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terça-feira, 29 de março de 2011

MILÍCIA EM JAGUARÃO/RS

Segurança Pública teria conhecimento sobre suposta milícia em Jaguarão há três meses. Ministra da Igualdade Racial discute com Tarso Genro racismo em abordagens da BM - CORREIO DO POVO/RS - 29/03/2011

A suspeita da existência de uma milícia de policiais militares em Jaguarão, no Sul do Estado, teria sido informada ao secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels, no início do governo, há três meses. Uma sindicância na Corregedoria da Brigada Militar foi aberta e o Ministério Público da cidade, acionado. A atuação da suposta milícia veio a público após a denúncia do estudante de História da Unipampa, o baiano Helder Santos, 25 anos. Ele afirma ter sido agredido por policiais em 5 de fevereiro.

Uma correspondência foi enviada por alguém que se dizia soldado da Brigada Militar (BM) informando sobre a milícia. Airton Michels afirma que a situação preocupa, em especial porque Jaguarão é área de fronteira, local comum de tráfico internacional de drogas e armas.

A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, se reunirá nesta terça-feira com o governador Tarso Genro para discutir formas efetivas de barrar práticas abusivas das forças policiais contra a comunidade negra. Nesta manhã, ela teve um encontro com o vice-governador, Beto Grill. Ele afirma, no entanto, que é difícil que o Estado consiga evitar esse tipo de situação, por se tratar da conduta individual de cada servidor.

Entre os casos discutidos, estão o racismo praticado contra Helder Santos, bem como a morte do boxeador Tairone Silva em Osório pelo policial militar Alexandre Camargo Abe, no início deste mês, e as denúncias de tortura a um jovem do Quilombo Silva em agosto do ano passado.

Helder continua na Capital, aguardando que o Ministério da Educação transfira sua matrícula da Unipampa para a Universidade Federal do Recôncavo Bahiano. A situação comoveu uma moradora da Região Metropolitana de Porto Alegre. Ela procurou a TV Record oferecendo estadia na casa onde vive com a filha ao rapaz. A agente administrativa, de 62 anos, diz que não faltará apoio ao jovem, caso ele aceite a oferta.

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