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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

CORREGEDORIA DA PM VAI INVESTIGAR TIROTEIO EM COPACABANA


Corregedoria da PM vai investigar tiroteio em Copacabana. Incidente feriu pelo menos 12 pessoas minutos antes do Réveillon. Adilson Rufino Silva, que trocou tiros com os policiais, chegou a ter a morte confirmada, mas permanece internado

SIMONE CÂNDIDA
ELENILCE BOTTARI
O GLOBO
Atualizado:1/01/14 - 20h32

Feridos foram levados ao Hospital Miguel Couto Gustavo Stephan / Agência O Globo


RIO - A Corregedoria da Polícia Militar vai instaurar um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias do incidente ocorrido a poucos minutos da virada do ano em Copacabana envolvendo PMs e um homem que pegou a arma de um policial e trocou tiros na esquina da Avenida Nossa Senhora de Copacabana com a Rua República do Peru. Liderado pelo comandante do 19º BPM (Copacabana), tenente-coronel Ronal Langres Santana, um grupo de policiais tentou conter Adilson Rufino da Silva, de 34 anos, que esganava a mulher, mas um deles teve a arma puxada pelo agressor, dando início a um intenso tiroteio, que culminou em ferimentos em pelo menos 12 pessoas, entre elas uma criança de 7 anos, um adolescente de 15 e o próprio comandante do batalhão de Copacabana.

Em nota, a Polícia Militar informou que as armas dos policiais foram entregues à Polícia Civil para confronto balístico. A 12ª DP (Copacabana) instaurou procedimento para investigar as circunstâncias do tiroteio. Internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipal Miguel Couto, Adilson Rufino da Silva, 34 anos, foi preso em flagrante pelos crimes de violência contra a mulher (Lei Maria da Penha) e por tentativa de homicídio.

Já a Polícia Civil, também em nota, informou que os oito PMs envolvidos na ação já foram ouvidos e que suas armas foram encaminhados à perícia. A polícia aguarda a recuperação das vítimas para serem ouvidas e solicitou imagens de câmeras de segurança instaladas na região. Adilson foi autuado em flagrante

Duas das cinco das cinco pessoas que foram levadas para o Hospital Miguel Couto permanecem internadas. De acordo com informações da Secretaria municipal de Saúde, Adilson foi operado e permanece internado. Durante a madrugada, a informação era de que Adilson não teria resistido aos ferimentos, mas segundo nota divulgada pela direção do Hospital Miguel Couto, ele foi operado, teve várias lesões, mas está estabilizado.

Além de Adilson, Carolina Sales, de 19 anos, atingida por estilhaços na perna esquerda, continua internada. A menina Maria Clara Freitas, de 7 anos, que teve várias fraturas, foi operada e foi transferida para uma unidade particular. Luci da Silva, atingida por estilhaços, e Renato Reffe da Silva, de 15 anos, atingido de raspão, já tiveram alta do hospital. Um sargento de folga lotado na Diretoria Geral de Pessoal (DGP), que também foi baleado, continua internado no Hospital Central da Polícia Militar.

De acordo com o depoimento de policiais, Adilson estaria agredindo Rosilene de Azevedo, sua mulher, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, próximo à República do Peru. Ao ser abordado pelo comandante do 19º BPM, tenente-coronel Ronald Santana, ele teria puxado a arma do policial e atirado contra PMs e transeuntes. Em nota divulgada durante o dia, a Polícia Militar negou que arma tenha sido retirada do comandante do 19º BPM. Segundo a nota, a arma foi retirada de um soldado que tentou apartar a briga do casas.

Pior Réveillon da vida

A comerciante Valcéia Lino Gomes, de 50 anos, conta que este foi o pior Réveillon de sua vida. Ela diz que pouco antes da meia noite o filho Diogo Lino Gomes ligou contando que a mulher, Carolina Sales, havia sido baleada na perna. Moradores do Engenho Novo, era o primeiro réveillon do casal em Copacabana.

Segundo a mulher, eles estavam acompanhados dos dois filhos, um menino de quatro anos e uma menina de apenas oito meses. Carolina, que está internada no Miguel Couto, contou à sogra que viu uma confusão, sentiu de repente uma dor na perna e só então percebeu que havia sido atingida por um disparo.

— Quando eu soube da notícia, fiquei desesperada, porque meu filho disse que ela estava com meu neto no colo no momento do tiro. Foi o pior réveillon da minha vida. Fiquei muito nervosa — afirmou Valcéia, enquanto aguardava a liberação da nora.

— Eu nunca passei a virada do ano em Copa e nem pretendo passar — concluiu a comerciante.

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