ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

APÓS ANISTIAR PMS, CMT É EXONERADO


Comandante da Polícia Militar do Rio é exonerado. Erir Ribeiro concedeu anistia a policiais que receberam punições administrativas desde o início de sua gestão

05 de agosto de 2013 | 19h 40

Felipe Werneck - O Estado de S. Paulo

O coronel Erir Ribeiro Costa Filho, que ocupava o cargo de comandante da Polícia Militar do Rio desde outubro de 2011, foi exonerado na noite desta segunda-feira, 5 de agosto, após uma reunião de duas horas com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. A decisão ocorreu dois dias após a divulgação pela imprensa de um boletim interno da PM, distribuído apenas entre oficiais na última quinta-feira, em que o comandante concede anistia aos policiais que receberam punições disciplinares desde o início de sua gestão - o benefício também vale para PMs presos.

Costa Filho e Beltrame não deram entrevista após a reunião e o nome do novo comandante da PM não foi anunciado. Será o quinto desde o início do governo de Sérgio Cabral (PMDB), em janeiro de 2007. Erir ficou um ano e dez meses à frente da corporação. Atingido por uma série de denúncias de violência policial e de prisões arbitrárias durante as manifestações iniciadas em junho, o coronel usou o perfil oficial da Polícia Militar no Twitter para criticar a atuação de membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), acusando-os de "prejudicar o trabalho da PM". Ele também telefonou para o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) durante manifestação que terminou em depredações não impedidas por policiais no Leblon, zona sul, discutiu com ele e depois afirmou no Twitter que Freixo "recusou-se a apoiar a PM". Para o deputado, que preside a comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa fluminense, a queda era inevitável. "Acho que o coronel Erir agiu com muito pouca inteligência à frente da PM. Não basta ser honesto, isso é obrigação de qualquer cidadão. Espero que o sucessor saiba dialogar com a sociedade", comentou Freixo.

A Secretaria de Segurança divulgou uma nota protocolar após a reunião com uma declaração de Beltrame: "Mudanças fazem parte do processo de gestão e devem ser vistas com naturalidade. Quero ressaltar o trabalho e a integridade do comandante Costa Filho, além de seu amor à corporação que comandou." No domingo, após a divulgação do cancelamento de punições aplicadas aos PMs, o secretário havia criticado a medida e afirmado que aguardava uma explicação. "Da maneira que foi comunicado eu particularmente não gostei e aguardo da PM uma explicação palatável e plausível sobretudo para a população", disse Beltrame na ocasião.

No boletim reservado em que cancela as punições a policiais militares, Costa Filho elogiou a atuação da PM nas manifestações. A decisão dele "releva o cumprimento das punições disciplinares que foram aplicadas aos PMs desde o dia 4 de outubro de 2011 até a presente data (quinta-feira, 1.º de agosto)". No sábado, a PM afirmara em nota que "a anistia não inclui os casos cometidos durante as manifestações" e que a medida se refere a "casos como atraso no serviço, faltas ou ausências não justificadas". Ainda de acordo com a corporação, "a dispensa do cumprimento da prisão de detenção se refere ao fato de a PM ter cumprido escalas mais extenuantes nos últimos dois meses". No entanto, nada disso está detalhado na decisão de Costa Filho publicada no boletim reservado da PM. De acordo com a PM, "cerca de 450 policiais punidos por infrações leves (falta, atraso, ausência não justificada) serão beneficiados". A secretaria informou que a medida será avaliada pelo próximo comandante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário