A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
INGERÊNCIA POLÍTICA - GOVERNADOR E PREFEITO SELARAM USO OSTENSIVO DA PM NA CRACOLÂNDIA
Reunião selou uso ostensivo da PM na cracolândia de SP - folha.com. 16/01/2012 - 05h29
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) decidiram em 1º de dezembro pelo uso ostensivo da Polícia Militar na cracolândia, no centro de São Paulo. A informação é de reportagem de Catia Seabra e Rogério Pagnan publicada na edição de hoje da Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Até então, havia grupos que defendiam prioridade à ação social e de saúde pública. E os que defendiam a ação policial mais intensa. O combate ao tráfico foi posto à frente, pois, para o secretário municipal Januário Montone (Saúde), sem repressão da PM, todos seguiriam "enxugando gelo".
A vinda de Dilma a SP para exibir plano antidrogas e uma reunião da cúpula da segurança perto do Réveillon aceleraram a ação.
OPERAÇÃO
A Polícia Militar realiza desde o dia 3 uma operação na região da cracolândia para combater o tráfico de drogas e evitar aglomerações de dependentes na região. A operação deve persistir na região por tempo indeterminado.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, afirmou na semana passada que traficantes pequenos já foram presos e o Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) está trabalhando para mapear o caminho da droga que chega a região.
A maior apreensão feita pela polícia até o momento ocorreu na noite de quinta-feira (12), quando uma mulher foi detido com 16 mil pedras de crack que seriam distribuídas na região.
Já em relação aos dependentes, a polícia faz rondas pela região para evitar as aglomerações. Reportagem da Folha flagrou inclusive o uso de balas de borracha e bombas de efeito moral contra os usuários. O secretário afirmou que após a reportagem, os policiais foram proibidos de portar os equipamentos.
Fotógrafos são assaltados ao fazer ensaio na cracolândia - 15/01/2012 - 23h26
Um grupo de usuários de crack agrediu na noite deste domingo três repórteres-fotográficos, incluindo um repórter da Folha, que faziam uma reportagem na região da cracolândia.
Eduardo Anizelli, Daniel Kfouri e Maurício Lima faziam um ensaio fotográfico quando foram cercados por cerca de sete pessoas na rua dos Gusmões, próximo à rua Conselheiro Nébias, por volta das 19h.
Os repórteres foram ameaçados com facas e agredido com chutes e socos. Dois deles tiveram o equipamento de trabalho (câmera e lentes) e celulares levados pelos usuários.
O grupo só se dispersou depois que um morador da região, que chegava de carro no local, começou a buzinar.
Procurados pelos repórteres, policiais que estavam em duas viaturas paradas na região da avenida Duque de Caxias disseram inicialmente que não poderiam sair do local.
Tempo depois, eles aceitaram acompanhar a reportagem na tentativa de recuperar os equipamentos, mas o grupo já havia dispersado.
A PM realiza uma megaoperação na cracolândia desde o dia 3, com efetivo de mais de uma centena de policiais. De acordo com o último balanço, divulgado às 17h, 107 pessoas já foram presas, 43 foragidos foram recapturados e 2,3 kg de crack foram apreendidos.
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