PM afasta 2 por agredir aluno da USP. Imagens feitas por universitários mostram policial ameaçando com pistola jovem que se recusou a mostrar carteira de estudante durante abordagem. 09 de janeiro de 2012 | 22h 38 - Felipe Frazão, de O Estado de S. Paulo / COLABORARAM CARLOS LORDELO e FELIPE MORTARA
A Polícia Militar afastou das ruas nesta segunda-feira, 9, dois policiais que participaram de agressão a um estudante dentro do câmpus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital. Imagens da ocorrência gravadas por alunos foram exibidas na internet. A Corregedoria da PM instaurou sindicância para apurar o caso. O resultado deve sair em 60 dias.
O sargento André Luiz Ferreira aparece nas imagens sacando uma pistola e apontando para um aluno, que se recusou a mostrar a carteira de estudante quando foi abordado dentro do prédio do Diretório Central dos Estudantes (DCE), conhecido como Centro de Vivência da USP. Ferreira e o companheiro de patrulha, o soldado Rafael Ribeiro Fazolin, foram colocados em funções administrativas.
Segundo o coronel Wellington Venezian, chefe do Comando de Policiamento de Área Metropolitana-5 - que inclui a Cidade Universitária -, Ferreira admitiu que teve um “desequilíbrio emocional” ao agredir o aluno. No vídeo, o sargento diz que foi desacatado. De acordo com o comandante, o afastamento do soldado tem como objetivo manter a transparência na investigação.
“A atitude dos policiais, nesse momento, não recomenda que eles tenham perfil para tratar com esse tipo de público”, disse o comandante.
A gravação postada no YouTube mostra o sargento pedindo a identificação do estudante, após abordar o grupo de alunos e pedir que eles deixassem o DCE. Os alunos se recusam a sair e alegam que o local é destinado ao uso deles. Um rapaz negro faz gestos com o braço erguido. O sargento Ferreira percebe e parte para cima dele, pedindo que ele prove ser estudante.
O rapaz se nega a apresentar a carteirinha da USP e é puxado de cima de um balcão. O PM dá tapas nele e saca a arma.
Em outro vídeo, registrado depois da agressão, o aluno resolve provar ser estudante ao mostrar duas identificações da USP. O agredido se chama Nicolas Menezes Barreto e cursa Licenciatura em Ciências da Natureza, na USP Leste. Por telefone, Nicolas confirmou a agressão, mas não quis comentar mais. “Acho que o vídeo diz tudo.”
As imagens mostram ainda estudantes dizendo que o policial foi racista.
O espaço era usado pelo DCE e havia sido invadido por punks há cerca de um mês. O imóvel tinha sido abandonado pela administração e começou a ser lacrado na sexta-feira, depois de a reportagem do Estado revelar que ele estava deteriorado, pichado, sujo e ocupado. Os invasores portavam facas e estariam usando drogas no local.
Na sexta-feira, a área foi retomada e os punks, expulsos. Entradas foram lacradas. Os alunos, no entanto, entraram por uma porta que ficou aberta. Hoje, depois da confusão, ela também foi fechada com tapumes.
A Reitoria da USP informou, por meio da Assessoria de Imprensa, que somente a PM comentaria o caso. A diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP Diana Assunção disse hoje que houve outras duas agressões na mesma abordagem, que não aparecem nas filmagens. Diana afirmou que uma estudante foi puxada pelos policiais e que um pedaço de grade foi jogado pelo PM nos pés de outro aluno. A polícia não tem informações sobre essas agressões.
Segundo Diana, os alunos faziam parte de uma resistência no espaço estudantil e acusam a Reitoria de ter um projeto de privatização da USP.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
SGT PM AGRIDE E AMEAÇA COM ARMA ESTUDANTES DENTRO DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO
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