ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

MEIAS DELEGACIAS

O SUL, 20/09/2012

WANDERLEY SOARES

Anotem que este humilde marquês não está pensando em perfeição.

Nem por ouvir dizer nem por ciência própria - sempre é possível que eu e os conselheiros de minha torre estejamos, em alguns pontos, distantes da realidade - não me vem ao conhecimento, nas últimas décadas, de que uma só delegacia da Polícia Civil gaúcha esteja funcionando a pleno com efetivo próximo do ideal, com prédio quase que com estrutura e localização adequada, com armamentos, sistema de comunicação, viaturas e equipamentos outros exigíveis e aceitáveis. Anotem que este humilde marquês não está pensando em nenhuma perfeição. Pois, agora, com a admissão de setecentos novos agentes, entre escrivães e inspetores, o chefe de Polícia do RS, delegado Ranolfo Vieira Júnior, jovem senhor de inegável competência profissional, anunciou que, com estes noviços, o Estado vai reforçar o atendimento em delegacias existentes e, mais ainda, irá criar quatorze novas delegacias de homicídios, sendo dez no interior e as outras quatro em Porto Alegre. A comunidade, por certo, estará atenta ao que disse Ranolfo, pois reforçar não significa completar as necessidades graves e atuais. Além disso, quatorze delegacias de homicídios correspondem, minimamente, a quatorze prédios, a quatorze equipes e, modestamente, a quarenta e duas novas viaturas, isso sem anotar o material de expediente que começa pelo papel higiênico. Sigam-me.


Qualidade

Com exceção do efetivo que será distribuído por todo o Estado e para a formação de quatorze novas delegacias de homicídios, tudo ou quase tudo para o estabelecimento dessa nova estrutura dependerá de licitações, o que corresponde a tempo. E as licitações promovidas pelo Estado nem sempre ou quase nunca correspondem à aquisição de qualidade da qual carece toda e qualquer tarefa de investigação. Mas digamos que as novas quatorze delegacias, para amenizar um tanto as dificuldades, sejam instaladas anexas às delegacias distritais existentes. Bem, isto é perfeitamente possível. Mas se tal acontecer, elas serão nada mais nada menos do que quatorze meias delegacias.


Brigadianos de sobra

Cerca de 20% do efetivo de 24 mil brigadianos atua em tarefas administrativas. Além disso, 380 desses profissionais estão cedidos a outros órgãos do Estado. A informação foi dada para a mídia pelo secretário da Segurança, Airton Michels, que, para complementar, afirmou que isso em nada interfere da tarefa do policiamento ostensivo. No meu enfoque, está sobrando gente no efetivo da Brigada.


Traficantes

Uma operação contra o tráfico de drogas foi realizada, ontem, em Tupanciretã, região central do Estado. Quinze pessoas foram presas. Os policiais apreenderam drogas, dinheiro e veículos. Também foi preso um PM suspeito de repassar informações aos criminosos. A quadrilha era comandada por um detento de Júlio de Castilhos e um preso do regime semiaberto de Ijuí também participava. A rota do tráfico incluía cidades da região Noroeste e Santa Maria. Os traficantes tinham ligações com o crime no Paraguai.

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