ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

segunda-feira, 28 de março de 2011

RODOVIAS - DROGAS, PROSTITUIÇÃO, CORRUPÇÃO E FIRULAS

Cocaína é comprada com cartão de crédito na beira de estradas do país. Fantástico percorreu 9,7 mil quilômetros, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, dentro de um caminhão. E flagrou imagens de prostituição, corrupção de policiais e tráfico de drogas. FANTÁSTICO, REDE GLOBO, 28/03/2011

Durante três semanas, a equipe do Fantástico cruzou o Brasil na boleia de um caminhão! Foram quase dez mil quilômetros, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Flagramos de tudo! Barbeiragens terríveis, venda livre de drogas, corrupção policial e saques em caminhões acidentados. A reportagem mostra uma viagem por estradas que são terras de ninguém.

É uma barbeiragem atrás da outra. Os acidentes se multiplicam. Em Minas Gerais, a carga é saqueada na frente da equipe do Fantástico.

Para registrar flagrantes como os mostrados em vídeo, o Fantástico percorreu 9,7 mil quilômetros, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, dentro de um caminhão. Uma das constatações mais graves: drogas são vendidas livremente, na beira da estrada, e em postos de gasolina.

Cocaína tem até no cartão de crédito! O Fantástico revela também as falhas da fiscalização. E o que chegaram a dizer, em reuniões fechadas, duas autoridades que deveriam zelar pela segurança nas estradas. Tem até pedido pra aliviar multas de políticos.

Cocaína paga com cartão

São Paulo é o ponto de partida dessa reportagem especial. Viajamos num caminhão vazio, sem carga. Um produtor do Fantástico simula ser o ajudante do motorista. Outra parte da equipe vai num carro.

Perto do maior terminal de cargas da Grande São Paulo, na rodovia Fernão Dias, em Guarulhos, prostitutas se oferecem no meio da rua em troca de droga.

“Dá um dinheirinho pra gente pegar um pó pra gente acordar de verdade. Vocês não se arrependem, não”, diz uma mulher.

De repente, um homem aparece. Ele não diz quem é. Mas o tom é de ameaça. “Quero saber o que está acontecendo aqui”, afirma . A conversa tem que ser mais discreta. “Policiais estão por perto”, diz ele.

Nossa equipe vai embora logo depois. Em três semanas, passamos por estradas federais de 11 estados.

De São Paulo, fomos até Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, fronteira com Argentina e Uruguai.
De lá, seguimos para o extremo oposto do Brasil - Natal, Rio Grande do Norte. De lá, voltamos para a capital paulista.

Geralmente, quem oferece drogas são os funcionários dos postos de combustíveis.

Em um da BR-101, em Itajaí, Santa Catarina o frentista quer vender cocaína.

Frentista : Quer pó?
Repórter: Tem pó? cocaína, né?
Frentista: É

O frentista diz que, depois do serviço, vai se encontrar com traficantes e que três caminhoneiros já encomendaram. Nosso produtor simula interesse.

Produtor: Tu leva onde eu estou?
Frentista: Onde que você vai estar?
Produtor: Naquele posto mais para trás.
Frentista: É para ali mesmo que eu vou entregar para os caras. Tem 3 me esperando.

O frentista ficou de levar a cocaína para outro posto. A equipe do Fantástico não vai comprar a droga. Só quer saber se ele vai cumprir com o combinado. À meia-noite, o frentista aparece, como havia prometido.

Em Itajaí, fica um dos maiores portos do país - o que explica a grande quantidade de caminhoneiros na região.

Fomos a outro posto de combustível - ainda na BR-101. Não demora muito e a cocaína aparece.

Repórter: Deixa eu ver. De quanto que é esse?
Frentista: R$ 50.
Repórter: R$ 50? Eu vou passar ali, tirar um dinheiro do caixa eletrônico.

Quando já íamos embora, o frentista insiste. É naquele posto de Itajaí onde se vende cocaína no cartão de crédito.

Frentista: Não quer passar aqui no posto? Que cartão que é?

Durante o dia, logo cedo, voltamos ao posto e encontramos o mesmo frentista vendendo cocaína.

Repórter: A qualquer hora do dia que eu venho aqui, eu posso pegar cocaína?
Frentista: Pode. Só chegar aí.
Repórter: Eu posso passar o cartão ali dentro?
Frentista: É. Eu peço pra passar ali.

Prostituição em Uruguaiana (RS)
Chegamos a Uruguaiana, fronteira com a Argentina. Na cidade gaúcha, fica o maior porto seco da América Latina. No imenso terminal de cargas, há caminhoneiros de todo o Brasil.

Quando anoitece, as casas de prostituição lotam. Contamos mais de 50. Há garotas de programa que aparentam ser menores. Mas, quando perguntamos a idade, a resposta é a mesma: 18 anos.

Segundo o Ministério Público, até uma menina de 11 anos já foi encontrada no local fazendo programas. As menores costumam ficar em locais escondidos - diz um caminhoneiro.

Repórter: Eu encontro umas novinhas pra lá? Umas de 15, 16 anos?
Caminhoneiro: Encontra. Lá, no terminal. Só que eles não te conhecem.
Repórter: Não vão apresentar assim?
Caminhoneiro: Ah, não vão, não vão.

Na região, também há muita oferta de droga, como cocaína.

Com cinco anos de profissão, um caminhoneiro tenta largar a cocaína e se internou numa clínica. “Em todo lugar, você acha. Fora a prostituição. Aí, vêm os amigos: ’pô, dá um tirinho pra tu trabalhar mais um dia’. Depois que eu comecei, eu não parei mais”, lamenta.

Há 10 anos, o médico Anthony Wong desenvolve um trabalho de controle de uso de drogas em mais de 200 empresas.“A área de transporte é a área mais crítica. É onde o caminhoneiro está sob stress ou sob intensa pressão”, diz o toxicologista.

O laboratório dele faz mais de três mil testes de urina por mês.

“Do ano passado para cá, nós detectemos que a primeira droga a ser utilizada é justamente a cocaína. A imensa maioria dos acidentes hoje não são mais devido às condições da rodovia; 70% por causa de efeitos de substâncias químicas no cérebro, principalmente uso de drogas”, acrescenta o médico.

Drogas na estrada causam acidentes

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, no ano passado foram 7.798 acidentes envolvendo caminhões nas estradas federais. Média de 21 por dia, quase um por hora. Ao todo, 2.885 pessoas se feriram. E 317 morreram só nos acidentes com caminhões.

Na BR-476, perto de União da Vitória, no Paraná, um acidente acaba de acontecer.
“Eu vinha descendo, aí derrapou na pista, aí segurei no freio e começou a derrapar. Aí, não consegui segurar mais”, afirmou Arlindomar Nunes, caminhoneiro que provocou o acidente.

O caminhoneiro - que tem 25 anos de profissão e não aparentava ter usado drogas - invadiu a pista contrária e bateu de frente numa carreta. Um outro caminhão e um ônibus não conseguiram frear.

O ônibus, com 15 passageiros, tombou. Quinze minutos depois, o resgate chega.

Em três semanas de viagem, a rodovia onde mais flagramos acidentes foi a Fernão Dias, principal ligação entre São Paulo e Minas Gerais.

Perto de Belo Horizonte, há um congestionamento. O resgate segue em alta velocidade. É um acidente com um caminhão. Flagramos o momento exato em que uma carga de sucos é saqueada. As pessoas se arriscam para atravessar a pista.

“São três bombeiros só e essa multidão saqueando. Não tem como fazer nada”, diz o Cabo Vanderlei José de Araújo, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

A Polícia Rodoviária Federal ainda não tinha chegado ao local. O Fantástico teve que deixar o local e alguns saqueadores ameaçaram a nossa equipe.

Anoitece. Prostitutas cercam o nosso caminhão, na BR-381, perto de Ipatinga, em Minas.

Três, que aparentam ser menores, puxam conversa com o nosso produtor que simula ser ajudante de caminhoneiro.

Repórter: Quanto que é o programa?
Prostituta: R$ 10.

Uma das jovens vende pedras de crack por R$ 10 e diz que muitos caminhoneiros compram na no local. Um caminhoneiro diz que já usou cocaína e crack. Agora, se recupera numa clínica.

“Adrenalina alta, vontade de usar mais e chegar no objetivo em pouquíssimo tempo. São Paulo-Rio, numa viagem de seis horas, fazia em 3 horas e 20 minutos. Só parava no posto para comprar mais droga”, assume um caminhoneiro, sem se identificar.

Drogado, ele já provocou um acidente grave. Não houve mortes, mas foi por pouco.

“Eu entrei num pânico, que eu estava sendo perseguido por alguém. Poderia ter matado uma família inocente”, reconhece o motorista.

“Vem um caminhão e o motorista drogado vê duplicidade nesse caminhão. Ele não sabe qual é o caminhão real e o virtual. Além disso, ele vai ter em determinado momento uma alucinação. Ele vai ver um bicho, uma pessoa que não está presente”, diz Dirceu Alves Junior, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.

Também flagramos a venda de crack na BR-101, perto de Maceió, Alagoas. Ao lado do traficante, várias crianças.

Desde 2008 - em parceria com a Polícia Rodoviária Federal - a faculdade de medicina da USP faz pesquisas sobre uso de drogas por motoristas de caminhão. Nessa pesquisa, feita com caminhoneiros na estrada, a droga mais consumida ainda é a anfetamina - chamada de rebite ou arrebite.

“Elas são estimulantes do sistema nervoso central. A pessoa fica mais alerta. Ela acha que ela pode fazer o que ela quiser no trânsito”, diz a professora Vilma Leiton, da Faculdade de Medicina da USP.

Anfetamina vendida pelo telefone

Durante nossa viagem de quase 10 mil quilômetros, sempre nos ofereceram o mesmo arrebite: o Desobesi, medicamento de venda controlada, inibidor de apetite.

Em um posto, na BR-116, em Campina Grande do Sul, Paraná, a anfetamina é vendida na farmácia, sem receita.

Funcionário da farmácia: R$ 25 a cartela.
Repórter: R$ 25? Posso ver? Quantos vêm?
Funcionário da farmácia: 15

Existe até disque-entrega de arrebite. Funciona em um posto da BR-116, na cidade de Poções, Bahia.

Frentista: Eu ligo pra minha mulher mandar o mototáxi trazer.
Repórter: É longe?
Frentista: Não, é rapidinho. Uns 5 minutos já está aqui.

Para o Fantástico tentar flagrar a negociação, a gente simulou que o nosso carro quebrou.
Não demora muito e comprovamos: o disque-arrebite funciona.

Em um posto de gasolina na BR-381, em Campanha, Minas, compra-se anfetamina no Posto Alvorada no cartão de crédito, e sem receita médica. O funcionário ainda faz uma recomendação: “Você toma um. Depois de umas três horas, começa a dar o sono de novo, toma outro”.

“Teve um motorista que tomou tanta anfetamina e viu tanta bruxa no meio da estrada, que a carga dele que era de televisores, quebrou toda”, contou Vilma Leiton, professora da faculdade de Medicina da USP.

“É a lei da sobrevivência. Os horários e as premiações fornecidas pelas empresas que contratam os caminhoneiros estão obrigando eles a recorrer a esses entorpecentes para poder cumprir esses compromissos”, diz o presidente da Federação Nacional de Caminhoneiros Autônomos, Diumar Bueno.

Sobre a jornada de trabalho, os empresários têm uma proposta.

“A empresa séria não está explorando ninguém. O motorista dirige oito horas durante o dia, podendo chegar até dez horas. Ele teria que ter dez horas de descanso intrajornada. E, a cada quatro horas dirigida, ele teria que obrigatoriamente parar 30 minutos para um descanso”, destaca o diretor da Confederação Nacional do Transporte, Flávio Benatti.

No Nordeste, encontramos cenas de miséria. Em Rio Tinto, Paraíba, um lixão é a fonte de renda de crianças e idosos.

Um menino diz que não dá tempo de brigar. Em brejões, Bahia, famílias reclamam da fome. Ana Maria de Jesus, de 88 anos, diz que os motoristas têm ajudado muito.

Mesmo passando por 11 estados, durante três semanas, nosso caminhão foi parado uma única vez. Foi no posto da Polícia Rodoviária Federal da BR-290, a 50 quilômetros de Porto Alegre.

O policial apenas olha o documento. E nem verifica se o caminhão está carregado.

O carro em que viaja parte da nossa equipe também foi parado uma só vez, em um posto da Polícia Rodoviária Estadual, na via costeira, em Natal, Rio Grande do Norte. O PM fala que seremos multados por causa dos vidros escuros. Sem saber que se trata de uma reportagem, o policial pede ao nosso motorista que o acompanhe.

Policial: São de onde?
Repórter: De São Paulo. Eu sou turista.

Dentro do posto, ele pede propina.

Policial: Vou dar um jeito aqui para quebrar seu galho, entendeu?
Repórter: Tá bom.
Policial: Você desenrola ai?
Repórter: Quanto que é o café? R$ 15 tá bom?
Policial: Tá.

O policial coloca o dinheiro no bolso. O Fantástico vai encaminhar a denúncia às autoridades do Rio Grande do Norte.

“Ele vai ter o direito da ampla defesa e do contraditório e no final, será dado o veredito pelo comando da corporação”, disse o comandante geral da PM no Rio Grande do Norte, o Coronel Francisco Araújo.

Cúpula da Polícia Rodoviária comprometida

E como agem alguns dos integrantes da cúpula da Polícia Rodoviária Federal? O Fantástico obteve gravações de duas reuniões.

Uma, com o coordenador geral de operações, Alvarez Simões; e outra, em áudio, com o superintendente do Ceará, Ubiratan Roberto de Paula.

Para cerca de 30 policiais, em 2006, o superintendente do Ceará fala de um deputado federal, que teve o carro apreendido e ficou furioso. Ele não revela o nome do político. “Isso vai repercutir lá dentro do Congresso Nacional”, diz na gravação.

Ubiratan Roberto de Paula pede aos colegas uma tolerância especial antes de multar políticos e empresários, chamados de parceiros.“Um parceiro. O que é isso? Você ter uma tolerância. Eu estou pedindo pra vocês tolerarem uma pessoa inabilitada? Eu não estou pedindo. Mas que vocês usem o bom senso”, afirmou

Procuramos Ubiratan de Paula quarta-feira passada. No mesmo dia, ele pediu demissão do cargo. Alegou motivo de saúde e disse que jamais solicitou a qualquer policial que não aplicasse multa.

Alvarez Simões, do primeiro escalão da Policia Rodoviária Federal. O coordenador geral de operações fala em uma reunião só com policiais, em novembro passado (veja no vídeo).Entre os assuntos, o envio de policiais rodoviários para ajudar no combate a criminosos e na ocupação do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro.

“A gente vive dessa imagem, dessa imagem que, quem é especialista sabe, não resolve. O que resolve é a coisa paulatina, todo dia. Mas, para dar uma resposta para opinião publica, tem que fazer a firula. Então, estamos lá fazendo a firula com todo mundo”, assume.

No dicionário, firula quer dizer rodeio, floreio. Procurado pelo Fantástico, o coordenador geral deu a seguinte explicação.

Alvarez Simões: Firula é um jargão nosso, um jargão interno, que diz respeito a uma atividade diferenciada com maior número de efetivo, que tem como objetivo mostrar uma presença maior. Para que a sociedade sinta essa percepção de estar segura.
Repórter: Não é no sentido pejorativo, então?
Alvarez Simões : De modo algum.

Em nossa viagem, passamos por mais de 70 postos da Polícia Rodoviária Federal. Não vimos ninguém sendo fiscalizado.

Além disso, o Fantástico encontrou três postos em completo abandono. Em um deles, em Terra de Areia, Rio Grande do Sul, a impressão é que as pessoas saíram às pressas, deixando para trás papelada e peças de bafômetros. Aparentemente eram peças novas, abandonadas, jogadas.

“O relato de todos os colegas, Brasil afora, é que a Policia Rodoviária Federal, infelizmente está parada, em virtude da falta de efetivo e a falta de planejamento administrativo”, afirma Tássio Melo da Silveira, presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais.

Em postos de Sergipe, Paraíba e Pernambuco, carros apreendidos - que deveriam ser leiloados - ficam esquecidos nos pátios. Um deles fica em Aracaju.

É impressionante como o mato já tomou conta de todo o local. A direção geral da Polícia Rodoviária Federal não quis gravar entrevista. Escalou para falar o coordenador Alvarez Simões - o mesmo que aparece na gravação falando em firula.

“O efetivo é muito abaixo da demanda. O nosso efetivo hoje gira em torno de nove mil policiais. Qualquer estrada é vulnerável. Os números demonstram essa fiscalização. Diariamente, são mais de 25 mil procedimentos de fiscalização, são mais de 80 toneladas de apreensão de maconha por ano. Mais de 100 toneladas de cocaína”, explica.

A Polícia Rodoviária Federal é subordinada ao Ministério da Justiça. Mostramos para o ministro os flagrantes de venda de drogas e de postos abandonados. Ele também viu as duas gravações obtidas pelo Fantástico.

“A postura que foi aqui vista das autoridades que dirigem este órgão é realmente inaceitável. Abriremos apuração devida através de sindicância e abriremos processos disciplinares para punir autoridades que não se comportam a altura das responsabilidades que a instituição exige”, afirma o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

Durante essa reportagem, encontramos dezenas de maus exemplos. Já o seu Nilton Clemente Mina diz que nunca se envolveu em acidentes nem usou drogas. Está há 28 anos na estrada e o filho dele já decidiu: vai seguir os passos do pai.

Repórter: Qual a primeira dica que o senhor passou pra ele já?
Caminhoneiro Nilton Clemente Mina: primeiro, ter cuidado. Não adianta botar muita pressão demais e ai depois não aguentar. Aí, acontecem os acidentes.

“Nós não temos uma fiscalização adequada, nós não temos um controle de saúde desses indivíduos”, diz Dirceu Rodrigues Alves Junior, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.

“Droga. Isso é a principal causa de acidentes que está matando os nossos motoristas nas estradas”, destaca o toxicologista Anthony Wong.

Neste domingo a assessoria do ministro da Justiça José Eduardo Cardoso informou que Alvarez Simões, o coordenador de operações da Polícia Rodoviária Federal, foi exonerado. Simões apareceu na reportagem dizendo que o envio de policiais rodoviários para ajudar na ocupação do Morro do Alemão, no Rio, teria sido uma firula.


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