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sexta-feira, 21 de março de 2014

MORTES NA SERRA


ZERO HORA 21 de março de 2014 | N° 17739

Tiros foram disparados de fora para dentro de Fiorino

Perfurações na lataria e no vidro sugerem que jovens estavam no baú de veículo e não atiraram em PMs



Peritos não identificaram marcas de tiros que tenham partido de dentro para fora do bagageiro da caminhonete Fiorino que era ocupada por quatro amigos na madrugada de domingo, em Bento Gonçalves, na Serra. Dois deles morreram após serem baleados por policiais militares. Apenas foram localizadas no veículo marcas de tiros de fora para dentro. A informação é do coordenador da 2ª Coordenadoria Regional do Departamento de Perícias do Interior (DPI), Airton Kraemer.

Odepartamento deu como concluído o levantamento pericial na Fiorino na tarde de terça-feira. O laudo, porém, deve ser emitido pela perícia em 30 dias.

Segundo Kraemer, a caminhonete foi atingida com dois tipos de armas: uma curta e outra longa. Elas foram utilizadas pelos PMs como reação a disparos que supostamente partiram da Fiorino. Os projéteis que transfixaram o vidro e a carroceria do veículo foram recolhidos no bagageiro. Na oportunidade, morreram Anderson Styburski, 16 anos, e Danubio Cruz da Costa, 20 anos, que estavam no baú.

Essas informações preliminares, contudo, não descartam a hipótese investigada pela Polícia Civil de que tiros tenham sido deflagrados da cabine do veículo. Nesse caso, a autoria recairia com mais chance sobre o motorista ou o carona, já que os passageiros do bagageiro teriam campo de visão restrito, reduzido à janela de comunicação com a cabine.

Segundo os PMs, o revólver calibre 38 apreendido na Fiorino estava no bagageiro da caminhonete, sob uma mochila, e contava com dois tiros deflagrados. Nesse tipo de arma, o cartucho não é descartado no momento do disparo e fica retido no tmbor do revólver. Outro ponto a que a perícia se ateve foi quanto às digitais colhidas na lataria da Fiorino e objetos do interior, como capacetes. Esse exame pode embasar a versão de parentes das vítimas de que o bagageiro do veículo foi mexido por policiais antes da chegada da perícia, com a arma tendo sido plantada nesse compartimento.

– Não divulgaremos laudos preliminares à polícia. Como se trata de um caso delicado e controverso, vamos tratá-lo com todo cuidado e remeteremos o laudo só quando concluído, daqui a 30 dias. Tanto o levantamento do local do crime quanto da Fiorino serão encaminhados juntos – contextualiza Kraemer.





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