operação da polícia em uma favela da cidade a seu superior e funcionários, mas negou vazamento intencional. O delegado foi preso temporariamente na segunda-feira, 15, - e solto na quinta-feira, 18 - suspeito de ter vazado informação sobre uma reunião secreta do dia 24 de abril, em São Paulo, quando foi definida a operação de invasão da favela do São Fernando.
Segundo relatório do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o traficante Agnaldo Aparecido da Silva Simão, o Codorna, foi avisado por policiais do Denarc no dia seguinte sobre a operação.
Castilhone Júnior destacou que, se houve vazamento para fora do seu departamento, a ocorrência não foi intencional.
Seu advogado, João Batista Augusto Júnior, afirma que o aviso aos demais integrantes da sua unidade no Denarc, com cerca de 20 agentes, e ao diretor do órgão, Marco Antonio Pereira Novaes de Paula, faz parte do procedimento necessário para executar a ordem. Procurado por telefone, o diretor do Denarc não foi localizado.
"Não sei como as informações circularam", disse Castilhone ao MPE. "Apesar de duvidar, acho possível que algum dos funcionários da minha unidade que receberam dados sobre a operação e sobre a investigação do Ministério Público tenha conversado com algumas pessoas e isso chegado a alguém mal intencionado", afirmou em depoimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Ministério Público ouve dois traficantes do caso Denarc
01 de agosto de 2013 | 15h 28
RICARDO BRANDT - Agência Estado
O Ministério Público ouve na tarde desta quinta-feira, 1, dois traficantes que teriam sido vítimas da suposta ação dos policiais do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), que extorquiam criminosos para permitir a venda de drogas em Campinas.
Os dois acusados por tráfico seriam comparsas do sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, e aparecem nas investigações do MP sobre o suposto esquema de achaque, sequestro e tortura contra criminosos por parte dos policiais do Denarc.
Ao todo, 13 policiais foram detidos temporariamente no dia 15 - quatro já foram soltos - por envolvimento com o esquema. Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) ouvia, por volta das 15h, os depoimentos dos traficantes.
Flaviano Lima de Oliveira, conhecido como ''Aquiles'', é considerado braço direito de Andinho na distribuição de drogas e atuaria na região de Ribeirão Preto. Ele foi preso no último dia 15. Além de fornecer drogas para a quadrilha de Andinho, ele foi acionado pelo sequestrador, de dentro da penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, para um suposto ataque a promotores do Gaeco.
O outro ouvido é Carlos Alberto da Silva, conhecido como ''Frango'', apontado como responsável pelo armazenamento e preparo das drogas. Ele foi detido por policiais investigados do Denarc, para forçar o grupo a pagar um resgate de um traficante no valor de R$ 200 mil.
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