Crime de Madureira expõe batalhão da polícia com histórico de violência. Dois dos três acusados acumulam autos de resistência, assim como PMs condenados pela chacina de Vigário Geral, em 1993
GUSTAVO GOULART
O GLOBOPublicado:22/03/14 - 7h00
Os PMs envolvidos no caso de Cláudia Ferreira: eles são do 9º BPM, conhecido pela truculência, e já foram soltos pela Justiça Marcelo Carnaval / Agência O Globo (19-3-2014)
RIO — Os três policiais militares envolvidos no caso da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira — que, depois de baleada, caiu da caçamba do carro da polícia e foi arrastada pelo asfalto por 350 metros — são lotados no 9º BPM (Rocha Miranda), unidade já conhecida no Rio por um histórico de violência. Eram do mesmo batalhão os policiais que ficaram conhecidos como Cavalos Corredores, condenados pela chacina de Vigário Geral, em que 21 pessoas — oito delas evangélicos de uma mesma família — foram executadas em 1993.
Na época do massacre na favela da Zona Norte, um levantamento revelou que os PMs do batalhão acumulavam uma grande quantidade de autos de resistência (mortes em confrontos). Os subtenentes Rodney Miguel Archanjo e Adir Serrano Machado, acusados no caso da auxiliar de serviços gerais, também estão envolvidos em processos semelhantes: cada um responde, respectivamente, por três e 13 autos de resistência. O terceiro acusado, o sargento Alex Sandro da Silva Alves, não está envolvido em autos decorrentes de mortes em confronto.
O problema do envolvimento de PMs em vários autos de resistência, revelado pela chacina de Vigário Geral, gerou uma grande investigação sobre o assunto na época, logo depois do crime. Comandante do 9º BPM à época, o coronel da reserva Emir Larangeira, que foi inocentado da acusação de ter criado o grupo Cavalos Corredores, tem sua explicação para a fama de truculência dos policiais do 9º BPM.
— Posso explicar por que o 9º é o mais agressivo. Na minha época, era o recordista de mortes de PMs em serviço. Quem morre mais mata mais também — diz Larangeira.
O 9º BPM, que chegou a ser responsável por uma área de 83 favelas, foi desmembrado em 2010. Hoje tem responsabilidade sobre 17 bairros.
Os PMs envolvidos no caso de Cláudia Ferreira: eles são do 9º BPM, conhecido pela truculência, e já foram soltos pela Justiça Marcelo Carnaval / Agência O Globo (19-3-2014)
RIO — Os três policiais militares envolvidos no caso da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira — que, depois de baleada, caiu da caçamba do carro da polícia e foi arrastada pelo asfalto por 350 metros — são lotados no 9º BPM (Rocha Miranda), unidade já conhecida no Rio por um histórico de violência. Eram do mesmo batalhão os policiais que ficaram conhecidos como Cavalos Corredores, condenados pela chacina de Vigário Geral, em que 21 pessoas — oito delas evangélicos de uma mesma família — foram executadas em 1993.
Na época do massacre na favela da Zona Norte, um levantamento revelou que os PMs do batalhão acumulavam uma grande quantidade de autos de resistência (mortes em confrontos). Os subtenentes Rodney Miguel Archanjo e Adir Serrano Machado, acusados no caso da auxiliar de serviços gerais, também estão envolvidos em processos semelhantes: cada um responde, respectivamente, por três e 13 autos de resistência. O terceiro acusado, o sargento Alex Sandro da Silva Alves, não está envolvido em autos decorrentes de mortes em confronto.
O problema do envolvimento de PMs em vários autos de resistência, revelado pela chacina de Vigário Geral, gerou uma grande investigação sobre o assunto na época, logo depois do crime. Comandante do 9º BPM à época, o coronel da reserva Emir Larangeira, que foi inocentado da acusação de ter criado o grupo Cavalos Corredores, tem sua explicação para a fama de truculência dos policiais do 9º BPM.
— Posso explicar por que o 9º é o mais agressivo. Na minha época, era o recordista de mortes de PMs em serviço. Quem morre mais mata mais também — diz Larangeira.
O 9º BPM, que chegou a ser responsável por uma área de 83 favelas, foi desmembrado em 2010. Hoje tem responsabilidade sobre 17 bairros.
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