Manifestantes e polícia entram em confronto perto do Palácio Guanabara. Conflito começou por volta das 19h45m. Polícia usa bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e um caminhão-pipa para dispersar os manifestantes
O GLOBO
Atualizado:22/07/13 - 23h27
Um policial é atingido por coquetel molotov durante confrontos em Laranjeiras Victor R. Caivano / AP
RIO - Um protesto contra o governador Sérgio Cabral e a visita do Papa ao Brasil, iniciada nesta segunda-feira, resultou em confronto na Rua Pinheiro Machado, perto do Palácio Guanabara, onde o Pontífice foi recepcionado por autoridades, no início da noite. O conflito teria começado por volta das 19h45m, após alguns manifestantes encapuzados derrubarem uma grade e jogarem coquetéis molotov contra os policiais. Pouco antes, os militares já haviam sido atingidos por pedras. Para dispersar os cerca de 1.500 manifestantes, a polícia usou gás lacrimogêneo, balas de borracha e um caminhão-pipa. Pelo menos oito pessoas ficaram feridas e sete foram detidas, uma delas com 20 coqueteis molotov, segundo o polícia.
De acordo com a OAB, um jovem foi detido por arremesso de explosivo; um por desacato a autoridade; um por formação de quadrilha; um por incitação à violência e um por dano ao patrimônio.
Muitos dos jovens que participavam do protesto correram em direção à Rua das Laranjeiras para fugir do conflito. Alguns manifestantes se abrigaram em uma loja de departamentos, e a PM determinou que os clientes saíssem, um por um, para todos serem revistados.
- Eles entraram, fecharam a loja e revistram todo mundo. Não deixaram os advogados da OAB entrarem. Tinha uma menina com um kit de primeiros socorros na loja, ela foi detida. Vim aqui para ajudar - diz Priscila Prisco, advogada do grupo Habeas Corpus Rio.
Dois policiais, um fotógrafo japonês e o repórter fotográfico Marcelo Carnaval, do GLOBO, foram feridos durante o conflito. Outras quatro pessoas foram atendidas no Hospital Souza Aguiar: Aélia da Silva, com uma lesão no mão provocada por uma pancada de cassetete; José Sales Pimenta, atingido por uma bala de borracha nas costas; Rafael Caruso, com um corte na batata da perna; e Rafael Gomes, que levou três tiros de bala de borracha - nas costas, nas nádegas e na perna. Os médicos não souberam explicar a origem do corte na perta de Rafael Caruso. Os manifestantes denunciaram nas redes sociais que o rapaz havia sido ferido com um tiro de arma de fogo, o que não foi confirmado.
- A polícia agiu contra as manifestantes sem nenhum revide. A gente estava correndo da PM quando o meu colega Leonardo Caruso foi ferido na panturrilha, na altura da Igreja do Largo do Machado - diz o estudante de medicina Felipe Camisão.
Durante a confusão, um caminhão da TV Globo foi depredado em frente ao estádio das Laranjeiras. O protesto começou por volta das 18h, inicialmente a favor dos direitos homossexuais. Um segundo grupo, que pede a renúncia do governador, se juntou aos manifestantes na Rua Pinheiro Machado. Um boneco do governador já havia sido queimado por volta das 19h. Após o confronto, os policiais fizeram um cordão de isolamento próximo ao Viaduto Engenheiro Noronha.
Os sete detidos foram levados para a 9ª DP. Entre eles está Filipe Peçanha, cinegrafista da Mídia Ninja. Um segundo integrante da Mídia Ninja foi detido por volta das 20h55m. Eles foram liberdos por volta das 22h30m
- Fui detido para averiguação. Perguntei averiguação de que, mas eles não responderam. Me colocaram à força na viatura. Eu estava filmando tudo com dois celulares, que foram arrancados de mim dentro do carro - diz Filipe Peçanha, que não teve de pagar fiança para ser liberado.
Os dois integrantes da Mídia Ninja assinaram um Termo Circunstanciado por incitação à violência. Eles terão de comparecer ao 3º Juizados Especial Criminal (Jecrim).
Pelo Twitter, a PM culpou o grupo Black Bloc pelo início da confusão em frente ao Palácio Guanabara. Pouco antes das 20h, a corporação botou no ar a mensagem: “Manifestação transcorreu com tranquilidade até a atuação dos Black Blocs. #VandalismoNão.''
O Twitter da PM publicou uma série de mensagens denunciando a ação de vândalos nos arredores do Palácio Guabanara. Algumas foram: “Vários órgãos sérios de imprensa testemunharam o ataque de #vândalos aos #PMs”; “Não confie em mascarados”; e “Quem usa crianças como escudo não é manifestante. É criminoso”.
