COMBATE AOS HOMICÍDIOS. Polícia promete instalar mais DPs especializadas. Novas unidades serão abertas nas 11 cidades que concentram 65% dos assassinatos no Estado
JOSÉ LUÍS COSTA
Com quase três meses de atraso, a Polícia Civil promete inaugurar até o final do ano 14 novas repartições para atuar exclusivamente na repressão aos assassinatos no Rio Grande do Sul. Chamadas de Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), as unidades serão instaladas nas 11 cidades que concentram 65% dos assassinatos no Estado (veja quadro), em prédios onde atualmente funcionam delegacias de bairros.
Em Porto Alegre, as DHPPs estarão nas regiões dos bairros Medianeira (onde é a 5ª DP), Sarandi (12ª DP), Partenon (23ª DP) e Anchieta (24ª DP), com atuação dividida por regiões da cidade.
Com as quatro novas estruturas, o número de delegacias especializadas em investigar homicídios na Capital sobe para seis, pois já existem duas no Palácio da Polícia Civil. A partir das inaugurações em Porto Alegre, as atuais delegacias passam a se dedicar prioritariamente aos casos de homicídios já ocorridos e ainda não solucionados. Há um estoque de 1,3 mil inquéritos à espera de elucidação. Além disso, os agentes ainda têm de atender a cerca de 1,7 mil pedidos do Ministério Público de ampliação de investigações de inquéritos já remetidos à Justiça. A Chefia de Polícia estima que este trabalho se estenderá por quase um ano.
Conforme o chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Junior, a demora em instalar as novas delegacias se deve a entraves administrativos, típicos do serviço público. Embora não fale sobre o assunto, Ranolfo também enfrentou resistências internas para colocar o projeto em prática – prometido pela Secretaria da Segurança Pública desde o começo do ano passado. Um dos empecilhos foi a indefinição quanto à delegacia para atender à Zona Sul – deveria ser a 6ª DP, no bairro Tristeza, mas acabou sendo alterada para a 5ª DP.
A ampliação das DHPPs visa a reduzir os homicídios no Estado. Em relação a 2011, o número de assassinatos é 17% maior, embora dados de setembro, outubro e novembro (ainda não divulgados oficialmente) mostrem uma curva descendente nos casos.
Força-tarefa ajudou a esclarecer 71% dos casos
Para Ranolfo, a queda de crimes nos últimos três meses é fruto, em parte, da uma força-tarefa da corporação, que, em seis meses, esclareceu 71% dos casos em nove dos 11 municípios gaúchos mais violentos.
As delegacias de Porto Alegre estarão subordinadas a um novo departamento de Polícia Civil que será criado por portaria a ser assinada nos próximos dias pelo governador Tarso Genro. O departamento ocupará o espaço do atual Departamento de Trânsito da corporação, abrangendo as delegacias de delitos e de homicídios de trânsito. O diretor será o delegado Odival Soares.
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