BLITZ DIGITAL. Publicado em Quinta, 26 Setembro 2013 16:59
Não queremos ser oficiais!
BLITZ DIGITAL Publicado em Quinta, 26 Setembro 2013 16:36
Escrito por Olavo Freitas Mendonça
As reações ao excelente artigo do Sargento Pires da Rocha, publicado no site Caserna PapaMike com o título "Não queremos ser Oficiais", foram as mais diversas. Muitas foram extremamente positivas, o que mostra que existe ainda um grande senso do dever, de honra e de missão na imensa maioria dos nossos policiais. Porém, imagino as pressões que ele deve estar sofrendo agora pela pequena e ruidosa minoria frustrada com o artigo, que odeiam todos que como ele lutam para que a população tenha o que tanto precisa: De uma boa polícia militar que funcione bem. Por isso da grande admiração que ele recebeu por parte dos policiais militares honestos que o admiraram por ser intelectualmente honesto e possuir uma firmeza moral e de valores tão escassos nesse momento negro da história do nosso país.
Fazendo referência ao citado artigo cabem algumas colocações:
A Polícia Militar, como Corporação de Estado e de tradição e organização militar de mais de 200 anos, compõe-se de duas carreiras distintas, mobiliadas por meio de concurso público com exigências e formações diferentes e complementares e que por isso tem suas atividades e carreiras bem definidas.
O que vemos hoje na polícia é uma divisão interna criada artificialmente por políticos partidários do "quanto pior melhor" que apostam na criação de uma insatisfação e revolta para depois faturarem politicamente com cargos eletivos. Achei o Artigo do Sargento Pires de uma integridade moral e intelectual ímpar pois, além de denunciar essas manobras políticas causadoras de divisão interna ele foca na missão da polícia militar em si, o que é o que faltava ser identificado e frisado nesse momento.
Esses mesmo grupos se aproveitam de alguns policiais, poucos é verdade, que, por serem, muitas vezes, frustrados e sofrerem de baixa autoestima, nunca conseguem estar satisfeitos com nada e, principalmente, não tem, ou não conseguem ter a coragem moral e a competência que tanto alegam ter na hora apontar os erros dos outros, para buscar uma alternativa melhor ao seu ego, seja na PM, fazendo o concurso para Oficial Combatente, para Oficial Médico, etc, ou para outra carreira qualquer em outra instituição, policial ou não.
Mas o que eles querem é mudar a regra do jogo no meio do jogo, o que, é claro, vai causar uma grande tormenta interna desnecessária e que acabará por desmotivar os verdadeiros policiais, que com tanto afinco, sangue, suor e lágrimas, lutam para manter o Brasil de pé contra tudo e contra todos.
É claro que esse papo furado de carreira única é só isso, um ouro de tolo criado para atiçar a ambição e fomentar a maldita "luta de classes" dentro da polícia militar, que só vai nos levar ao sofrimento e a frustração, já que ninguém em sã consciência acha que o Congresso irá alterar o artigo 144 da Constituição Federal de um dia para o outro antes das eleições de 2014. Ou, citando o argumento do próprio artigo, será que vai ser possível termos 13 mil coronéis trabalhando na PM? Ou será que vai acontecer isso nos hospitais, por exemplo, tendo 333 diretores em 333 gabinetes e a população a mingua esperando atendimento? Parece absurdo mas a lógica é essa.
Por isso, o artigo foi motivo de orgulho para todos os policiais militares, pois o que a sociedade e a corporação precisam é disso, que os policiais operacionais, que são vocacionados para a missão de combate ao crime, que é divina, cumpram a sua missão. Que os policiais que são dedicados a fazer a gestão para que a polícia funcione bem, que cumpram a sua missão, assim como os médicos, os capelães e assim por diante. Afinal, a polícia militar é lugar disso: Policiais militares.