Pela rede social, a corporação negou que um manifestante tenha sido atingido por munição letal. A PM informou ainda que outros dois homens foram presos por estarem assaltando manifestantes.
Um policial é atingido por coquetel molotov durante confrontos em Laranjeiras Victor R. Caivano / AP
RIO - Um protesto contra o governador Sérgio Cabral e a visita do Papa ao Brasil, iniciada nesta segunda-feira, resultou em confronto na Rua Pinheiro Machado, perto do Palácio Guanabara, onde o Pontífice foi recepcionado por autoridades, no início da noite. O conflito teria começado por volta das 19h45m, após alguns manifestantes encapuzados derrubarem uma grade e jogarem coquetéis molotov contra os policiais. Pouco antes, os militares já haviam sido atingidos por pedras. Para dispersar os cerca de 1.500 manifestantes, a polícia usou gás lacrimogêneo, balas de borracha e um caminhão-pipa. Pelo menos oito pessoas ficaram feridas e sete foram detidas, uma delas com 20 coqueteis molotov, segundo o polícia.
De acordo com a OAB, um jovem foi detido por arremesso de explosivo; um por desacato a autoridade; um por formação de quadrilha; um por incitação à violência e um por dano ao patrimônio.
Muitos dos jovens que participavam do protesto correram em direção à Rua das Laranjeiras para fugir do conflito. Alguns manifestantes se abrigaram em uma loja de departamentos, e a PM determinou que os clientes saíssem, um por um, para todos serem revistados.
- Eles entraram, fecharam a loja e revistram todo mundo. Não deixaram os advogados da OAB entrarem. Tinha uma menina com um kit de primeiros socorros na loja, ela foi detida. Vim aqui para ajudar - diz Priscila Prisco, advogada do grupo Habeas Corpus Rio.
Dois policiais, um fotógrafo japonês e o repórter fotográfico Marcelo Carnaval, do GLOBO, foram feridos durante o conflito. Outras quatro pessoas foram atendidas no Hospital Souza Aguiar: Aélia da Silva, com uma lesão no mão provocada por uma pancada de cassetete; José Sales Pimenta, atingido por uma bala de borracha nas costas; Rafael Caruso, com um corte na batata da perna; e Rafael Gomes, que levou três tiros de bala de borracha - nas costas, nas nádegas e na perna. Os médicos não souberam explicar a origem do corte na perta de Rafael Caruso. Os manifestantes denunciaram nas redes sociais que o rapaz havia sido ferido com um tiro de arma de fogo, o que não foi confirmado.
- A polícia agiu contra as manifestantes sem nenhum revide. A gente estava correndo da PM quando o meu colega Leonardo Caruso foi ferido na panturrilha, na altura da Igreja do Largo do Machado - diz o estudante de medicina Felipe Camisão.
Durante a confusão, um caminhão da TV Globo foi depredado em frente ao estádio das Laranjeiras. O protesto começou por volta das 18h, inicialmente a favor dos direitos homossexuais. Um segundo grupo, que pede a renúncia do governador, se juntou aos manifestantes na Rua Pinheiro Machado. Um boneco do governador já havia sido queimado por volta das 19h. Após o confronto, os policiais fizeram um cordão de isolamento próximo ao Viaduto Engenheiro Noronha.
Os sete detidos foram levados para a 9ª DP. Entre eles está Filipe Peçanha, cinegrafista da Mídia Ninja. Um segundo integrante da Mídia Ninja foi detido por volta das 20h55m. Eles foram liberdos por volta das 22h30m
- Fui detido para averiguação. Perguntei averiguação de que, mas eles não responderam. Me colocaram à força na viatura. Eu estava filmando tudo com dois celulares, que foram arrancados de mim dentro do carro - diz Filipe Peçanha, que não teve de pagar fiança para ser liberado.
Os dois integrantes da Mídia Ninja assinaram um Termo Circunstanciado por incitação à violência. Eles terão de comparecer ao 3º Juizados Especial Criminal (Jecrim).
Pelo Twitter, a PM culpou o grupo Black Bloc pelo início da confusão em frente ao Palácio Guanabara. Pouco antes das 20h, a corporação botou no ar a mensagem: “Manifestação transcorreu com tranquilidade até a atuação dos Black Blocs. #VandalismoNão.''
O Twitter da PM publicou uma série de mensagens denunciando a ação de vândalos nos arredores do Palácio Guabanara. Algumas foram: “Vários órgãos sérios de imprensa testemunharam o ataque de #vândalos aos #PMs”; “Não confie em mascarados”; e “Quem usa crianças como escudo não é manifestante. É criminoso”.
Pela rede social, a corporação negou que um manifestante tenha sido atingido por munição letal. A PM informou ainda que outros dois homens foram presos por estarem assaltando manifestantes.
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