WANDERLEY SOARES, O SUL
Porto Alegre, Terça-feira, 08 de Maio de 2012.
Anunciada de forma midiática, a estratégia ainda está numa nebulosa.
Da minha torre, repercuti, na semana que passou, a posição da AsofBM, através da palavra de seu presidente, José Carlos Riccardi Guimarães, sobre a força-tarefa a ser constituída por 200 PMs deslocados do interior para combater a criminalidade em Porto Alegre e na Região Metropolitana durante sessenta dias. Riccardi contestou a estratégia e teceu críticas à cúpula não só da Brigada Militar como da Secretaria da Segurança. Contrapondo o pronunciamento de Riccardi e até arvorando-se a criticar o espaço que este humilde marquês abriu para a AsofBM, o secretário-adjunto da pasta da Segurança, Juarez Pinheiro, replicou Riccardi e, para ele, Pinheiro, dei espaço igual ou até um mindinho maior, para a sua palavra escrita. O debate, então, ficou público, sem a participação do titular da Segurança, Airton Michels, que é um homem silencioso, nem do comandante-geral da Brigada, coronel, professor e intelectual Sergio Roberto de Abreu, em férias na Argentina. Sigam-me.
Indefinições
Pelo menos, até ontem, a força-tarefa de 200 profissionais interioranos, anunciada com força midíatica, não estava definida. De onde, exatamente, virão os PMs? Qual a repercussão que terá a segurança em cada município que perderá os PMs por sessenta dias? O que acontecerá em Porto Alegre e na Região Metropolitana após os sessenta dias? De outra banda, nos bastidores da família brigadiana, o pronunciamento do secretário-adjunto da Segurança, Juarez Pinheiro, que é orador de grande fôlego e que quando promete alguma ação nunca deixa de cumprir, causou indignação nos mais diferentes segmentos da corporação brigadiana. Pinheiro fez um ataque direto contra o presidente da AsofBM, Riccardi Guimarães, colocando inclusive em dúvida sua competência como médico (Riccardi é médico dermatologista). Tudo isso, acredito, está causando este doce veranico de maio.
PORTO ALEGRE - Três homens foram presos pela manhã, no bairro Azenha, após sequestro relâmpago frustrado pela polícia. Um advogado de 31 anos foi rendido quando chegava ao trabalho na rua Barão do Triunfo, perto da avenida Azenha, Menino Deus, e foi levado em seu próprio veículo. Quinze policiais em nove viaturas realizaram o cerco. Na fuga, o bandido que dirigia o carro perdeu o controle e colidiu em uma árvore na rua Miguel Pereira. Os dois ocupantes feridos, incluindo a vítima, foram encaminhados ao HPS.
GRAMADO - Assalto. Polícia prendeu os bandidos que roubaram um caminhão das lojas Colombo em Gramado, na RS-115. Os ladrões renderam quatro pessoas que estavam no veículo. Os reféns foram colocados num automóvel Astra que foi interceptado pela polícia. O caminhão foi abandonado em Gramado.
GUAÍBA - Matador. A Polícia Civil prendeu, ontem, em Guaíba, um homem acusado de ser matador de aluguel. Ilton Marques Gonçalves, de 42 anos, é acusado de pelo menos 19 homicídios ocorridos dentro e fora do Estado. Segundo o delegado Rafael Pereira, ele mandou executar um desafeto, mas o plano fracassou. O delegado contou que nos últimos tempos o Ilton estava contratando terceiros para evitar a sua localização. A maioria das mortes tem relação com o tráfico de drogas.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 8 de maio de 2012
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