ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sexta-feira, 25 de março de 2011

INTEGRAÇÃO POLICIAL NÃO ACONTECE POR CULPA DA "MESQUINHEZA" DOS POLÍTICOS

SEGURANÇA PÚBLICA. Ministro da Justiça diz que integração das polícias não acontece por 'mesquinheza' dos políticos - Marcelle Ribeiro, O GLOBO, 24/03/2011 às 18h20m

SÃO PAULO - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse na tarde desta quinta-feira, num seminário para discutir a segurança pública realizado na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), que a integração das polícias não acontece por "mesquinheza" dos politicos, que pensam mais em seus interesses eleitorais do que discutir concretamente um melhor desempenho das políticas de segurança.

Na presença de autoridades do Ministério Público, Cardozo afirmou que os políticos até hoje fazem acordos tácitos com o crime organizado, fingindo que ele não existe.

- O primeiro passo seria reconhecer que o crime organizado existe e precisa ser combatido.

O ministro aproveitou a ocasião para fazer duras críticas ao sistema penitenciário, dizendo que ele vive uma "situação grotesca".

Segundo ele os presídios são "verdadeiras escolas de formação de criminosos", onde pessoas que cometeram crimes de menor potencial ofensivo são colocadas com outros criminosos e, sem alternativa ou por serem obrigadas, acabam entrando em organizações criminosas.

- A reinserção social não é uma característica do nosso sistema penal. Temos situações absolutamente grotescas no sistema penitenciário. Se fala que, no mínimo, 60 mil presos estão hoje em delegacias de polícia, que não são lugares adequados para qualquer tipo de aprisionamento. Esse número pode chegar a 80 mil pessoas - disse o ministro.

Cardozo citou como uma das "aberrações" do sistema penitenciário rebeliões no Maranhão em celas superlotadas, em que vários presos foram degolados.

- Isso se repete quase que cotidianamente, lamentavelmente - disse o ministro.

Cardozo afirmou que para resolver este e outros problemas de segurança pública é preciso uma maior integração entre os entes federativos: União, estados e municípios.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O Ministro precisa falar menos e trabalhar mais. Ficar apenas na retórica apontando as mazelas é chover no molhado e manter a mesma postura passiva e negligente de seus antecessores. A falta de integração não é culpa dos políticos, mas da falta de uma sistema de ordem pública envolvendo todos os instrumentos e processos de coação, justiça e cidadania no combate ao crime, começando por compromissos dos Poderes e alterações estruturais, normativas e salariais no conjunto.

Poderia começar transformando sua pasta em Ministério da Ordem Pública para então elaborar propostas estruturais, ligações ágeis, processos rápidos, fortalecimento das organizações e devido amparo legal às iniciativas contra o crime, a violência e a corrupção. Falar sobre o que já sabemos a séculos não combaterá o crime.

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