ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quinta-feira, 27 de março de 2014

O BICO E O TE VIRA

O SUL Porto Alegre, Quinta-feira, 27 de Março de 2014.



WANDERLEY SOARES


O simplismo de Beltrame chegou a ser considerado como modelo aqui no RS

Há dois anos, o secretário da segurança do Rio de Janeiro, o gaúcho José Mariano Beltrame, expôs na Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública, na Assembleia Legislativa do RS, sua forma de pensar e "tocar" a segurança carioca. Beltrame defendeu a oficialização do "bico e o te vira" para a Polícia Militar como formas paliativas de resolver a questão naquele Estado. O presidente da AsofBM (Associação dos Oficiais da Brigada Militar), José Carlos Riccardi Guimarães, contraditou Beltrame apontando que tal projeto deteriorava a caótica situação da PM. "É a contramão do que acreditamos. Temos de desestimular o bico e melhor aparelhar as PM's com infraestrutura e salários. Vida digna." Argumentou Riccardi que o "bico e o te vira" são os primeiros passos para a formação das milícias criminosas. Agora, o fracasso do projeto de Beltrame, que chegou a ser examinado como melar pelo governo gaúcho, confirmou o que acenou Riccardi há dois anos


Polícia pacificadora


Recebi em minha torre mensagem do advogado criminalista e delegado de polícia aposentado Nelson Soares de Oliveira: "Aquela cena (TV Globo), durante a ocupação das favelas, no Rio, em que se viu um bando armado que se escapava da operação policial, para mim, era indicativo seguro de que essa bobagem de ?polícia pacificadora' era um engodo destinado ao fracasso em médio prazo. Não existe polícia pacificadora porque não existe repressão criminal pacificadora. O instrumento da pacificação é a educação e o papel da polícia é a contenção da criminalidade objetivamente considerada. Tudo deveria fazer parte de um projeto estratégico, que não existe. De um projeto nacional integrado e integrador, que não existe. Tudo o que existe, como sabemos nós, nos muros, da tua torre, é o improviso hipócrita dos governantes cuja arrogância impede os mais simples raciocínios sobre o tema. Com 80% de toda a produção de maconha do Paraguai (conforme o ministro do interior guarani) consumida no Brasil, mediante tráfico com fronteiras abertas para a cocaína da Colômbia, o mundo do crime se capitaliza vigorosamente, alheio a qualquer crise financeira mundial ou regional ou brasileira e se mostra capaz de sustentar o tráfico de armas e gerar a mortandade de inocentes em níveis epidêmicos. A guerra da segurança pública empacou numa vitória de Itararé. Triste realidade do nosso amado País. Abraços"


Mulheres


O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) lançará hoje duas pesquisas que abordam a questão da violência contra as mulheres. O evento ocorrerá na sede do Instituto, em Brasília. O primeiro estudo é o Sips (Sistema de Indicadores de Percepção Social), sobre o tema tolerância social à violência contra as mulheres. A pesquisa de campo obteve, por exemplo, opiniões sobre a pertinência ou não de intervenção estatal em brigas de marido e mulher, e sobre se comportamentos femininos supostamente influenciam casos de agressão e estupro. Em seguida, será apresentado um estudo com uma radiografia sobre o estupro no Brasil e os condicionantes associados à vitimização recorrente; às consequências para as vítimas; e ao tratamento oferecido pelo SUS. Trata-se do primeiro estudo quantitativo nacional que trata desta temática.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O bico é o maior atentado contra a pessoa do policial, contra a justiça criminal e contra a segurança da população. O bico sequestra a folga, o lazer, o convívio familiar, o preparo e a saúde dos policiais; o bico alicia uma atividade essencial e auxiliar da justiça; e o bico prejudica o preparo técnico e físico, as condições emocionais, a segurança do policial e a dedicação exclusiva que deveria ser priorizada à defesa da população. Quem defende o bico não tem noção dos limites do ser humano, especialmente, nas pessoas que trabalham em condições de alto risco de morte, estresse e decisões de inopino.

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