ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quarta-feira, 23 de março de 2011

DELEGACIAS - OBRAS PARADAS POR FALTA DE PAGAMENTO


Obras da Segurança ameaçadas. Atraso do governo do Estado de pagamentos a empreiteiras emperra construção e reforma de delegacias da Polícia Civil - CARLOS ETCHICHURY, ZERO HORA 23/03/2011

A crise financeira do Estado atingiu a Segurança Pública. Sem recursos orçamentários para pagar empreiteiras, obras como reformas, ampliações e construções de delegacias arrastam-se desde o final de fevereiro. Consultados por Zero Hora, delegados e agentes temem que a contenção, acentuada nos últimos 15 dias, comprometa operacionalmente a polícia.

Com recursos escassos, a nova Central de Polícia de Canoas, na Região Metropolitana, que funcionará no número 2.730 da Avenida Major Sezefredo Azambuja Vieira, bairro Moinhos de Vento, corre o risco de ficar pela metade. Conforme Laurindo Zandonai, administrador e diretor da empresa responsável pela obra orçada em R$ 3,9 milhões, o Estado não faz repasses desde dezembro:

– Realizamos 70% da obra, compramos 90% dos materiais e equipamentos, mas recebemos menos de 40%. A quinta parcela, que deveria ser paga em dezembro, ainda não foi quitada. E ainda aguardamos desde janeiro pelo reempenho da obra.

De acordo com Laurindo, o ritmo dos trabalhos é lento:

– Estamos praticamente paralisando as obras.

Em Novo Hamburgo, as obras da Central de Polícia também foram atingidas pelos cortes orçamentários. A empreiteira responsável pela reforma de um prédio cedido pela prefeitura aguarda pelo pagamento de R$ 700 mil.

– Já poderiam ter sido feitos os pagamentos, mas prefiro não falar em atraso. A gente tem contatos quase diários com a polícia, que diz que os valores devem ser pagos nos próximos dias – diz Paulo Fagundes, sócio-gerente da empresa responsável pela obra.

Em Barros Cassal, uma antiga reivindicação da comunidade está ameaçada. Apenas R$ 37 mil dos R$ 158 mil necessários para a construção de uma delegacia da Polícia Civil foram liberados. Na cidade de Taquara, a ameaça recai sob a reforma de uma delegacia, orçada em R$ 261 mil – cujos pagamentos à empreiteira estão atrasados.

Fazenda gaúcha sem previsão de liberação de recursos

Conforme a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública, técnicos do órgão discutem com a Secretaria da Fazenda a liberação dos repasses. A assessoria não soube informar, porém, quando o problema será solucionado.

Os cofres raspados da Polícia Civil coincidem com o anúncio, no início de março, de que o Estado fará cortes no orçamento devido à obrigatoriedade de pagar, este ano, cerca de R$ 1 bilhão em precatórios e Requisições de Pequeno Valor (RPVs).

O que diz Odir Tonellier, secretário estadual da Fazenda - Por meio de sua assessoria de imprensa, o secretário afirma que todas as obras em andamento serão concluídas. Segundo ele, esses atrasos não estão relacionados aos cortes orçamentários anunciados pelo governo do Estado no início do mês. O secretário não soube informar por que o contrato de antivírus dos computadores da Polícia Civil não foi renovado.

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