BEATRIZ FAGUNDES, REDE PAMPA, O SUL
Porto Alegre, Quarta-feira, 04 de Janeiro de 2012.
A coluna recebeu cópia de um e-mail que foi enviado ao chefe de Polícia, delegado Ranolfo Vieira Júnior. Reproduzo o apelo: "Sr. Ranolfo, sei que és muito ocupado, por esse motivo vou ser sucinto, meu nome é Rodrigo Velloso de Freitas, minha esposa, Cristiane Oliveira de Oliveira, está desaparecida desde 27-10-11, por volta das 15h30min, no trajeto entre os bairros Lajeado e Restinga, em POA, ao qual fazia de bicicleta da nossa obra até a escola de nossa filha. O caso foi registrado, primeiramente, na 16 DP como pessoa desaparecida. Após, foi para a 1 DHPD, no palácio, com o delegado Cleber. Sei que a nossa polícia tem inúmeros casos para resolver com poucos recursos humanos e materiais. Mas, como já havia dito antes, tenho uma filha de 7 anos, que ontem me perguntou 'Pai, porque o senhor não está mais procurando a mãe?', respondi que agora ficou com os policiais a procura da mamãe e o pai vai ficar cuidando da Gabi".
E a mensagem segue: "Tenho muita fé que tudo será esclarecido, mas o tempo é relativo. Hoje faz 70 dias do desaparecimento da Cristiane, mas para mim parece que foi ontem, ainda estou muito ansioso e angustiado, apenas no aguardo da solução. Tenho certeza que essa resposta será a Polícia Civil do RS que irá dar e esse é o motivo desse e-mail. Não podemos deixar esse caso sem solução, tenho que dar uma satisfação para minha filha. Os investigadores de ambas as delegacias sabem que estou à disposição para fornecer o que for necessário para resolução desse caso, como foi desde sempre. Sr. Ranolfo, lhe peço ajuda para dar fim nessa angústia de nada saber e poder elucidar esse nosso caso. Tomo a liberdade e envio cópia deste para o pessoal da imprensa, que vem ajudando na resolução do caso desde seu começo. Desde já lhe agradeço, Rodrigo Velloso de Freitas."
Fico imaginando como seria se a Cristiane fosse mulher ou filha de alguém importante. Já teria sido encontrada, viva ou morta? A conferir!
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário