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sábado, 26 de março de 2011

PISCA-ALERTA - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL MOVIMENTOU MAIS DE DOIS MILHÕES

Operação Pisca-Alerta - Operação PF: apenas um policial rodoviário movimentou R$ 2,4 milhões na sua conta bancária - o globo, 25/03/2011 às 13h53m - Antonio Werneck


RIO - Nove policiais rodoviários federais, três deles com postos de comando na Terceira Delegacia Regional da Polícia Rodoviária Federal, em Angra dos Reis, responsável pelo policiamento de mais de cem quilômetros de asfalto na BR-101/Sul (Rio-Santos), já foram presos suspeitos de corrupção em operação deflagrada na madrugada desta sexta-feira por policiais federais do Rio. Apenas um dos policiais rodoviários movimentou cerca de R$ 2,4 milhões na conta corrente em cinco anos. A PF acredita que o dinheiro seria fruto de propina.

A investigação identificou uma rede formada por patrulheiros rodoviários que criavam dificuldades para empresários e motoristas de caminhão para recolher propina. Os pagamentos eram sistemáticos. A BR-101/Sul é estratégica com grande movimentação de veículos e caminhões que deixam o porto de Sepetiba, além de ser o principal acesso ao complexo das usinas nucleares de Angra dos Reis.

Deflagrada por policiais do Rio e de Angra, que investigavam o grupo desde 2009, a Operação Pisca-Alerta é para cumprir dez mandados de prisão (todos policiais rodoviários federais) e 20 de busca e apreensão. Um dos policiais que teve o mandado de prisão expedido foi assassinado durante um suposto assalto na Rodovia Presidente Dutra, na altura de Duque de Caxias.

A investigação começou em 2009 depois que um caminhoneiro, com documentação em dia, teve seu caminhão parado pelos patrulheiros em Angra dos Reis e lá permaneceu por mais de duas horas. Quando foi liberado, procurou a Delegacia da PF em Angra dos Reis, relatando que ficara retido até pagar propina.

Através de nota, a PRF informou que "as prisões ocorridas nesta manhã são fruto de investigações e ações integradas entre a PF e a PRF. Os fatos que geraram as prisões ocorreram em 2009 e 2010".

Em setembro do ano passado, a cúpula da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Rio foi afastada , depois que uma investigação também da Polícia Federal apontou o envolvimento de agentes em um esquema de liberação de veículos em situação irregular apreendidos na Via Dutra. Os dez envolvidos foram denunciados pelo Ministério Público.

A Operação Pisca-Alerta acontece mais de 40 dias depois da Operação Guilhotina, também deflagrada pela PF, que resultou na prisão de cerca de 30 policiais civis e militares suspeitos de envolvimento em diversos crimes e na saída do então chefe da Polícia Civil, delegado Allan Turnowski .

Entre os presos na Operação Guilhotina está o ex-subchefe de Polícia Civil, delegado Carlos Antônio Luiz de Oliveira, suspeito de fazer parte de uma quadrilha ligada ao desvio e venda de armas a traficantes. Ultimamente, ele atuava como subsecretário de Operações da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop).

As investigações que culminaram na Operação Guilhotina começaram em 2009. Através de escutas autorizadas pela Justiça, os agentes federais descobriram que os policiais em vez de prender, costumavam roubar os próprios traficantes, além de avisá-los sobre as operações da polícia nas comunidades. Pelo menos nove policiais civis e militares foram flagrados saqueando bens, dinheiro e pertences de moradores e traficantes dos Complexos da Penha e do Alemão, recentemente ocupado para a implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

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