ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sábado, 29 de março de 2014

SÓ OS POLICIAIS ATIRARAM, GARANTEM SOBREVIVENTES

ZERO HORA 29 de março de 2014 | N° 17747

RÓGER RUFFATO

MORTES NA SERRA


O estudante do 1º ano do Ensino Médio de 16 anos que estava na carona da Fiorino alvejada por policiais militares, no último dia 16, em Bento Gonçalves, conversou pela primeira vez sobre o caso. Abatido pela perda dos amigos Anderson Styburski, 16, e Danúbio Cruz da Costa, 20, baleados na tentativa de abordagem, o garoto confirma a versão do motorista da Fiorino: de que não parou o veículo por medo de perder a Carteira de Habilitação Provisória. O estudante e Tiago de Paula, 18 anos, sobreviveram ao tiroteio durante a fuga de uma barreira policial apenas com lesões leves, provocadas pelos disparos, que os atingiram de raspão. Após o episódio, os policiais, em depoimento à Polícia Civil, disseram que um dos ocupantes da Fiorino atirou contra a viatura.


ENTREVISTA > GAROTO DE 16 ANOS


“Era uma chuva de tiros”



Estudante do 1º ano do Ensino Médio, adolescente que estava na carona da Fiorino alvejada por PMs no dia 16 de março conversou pela primeira vez sobre o caso.

Pioneiro – Algum de vocês estava armado?

Adolescente – Não.

Pioneiro – Você atirou contra os policiais?

Adolescente – Não atirei. Não tinha nada para atirar.

Pioneiro – Alguma vez você ou seus amigos tiveram contato com armas?

Adolescente – Não. A única vez que eu vi uma foi daquelas grandes que o pai e o vô do Dionatan usam para caçar.

Pioneiro – Quando percebeu que seus amigos estavam mortos?

Adolescente – Depois dos tiros, eu chamei, mas eles não responderam. O Tiago disse que eles estavam mortos.


ENTREVISTA > TIAGO

“Admito que errei ao fugir”



Passados 12 dias da morte dos amigos Anderson e Danubio, o motorista da Fiorino, Tiago de Paula, 18 anos, segue na rotina de trabalho como vendedor.

Pioneiro – Um perícia preliminar apontou que os tiros não saíram do bagageiro. Você ou o passageiro atiraram da cabine?

Tiago – Não tínhamos armas. E os vidros estavam fechados. Não teríamos como atirar sem estilhaçá-los.

Pioneiro – Vocês têm convicção e certeza de que os rapazes do bagageiro não tinham arma?

Tiago – Tenho. Nenhum tiro saiu da Fiorino. Só os brigadianos atiraram.

Pioneiro – A arma tinha registro. Seria ingenuidade da Brigada plantar arma com registro. Nenhum de vocês tinha arma?

Tiago – Não. Não tínhamos nada.

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