ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

PERÍCIA DEMORADA PODE PREJUDICAR INVESTIGAÇÕES

ZERO HORA 25 de setembro de 2012 | N° 17203
 
PAPELEIRO MORTO. Mais de três dias de espera por perícia. Demora pode dificultar investigações sobre como começou o fogo que matou andarilho em Caxias

RÓGER RUFFATO | Pioneiro

O descumprimento da prática de isolar uma área que pode ter sido cenário de crime e a demora para o levantamento estrutural do terreno podem prejudicar as investigações sobre a morte do papeleiro Carlos Miguel dos Santos, 45 anos. O andarilho morreu no domingo, no Hospital Pompeia, em Caxias do Sul, após ter 85% do corpo queimado na barraca onde morava, na sexta-feira.

Uma equipe do Instituto-geral de Perícias (IGP), com sede em Porto Alegre, chega à Serra para periciar a área apenas hoje. Conforme o delegado Joigler Paduano, a falha no atendimento da ocorrência se iniciou pela demora em a polícia ser comunicada sobre o incêndio.

– Na manhã de sábado, entramos em contato com o IGP para solicitar a perícia. Disseram que teríamos de aguardar. Não tínhamos como deixar a área isolada, porque precisaríamos deslocar um policial para guardar o terreno – relata.

Polícia não descarta hipótese de acidente

Segundo o diretor do Departamento de Perícias do Interior, Rogério Gomes Saldanha, o número reduzido de funcionários impossibilita que o serviço seja feito pela equipe local. Análises de incêndios exigem equipe especializada – o IGP tem uma única que atende a esse tipo de ocorrência no Estado. No final de semana, ela estava em Montenegro, no Vale do Caí.

Conforme o delegado, há o risco de a perícia não encontrar indícios que indiquem a causa do fogo.

– O mais importante para a investigação é saber qual o material responsável pelas chamas. Corremos o risco de não encontrarmos muito material já que se passaram vários dias e um possível combustível pode ter evaporado. O local também pode ter sido adulterado – pondera o delegado.

A assessoria do IGP informou que não responde questões relacionadas a perícias. Apesar da demora, agentes da Polícia Civil trabalham desde sexta-feira para ouvir moradores e pessoas que trabalham perto do terreno no bairro Pio X. Imagens de câmeras de segurança próximas não apontaram suspeitos.

– Descobrimos que o papeleiro tinha o costume de dormir com vela acesa. Como a barraca era de papelão, lona e madeira, as chances de ter ocorrido um acidente também são grandes. Trabalhamos com a hipótese de crime e de acidente – detalha o delegado.

O corpo de Santos foi sepultado ontem à tarde, no Cemitério Público Municipal. Vinte e duas pessoas conduziram o caixão. Uma mulher levou um buquê de crisântemos amarelos. O sepultamento terminou com vigorosa salva de palmas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário