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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

FIM DOS ATAQUES COM EXPLOSIVOS?

 
ZERO HORA 12 de setembro de 2012 | N° 17190


Presos por explosões em bancos. Polícia acredita ter desarticulado grupo responsável pelas ações contra agências localizadas na Região Metropolitana e na Serra


CARLOS WAGNER


São jovens, vestem roupas de marca e costumavam desfilar em carros de luxo roubado. Assim seria o perfil dos 16 homens presos na manhã de ontem sob suspeita de terem explodido dezenas de caixas eletrônicos de bancos na Região Metropolitana e na Serra.

Diferentemente dos bandos tradicionais de criminosos, que se especializam em uma única atividade, a quadrilha atuaria em vários ramos do crime: roubo de carros, assalto a prédios de classe média e arrombamento de estabelecimentos comerciais.

A Operação Paramount cumpriu 17 mandados de prisão temporária, mas um dos suspeitos, Fábio Rode de Oliveira, 22 anos, o Grandão, conseguiu fugir. Segundo as investigações policiais, ele e outros três presos – Christian Antonio Machado Johann, o Babão, 18 anos, Márcio Machado de Souza, o Marcinho, 24 anos, e Gederson José Ribeiro Serres, 32 anos – seriam os coordenadores da quadrilha, que era estabelecida em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana.

Testemunhas identificaram Grandão como um dos bandidos que, na madrugada do último sábado, atacou, com explosivos, os caixas eletrônicos do Banco do Brasil em Nova Bassano, na Serra. Conforme a polícia, os comparsas que o teriam acompanhado no ataque pertencem a outra quadrilha, baseada em Caxias do Sul.

– Em linhas gerais, é esse o perfil do bandido envolvido com explosão de caixas eletrônicos: jovem, arrojado e que atua em vários bandos. Um profissional do roubo – descreveu o delegado Juliano Ferreira, titular da Delegacia de Roubos e Extorsões.

Entre as provas colhidas pela polícia estão escutas telefônicas autorizadas pela Justiça nas quais os suspeitos falam em explodir caixas eletrônicos e sobre ações já realizadas. As escutas e o depoimento de testemunhas revelaram ainda ao delegado que, para realizar um ataque a caixas eletrônicos, os suspeitos gastavam, em média, R$ 7 mil em aluguel de armas, compra ilegal de explosivos e outros equipamentos. O dinheiro vinha do roubo de veículos. Os agentes descobriram que o grupo suspeito roubaria, em média, 12 veículos por semana em Porto Alegre. De acordo com as investigações, eles atuariam no bairro Cidade Baixa e na Rua Ramiro Barcelos, uma via de fácil acesso às saídas da Capital.

Polícia espera redução no número de ataques

O delegado Juliano Ferreira chama a atenção para o fato de que o assassinato do funcionário do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Paulo Rosa de Oliveira, 54 anos, em uma tentativa de roubo de seu carro, na noite de domingo, na Ramiro Barcelos, tem o perfil do tipo de ação dos suspeitos presos.

– Estamos investigando para saber se eles têm alguma ligação com a morte na Ramiro – disse o delegado.

Ferreira acredita que a desarticulação do grupo deverá diminuir o número de ataques com dinamite a caixas eletrônicos na Região Metropolitana. O policial informou que já tinha provas técnicas e testemunhais suficientes para pedir à Justiça a transformação da prisão temporária – de cinco dias, que pode ser renovada por mais cinco – em preventiva – mais difícil de ser revogada.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Até quando estes bandidos ficarão presos? Como os demais, serão soltos pelas benevolências da lei. A Polícia Civil deveria monitorar para divulgar a soltura de presos em operações deste porte para mostrar à sociedade o esforço, o retrabalho e as dificuldades da polícia. Quem sabe o clamor popular um dia mude este quadro de impunidade. Enquanto as forças policiais continuarem seus esforços em silencio, mais fortes serão as cobranças da sociedade culpando apenas os policiais pelo estado de insegurança que vigora no Brasil.


A operação Paramount
- O grupo preso era monitorado pela polícia desde março, quando um dos bandidos esqueceu um telefone celular dentro de um carro usado no ataque, com dinamite, a caixas eletrônicos do Bradesco situados na empresa Paramount, em Sapucaia do Sul.
- O nome da empresa foi usado pelos agentes para batizar a ação, que foi deflagrada na madrugada de ontem e envolveu mais de cem policiais e dezenas de veículos.
- O ataque em Sapucaia ocorreu em 5 de março, quando um terminal de autoatendimento do Bradesco, localizada na entrada da indústria de fios têxteis Paramount, foi explodido.

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