ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

EX-MULHER DE PRESO PEDE PERDÃO DE JOELHOS À FAMÍLIA DE PM MORTO

EXTRA 14/02/14 12:52

Ex-mulher de preso se ajoelha e pede perdão à família de PM do Bope morto na Baixada

Ex-mulher se ajoelha diante de irmão da vítima Foto: / Cléber Júnior/ Extra


Cintia Cruz


A ex-mulher de Aníbal João Valente Junior, preso acusado pelo assassinato do cabo do Batalhão de Operações Especiais Sidnei Dias Simão, se ajoelhou e tentou pedir perdão à família do policial. Ela compareceu nesta sexta-feira na Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense e disse ao irmão da vítima que “só pensou no policial quando soube do crime”. Na ocasião, Sidnei, que fazia a segurança do coordenador do grupo AfroReggae, José Júnior, estava de folga .

— Assim que soube do fato, pensei no seu irmão, nem no meu ex-marido eu pensei. Ele não é marginal, ele é trabalhador, pai de família e ele não fugiu — disse a mulher, que não quis se identificar.

O irmão do PM aceitou o pedido de desculpas e disse que só o fazia “porque a família é evangélica”. Mas afirmou à mulher que Aníbal tem que pagar pelo que fez.


Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo



— Você tem o meu perdão. Mas isso não pode ficar impune. Meu irmão tinha orgulho de ser policial e de ser do Bope. O sofrimento é enorme. Não como nem durmo há cinco dias.

O crime aconteceu no dia 2 deste mês, um domingo. O cabo tentava impedir a fuga de um motorista após um acidente no Centro de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que deixou um idoso ferido. Alertado pelos pedestres que o motorista de 19 anos estava escapando, Sidnei correu atrás do rapaz até um posto. Ali, o segurança, um policial que estava de folga, disparou vários tiros em sua direção.

Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo



O coordenador do AfroReggae divulgou uma carta lamentando a morte em que diz que “nunca antes chorou por um policial do Bope”. Leia a íntegra abaixo:

“Choro por um cara do Bope

Já chorei pela perda de muitas pessoas: parentes, amigos, artistas, ídolos, pessoas que nunca vi, mas nunca antes chorei por um policial do Bope.

Descobri que as lágrimas e a dor são as mesmas. O vácuo que fica é igual ao de qualquer pessoa que parte e deixa saudades. Engraçado que as pessoas parecem achar normal um cara, por se vestir de preto, ser morto. É como se fosse normal elas terem uma certa insensibilidade. Talvez eu também achasse, há dez anos, mas, nesses últimos cinco dias, a nossa instituição, nossa equipe de segurança e a Core estamos muito entristecidos. Devo ressaltar que todos, inclusive aqueles que foram da "vida errada", estão arrasados com a perda do nosso amigo e irmão.

Simão, ou melhor, Neném - como a sua mãe gosta de chamá-lo - era um excepcional filho/irmão/pai/noivo/amigo/policial e o último item era segurança do "José Junior". Não vamos dar valor a esse item, porque ele era muito mais do que meu segurança.

As imagens que eu vi, e que provavelmente serão divulgadas, são de uma covardia e maldade absurdas. O que fizeram ao Cabo Sidnei Dias Simão irá chocar aqueles que amam o próximo e respeitam os Direitos Humanos. Nosso amigo rastejou pra viver. Ele morreu na sua hora de folga, para ajudar um idoso. Simão, para mim, é um herói! Um cara inesquecível que vou carregar para o resto da minha vida como Vladmir, Bigu, Evandro, Rafael e tantos outros.

Quem diria que um dia “o cara" do AfroReggae iria chorar por um caveira. Pois é, esse dia chegou há cinco dias, e desde então ele não para de chorar.

As crianças mais novas perguntaram por você e eu disse que agora você estava cuidando da gente lá do céu.

Do amigo de hoje e sempre,

José Junior.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário