ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sábado, 18 de janeiro de 2014

ABORDAGEM INVESTIGADA

ZERO HORA 18 de janeiro de 2014 | N° 17677


Aberta sindicância para apurar abuso

Rapaz detido em Alvorada no domingo diz ter sido agredido por brigadianos



Duas versões conflitantes, duas pessoas feridas e outra não identificada fazem parte de um suposto caso de abuso policial ocorrido no último domingo, em Alvorada. A Brigada Militar, por meio do 24º Batalhão, confirma a existência de um inquérito policial para apurar o que aconteceu.

Após uma abordagem policial, Robson Fernando Bianchini Oliveira chegou em casa com os lábios inchados, cinco pontos no supercílio direito, seis na cabeça, além de manchas roxas nas costas.

Oliveira, 25 anos, conta que estava sozinho no momento em que foi abordado por dois policiais enquanto empurrava o carro na esquina da Avenida Getúlio Vargas com a Rua Icaraí. A abordagem teria começado dura e terminado em agressões dos brigadianos, após os policiais constatarem que o jovem estava sem o estepe no veículo.

– Depois que eu comentei de alguns conhecidos na Brigada Militar, um dos policiais me pegou pelo pescoço e me jogou. Tentaram quebrar meus dedos no chão. Fui algemado no local da ocorrência e, depois, segui em uma viatura, onde fui agredido novamente na chegada ao hospital – conta Oliveira.

A família diz que um vídeo foi gravado por um popular que presenciou a cena de longe, mas que ainda não foi encontrado.

BM rebate versão de jovem e diz que policial ficou ferido

A versão da polícia é diferente. De acordo com o tenente-coronel Rogério Maciel, comandante do 24º Batalhão, a confusão começou porque uma mulher estaria dirigindo o carro, e o jovem teria sido autuado por dar a direção a uma pessoa sem habilitação. A mulher, no entanto, teria fugido. O fato de que o carro estava sem estepe e que seria apreendido teria causado mais irritação no rapaz.

Maciel diz que o inquérito foi aberto porque um dos policiais teria ficado ferido no braço e será afastado da função.

– Ele, inclusive, está com o braço enfaixado. Nós queremos saber quem deu início às agressões e se houve um exagero de qualquer um dos lados. Se o PM estiver errado, ele será responsabilizado.

O tenente-coronel afirmou também que Robson foi autuado em flagrante e teve de pagar fiança para ser liberado da prisão.

O inquérito deve ser finalizado em até 60 dias. Caso o policial seja considerado culpado, ele poderá ser punido administrativamente. Já Robson pode responder por processo na Justiça comum.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - OSSOS DO OFÍCIO POLICIAL QUE A INVESTIGAÇÃO VAI APURAR. Pela existência destas adversidades é que as polícias no mundo inteiro estão filmando as abordagens e os depoimentos. O mesmo ocorre nas promotorias. Aliás, o Brasil precisa mudar a legislação e passar a considerar como prova na justiça as gravações das abordagens, depoimentos e flagrantes de ilicitudes, inclusive a tentativa. Está na hora de fortalecer os instrumentos de justiça criminal e consolidar a supremacia do interesse público onde a vida, a saúde, o patrimônio e o bem-estar da população são prioridades e está acima dos direitos particular e corporativo. Quanto mais abaixa a guarda da lei, da ordem e da justiça, mais os autores de ilicitudes são favorecidos e as vítimas são desprezadas. 

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