ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sábado, 18 de janeiro de 2014

POMPAS MILITARES

O SUL Porto Alegre, Sábado, 18 de Janeiro de 2014.



Mesmo com a carência de policiamento nas ruas, a simples troca de comando é ornada com discursos e formatura de tropa


Foi realizada ontem, em Canoas, na sede do 15 BPM (Batalhão de Polícia Militar), em Canoas, na Grande Porto Alegre, a transferência de comando daquela unidade da Brigada Militar do tenente-coronel Mário Yukio Ikeda para o tenente-coronel Renato Gabriel Junges. A solenidade, com formatura da tropa, discursos e outros requintes correspondentes às pompas militares, com a presença de toda a cúpula da milícia gaúcha, finalizou com a confraternização dos oficiais e convidados num descontraído cocktail, quando Ikeda e Junges receberam cumprimentos. Tudo nos trinques e no melhor estilo da caserna. Vale, no entanto, observar que, entre as melhores decisões do Piratini, na linha direta da transversalidade petista, a transferência do próprio comando-geral da Brigada Militar passou a ser realizada em gabinete, sem formatura da tropa que, em outros tempos, era retirada das ruas para bater calcanhares e obedecer a toques de clarim em homenagem ao novel comandante e ao oficial sainte. Em assim sendo, em Canoas, ao estarem presentes o atual comandante-geral da Brigada, coronel Fábio Duarte Fernandes, e o subcomandante da corporação, coronel Silanus Serenito de Oliveira Mello, é de se entender que as pompas militares voltam a ser injetadas, numa simples troca de comando, na milícia gaúcha.


Visita


Ontem, a oficialidade e integrantes do Pelotão de Operações Especiais do 1 BPM receberam a visita do subcomandante geral da Brigada, Silanus Serenito de Oliveira Mello, que foi até cobrar da tropa e dos oficiais, entre outras coisas, o uso do crachá. Silanus nada falou sobre o aumento de efetivo da unidade, mas exigiu cara-crachá.


Movimentações


O sargento Wilson Genes dos Santos Cardoso foi colocado à disposição da prefeitura de Porto Alegre, e o tenente Cláudio Gilberto Salazar passou a enriquecer o efetivo da Casa Militar do Piratini. Antes, Salazar estava no gabinete da Secretaria da Segurança.


Festejos


Os movimentos sociais pacíficos, diante do despreparo dos organismos de segurança pública, deram margem a ações criminosas protagonizadas por vândalos e assaltantes mascarados. Agora estamos diante oficialização dos arrastões que terão a cobertura dos "rolezinhos". No RS, a Capital e a Região Metropolitana, mais as principais cidades do interior, carecem de policiamento que é realizado apenas por amostragem. Nesta moldura acontecem os festejos que antecedem a Copa.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Solenidades com formatura da tropa para a troca de comando fazem parte da vida da caserna militar para que todos conhecem o comandante e o comandante tenha uma ideia do efetivo que recebe para comandar. Além disto, serve como treinamento, aprimoramento do espírito de corpo, prestação de respeito, enaltecimento da hierarquia e da disciplina, comemorações e solenidades envolvendo autoridades, conclusão de cursos, promoção de militares, entrega de condecorações, etc.

Porém, nos dias atuais e tendo em vista que as PM são mais policiais do que militares propriamente, concordo que deva ser restringida esta tradição diante da necessidade de efetivos nas ruas nas 24 horas do dia em jornadas estipuladas por lei, e passar a proceder estas formaturas em ocasiões especialíssimas. As maioria das trocas de comando e solenidades podem muito bem ser em gabinetes, sem a formatura da tropa.

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