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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

TROPA DA FAXINA


Comando da PM institui a ‘tropa da faxina’ no Quartel-General. Fim de contrato com empresa de limpeza leva corporação a retirar policiais de suas funções administrativas para assumirem o serviço. Nova licitação não ocorre antes do dia 15 de fevereiro

RENATA LEITE 
O GLOBO
Atualizado:17/01/14 - 16h37

Imagem aérea do Quartel-General da Polícia Militar Domingos Peixoto / O Globo


RIO — Terminado o contrato com a prestadora de serviços gerais, a corporação determina que, diariamente, setores indiquem funcionários para assumir a limpeza do espaço. A situação insólita, que dificilmente ganharia vida em qualquer empresa, tomou de surpresa os policiais que atuam no Quartel-General (QG) da PM, no Centro do Rio. Na última terça-feira, uma circular deixava claro que atrasos no processo licitatório para contratação de uma nova firma tiraria militares de suas funções administrativas na unidade para formar uma espécie de “tropa da faxina”.

De acordo com a circular, às segundas-feiras, será a vez de funcionários da Comunicação Social, da Assessoria Parlamentar, da Corregedoria Interna e da Diretoria de Cadastros e Pagamentos assumirem a vassoura. Já às terças, profissionais que atuam na Diretoria Geral de Administração e Finanças, na Diretoria de Logística, na Diretoria de Orçamento e na Diretoria Geral de Pessoal vão encarar a limpeza do quartel sede da corporação. E, assim por diante, até sexta-feira, os departamentos se revezarão na função.

Segundo nota da PM, “seguindo a tramitação regulamentar, provavelmente a partir do dia 15 de fevereiro uma nova empresa deverá estar iniciando suas atividades. Até lá, cada seção deverá executar com recursos próprios a manutenção de suas instalações”. A circular é assinada pelo tenente-coronel Alexandre Rocha, da Ajudância Geral e tem no campo assunto “faxina diária no Quartel-General”. No documento, ele afirma estar cumprindo ordens do comandante Geral, José Luís Castro Menezes.

Ainda de acordo com o documento, cada seção deverá indicar um policial militar, que se apresentará ao Oficial do Dia “às 8h, sendo término do serviço mediante ordem, após avaliação do que fora executado”. Em nota, a PM não avalia os impactos no remanejamento do pessoal das funções administrativas para a limpeza. Afirma apenas que “nenhum policial militar será afastado de atividades operacionais, relacionadas à Segurança Pública, para fazer serviços de limpeza”. A PM também não informou a data de término do contrato com a antiga prestadora de serviços de limpeza.

Para o diretor-presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (Aspra), Vanderlei Ribeiro, a questão é apenas mais um sintoma de uma crise de gestão e administração na PM:

— Repudiamos essa situação, que é absurda, mas já está se tornando habitual. Ela é reflexo da falta de administração e de seriedade, que leva uma instiuitção com papel social importante a tirar o efetivo de funções estratégicas para atuar em funções incompatíveis com a formação do policial. Como, diante do aumento da criminalidade, a PM pode alegar falta de efetivo, se faz algo assim? Lamento profundamente o fato de o secretário de Segurança não coibir esse tipo de ato.

Procurada, a Secretaria estadual de Segurança não se pronunciou sobre o caso.

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