A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
MAIOR IMPORTÂNCIA???
Carta de oficial sugere maior importância da Brigada sobre a PC - ANDRÉ MACHADO, ESQUINA DEMOCRÁTICA, CLICK RBS, 12 de janeiro de 2012
Uma mensagem de final de ano enviada a oficiais da Brigada Militar tem alto poder para gerar um novo conflito com delegados de polícia. O presidente da Associação dos Oficiais da BM, TC José Carlos Riccardi Guimarães, assina o documento que circulou ainda antes do final das negociações entre o Palácio Piratini e a ASDEP (Associação dos Delegados de Polícia). No texto, Riccardi refere-se aos colegas da Civil como "menos importantes". Diz o texto "todos somos importantes mas, convenhamos, nenhuma instituição tem mais importancia e utilidade social do que a nossa. Somos os maiores, os melhores e com maior poder de barganha. Se eles conseguem o que querem, imaginem nós, unidos e mobilizados. "Deus nos livre"."
A autoria do documento que circulou pelas redes sociais foi admitida pelo presidente da Asofbm. Ele conversou com o repórter Cid Martins. Os detalhes estarão no Chamada Geral 2ª Edição desta quinta (12.01). Uma cópia da carta circulou entre os delegados. Apesar do silêncio público, a repercussão não foi nada boa...
Abaixo a integra da correspondência. Os grifos são meus.
Senhores:
Nenhum projeto será protocolado durante o recesso parlamentar, por óbvio. De outra banda, desejo aos srs. Delegados, êxito em suas negociações futuras, até porque, temos a garantia do Governo que nada será "alcançado" a eles sem que sejamos também chamados a negociar, imediatamente. Como diz o ditado campeiro: "nos assustemos da bainha do facão". Todos somos importantes mas, convenhamos, nenhuma instituição tem mais importancia e utilidade social do que a nossa. Somos os maiores, os melhores e com maior poder de barganha. Se eles conseguem o que querem, imaginem nós, unidos e mobilizados. "Deus nos livre". Torçamos para eles. Nossos oficais não mais serão aqueles acanhados reinvidicadores que viviam falando sozinhos(entre si) lamuriando-se, sem reação. Conformados e assistentes da sua própria desvalorizão por terceiros. Mãos à obra, com destemor e fé, e nossos filhos se orgulharão dos nossos feitos como chefes de familia. Não nos escudemos neles, para recuar. Temos a ventura de protagonizar esta luta que se inicia, com este novo sentir, e que nunca terminará. "Si vis pacem, para bellum" ou no bom português: "Se queres a paz, prepara-te para a guerra". Unidos, nada será como antes.
Que 2012 nos traga união, força, destemor e confiança inquebrantável no nosso valor Vigilantes sempre.
Grande abraço a todos. Riccardi Guimarães
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Acredito que o presidente da ASOFBM tenha usado esta expressão para ressaltar que os Oficiais da BM são em maior número do que os Delegados da Polícia Civil, portanto com o mesmo poder e até maior de mobilização e pressão para reivindicar direitos.
O correto é que a Brigada Militar e a Polícia Civil são instituições de Estado que exercem importantíssimo ofício no ciclo policial para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio nos Estados da federação. A Brigada Militar, além do corpo de bombeiro militar, faz a polícia ostensiva preventiva e de contenção, e a Polícia Civil é investigativa apurando as infrações penais. No RS, atua ainda no ciclo policial o IGP, responsável pela perícia criminal, separada da policia investigativa por decisão política corporativa. Nenhuma destas três instituições do ciclo policial é mais importante do que a outra, e nenhuma delas consegue sucesso nas suas atividades sem apoio e complementação da outra, assim como estas não sobrevivem sem o Poder Judiciário, o MP, a Defensoria e o Setor Prisional.
Existem divergências entre as instituições pela cultura e estrutura diferenciadas, mas os conflitos são fomentados pela falência do sistema criminal vigente nas Unidades Federativas do Brasil que não consegue harmonizar carreiras, atribuições, processos e espaço de responsabilidades.
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