ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quinta-feira, 20 de março de 2014

O QUATRO DESAFIOS DO NOVO CHEFE DE POLÍCIA

ZERO HORA 20 de março de 2014 | N° 17738

MAURICIO TONETTO

MUDANÇA DE COMANDO

Os quatro desafios do novo chefe de Polícia. 
O delegado Guilherme Wondracek pretende trabalhar com órgãos federais de inteligência durante a Copa


À frente de quase 6 mil servidores, o novo chefe da Polícia Civil, delegado Guilherme Wondracek, 47 anos, tem ao menos quatro importantes desafios a partir de hoje, quanto toma posse no lugar de Ranolfo Vieira Junior, que deixa o cargo para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa pelo PTB. O primeiro deles é mostrar que o Rio Grande do Sul tem condições de receber milhares de turistas e garantir que eles circulem pelas ruas, gastem dinheiro e se divirtam com segurança durante a Copa do Mundo.

De acordo com Wondracek, a polícia trabalhará integrada com Exército, Polícia Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Brigada Militar e Polícia Rodoviária Federal para investigar vândalos e assaltantes e limitar a atuação deles em manifestações durante a Copa:

–A polícia já está se preparando junto aos outros organismos de segurança e inteligência para fazer uma Copa tranquila. O grande número de pessoas de fora, com dinheiro, vai aguçar a vontade dos que vivem disso.

Os demais desafios são velhos conhecidos dos gaúchos e preocupam de diferentes formas: corrupção pública, roubo de veículos e homicídios. No primeiro, o caminho apontado por Wondracek é o investimento em um laboratório de investigação contra a lavagem de dinheiro, com equipe própria. Investigação, aliás, que foi uma das principais marcas de sua gestão na direção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e deve balizar as ações na Chefia de Polícia durante seu comando. Os outros crimes serão atacados com o incremento de 700 novos policiais aprovados em concurso e ajustes pontuais em delegacias. Ainda não há data para a nomeação.

– Nosso objetivo é usar a ferramenta (laboratório) com inteligência para dar um suporte à investigação cotidiana, que é o que estou acostumado a fazer. Queremos combater sobremaneira também o roubo de veículos, que é uma chaga que nas grandes cidades e no Interior. É uma coisa que assusta a todos nós. Há um estudo que mostra que 89% dos furtos e roubos de veículos se concentram em pouco mais de 20 cidades. Elas serão o foco.

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