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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ATAQUE À UPP DEIXA PM FERIDO GRAVEMENTE


Policia reforça patrulhamento no Alemão após PM ser baleado. Policial foi atingido na cabeça durante tiroteio com bandidos na Fazendinha

FÁBIO VASCONCELLOS
O GLOBO 5/12/12 - 9h33




Policial de UPP é baleado durante confronto com bandidos na Fazendinha, no Complexo do Alemão. Ele foi transferido do Getúlio Vargas para o Hospital da Polícia Militar

FERNANDO QUEVEDO / O GLOBO


RIO - A Polícia Militar reforçou o patrulhamento no Complexo do Alemão depois que o cabo da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Alemão Fábio Barbosa, de 26 anos, foi baleado na cabeça e em um dos pés no início da madrugada desta quarta-feira. Segundo policiais, Fábio fazia patrulhamento na localidade de Areal, na Fazendinha, na companhia de outros seis PMs, quando foi surpreendido por bandidos armados, que atiraram contra o grupo.

Fábio foi levado em estado grave para a UPA do Alemão, depois transferido para o Hospital Getúlio Vargas. Como não havia neurocirurgião de plantão, o PM foi levado para o Hospital Central da Polícia Militar, onda passa por cirurgia na manhã desta quarta-feira.

Na semana passada, o clima de insegurança voltou a assustar moradores dos complexos da Penha e do Alemão. Somente na tarde do dia 28 de novembro, ocorreram três confrontos entre policiais e bandidos, além de boatos de ataques às sedes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Lojas chegaram a ser fechadas, supostamente por ordem do tráfico, e ruas ficaram vazias na região. A ocupação do Alemão por forças de segurança completou dois anos no mesmo dia.

A situação na região começou a ficar tensa um dia antes, na tarde de terça, quando a abordagem de dois suspeitos por PMs terminou com um suspeito morto e um policial ferido. Logo em seguida, o serviço de inteligência das UPPs fez um alerta sobre possíveis atentados em represália à morte do suspeito.

Na ocasião, apesar de moradores e até alguns policiais terem confirmado os ataques, onde ninguém foi ferido, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), em nota, negou ter havido algum atentado contra os PMs.

Apesar de os complexos do Alemão e da Penha estarem ocupados há dois anos, o processo de pacificação da região só foi concluído em agosto passado, com a inauguração de sua oitava UPP.

Pacificação enfrenta resistência

Casos de violência em comunidades com Unidades de Política Pacificadora (UPP) têm ocorrido com certa frequência. Em julho, a policial militar Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, foi morta por um tiro de fuzil durante um ataque de 12 traficantes à sede da UPP na Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão. No dia 16 do mesmo mês, uma troca de tiros entre bandidos e policiais da UPP da Fazendinha assustou moradores duas vezes em menos de 24 horas. Os conflitos aconteceram poucos dias depois da saída do Exército e a implantação de quatro UPPs do Alemão.

No Centro, em junho, uma menina de 10 anos foi baleada quando policiais da UPP Coroa/Fallet/Fogueteiro tentavam cumprir um mandado de prisão contra um traficante foragido da Justiça. Dois meses depois, outro PM foi morto numa área considerada pacificada. O sargento Paulo Cesar de Lima Junior, do Batalhão de Choque (BPChq), morreu após ser baleado num confronto com bandidos traficantes do Morro da Coroa, no Catumbi. Junior tinha sido deslocado para a favela para reforçar o policiamento na comunidade, depois que dois policiais da UPP da Coroa foram baleados numa troca de tiros com criminosos. Também em setembro, outro PM foi morto, desta vez na Rocinha. Diego Bruno Barbosa Henriques, que trabalhava na UPP da Rocinha foi baleado por um rapaz de apenas 18 anos que teria envolvimento com o tráfico. O mês de setembro registrou mais violência em área de UPP. Um comerciante e um amigo dele foram mortos no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, por ordem de traficantes. Este mês, novamente na Rocinha, um homem de 41 anos foi morto, na localidade da Roupa Suja.

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