Policiais são alvo de tiros e capotam viatura em Passo Fundo. Após ser autuado por direção perigosa, jovem e amigo teriam atirado contra policiais. Marielise Ferreira, ZERO HORA ONLINE, 09/01/2012 | 16h11
O atendimento a uma ocorrência de direção perigosa terminou com enfrentamento entre infratores e policiais militares e capotamento de uma viatura da Brigada Militar em Passo Fundo, no norte do Estado. O caso aconteceu na noite de domingo, próximo à Delegacia de Polícia da cidade.
A confusão começou quando dois policiais militares apresentaram na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, Deivid Pires, 22 anos, por direção perigosa. Ele foi autado pela infração e liberado. Ao sair do local, de carona com outro amigo que dirigia um Toyota Corolla, eles teria voltado a fazer cavalinho de pau em frente à viatura da Brigada Militar, na avenida Brasil, a uma quadra da delegacia.
Conforme a ocorrência registrada pelos policiais na delegacia, eles tentaram abordar o veículo, mas houve tentativa de atropelamento e os homens de dentro do Corola teriam disparado três tiros contra os PMs, que revidaram, atingindo Deivid no ombro. Os policiais, que não se feriram, prosseguiram na perseguição e acabaram localizando o Corola, já estacionado, numa rua do bairro São José.
Ali, os PMs voltaram a prender Deivid e o motorista do carro, identificado como Everton Luiz Dal Piazze, 31 anos. As armas não foram localizadas, mas dentro do Corola os policiais teriam encontrado quatro cartuchos intactos de revólver calibre 38 e três cartuchos já deflagrados de calibre .380.
Detidos pelos policiais, a caminho do hospital para atendimento de Deivid, que estava ferido por tiro no ombro, foi registrada nova ocorrência. Os policiais militares não venceram a curva do trevo existente na Avenida Brasil com a rodovia que liga Passo Fundo a Lagoa Vermelha (BR-285) e acabaram capotando a viatura. Ninguém se feriu no acidente.
Após atendimento médico, Deivid e Dal Piazze foram autuados em flagrante por tentativa de homicídio contra os policiais e levados ao Presídio Regional de Passo Fundo. Até o final da manhãdesta segunda-feira, Deivid e Dal Piazze permaneciam no presídio.
Procurado, por ZH, Eliandro Truccolo, advogado de Everton Luís Dal Piazze, deu a seguinte declaração:
— Meu cliente foi à DPPA apenas para dar uma carona ao amigo. Nem ele e nem Deividi fizeram disparos de arma de fogo e nem mesmo houve manobra que indicasse direção perigosa. O que existe é uma animosidade entre meu cliente e um dos policiais. Meu cliente fugiu após os policiais terem disparado contra o carro, por temer pela própria vida e para buscar socorro para o amigo que estava ferido. Os dois se prontificaram inclusive a fazer exames para comprovar que não têm vestígios de pólvora nas mãos.
A mãe de Deivid, Antoninha Pires, diz acreditar na inocência do filho:
— Esta situação foi um absurdo, meu filho não tem arma, nunca teve, tanto que fizeram os exames para mostrar que não tinha pólvora nas mãos. Estes PMs têm uma rixa pessoal com eles, meu filho é vítima, ficou ferido primeiro com o tiro e depois com esta capotagem da viatura policial — disse.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
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