Quem fez o concurso achando que era outra coisa, ou que se julga acima da nossa corporação e da nossa missão que vá e vença em outro lugar, de preferência sem ser servidor público.
Leia o artigo do Sargento na íntegra...
As reações ao excelente artigo do Sargento Pires da Rocha, publicado no site Caserna PapaMike com o título "Não queremos ser Oficiais", foram as mais diversas. Muitas foram extremamente positivas, o que mostra que existe ainda um grande senso do dever, de honra e de missão na imensa maioria dos nossos policiais. Porém, imagino as pressões que ele deve estar sofrendo agora pela pequena e ruidosa minoria frustrada com o artigo, que odeiam todos que como ele lutam para que a população tenha o que tanto precisa: De uma boa polícia militar que funcione bem. Por isso da grande admiração que ele recebeu por parte dos policiais militares honestos que o admiraram por ser intelectualmente honesto e possuir uma firmeza moral e de valores tão escassos nesse momento negro da história do nosso país.
Fazendo referência ao citado artigo cabem algumas colocações:
A Polícia Militar, como Corporação de Estado e de tradição e organização militar de mais de 200 anos, compõe-se de duas carreiras distintas, mobiliadas por meio de concurso público com exigências e formações diferentes e complementares e que por isso tem suas atividades e carreiras bem definidas.
O que vemos hoje na polícia é uma divisão interna criada artificialmente por políticos partidários do "quanto pior melhor" que apostam na criação de uma insatisfação e revolta para depois faturarem politicamente com cargos eletivos. Achei o Artigo do Sargento Pires de uma integridade moral e intelectual ímpar pois, além de denunciar essas manobras políticas causadoras de divisão interna ele foca na missão da polícia militar em si, o que é o que faltava ser identificado e frisado nesse momento.
Esses mesmo grupos se aproveitam de alguns policiais, poucos é verdade, que, por serem, muitas vezes, frustrados e sofrerem de baixa autoestima, nunca conseguem estar satisfeitos com nada e, principalmente, não tem, ou não conseguem ter a coragem moral e a competência que tanto alegam ter na hora apontar os erros dos outros, para buscar uma alternativa melhor ao seu ego, seja na PM, fazendo o concurso para Oficial Combatente, para Oficial Médico, etc, ou para outra carreira qualquer em outra instituição, policial ou não.
Mas o que eles querem é mudar a regra do jogo no meio do jogo, o que, é claro, vai causar uma grande tormenta interna desnecessária e que acabará por desmotivar os verdadeiros policiais, que com tanto afinco, sangue, suor e lágrimas, lutam para manter o Brasil de pé contra tudo e contra todos.
É claro que esse papo furado de carreira única é só isso, um ouro de tolo criado para atiçar a ambição e fomentar a maldita "luta de classes" dentro da polícia militar, que só vai nos levar ao sofrimento e a frustração, já que ninguém em sã consciência acha que o Congresso irá alterar o artigo 144 da Constituição Federal de um dia para o outro antes das eleições de 2014. Ou, citando o argumento do próprio artigo, será que vai ser possível termos 13 mil coronéis trabalhando na PM? Ou será que vai acontecer isso nos hospitais, por exemplo, tendo 333 diretores em 333 gabinetes e a população a mingua esperando atendimento? Parece absurdo mas a lógica é essa.
Por isso, o artigo foi motivo de orgulho para todos os policiais militares, pois o que a sociedade e a corporação precisam é disso, que os policiais operacionais, que são vocacionados para a missão de combate ao crime, que é divina, cumpram a sua missão. Que os policiais que são dedicados a fazer a gestão para que a polícia funcione bem, que cumpram a sua missão, assim como os médicos, os capelães e assim por diante. Afinal, a polícia militar é lugar disso: Policiais militares.
Quem fez o concurso achando que era outra coisa, ou que se julga acima da nossa corporação e da nossa missão que vá e vença em outro lugar, de preferência sem ser servidor público.
Leia o artigo do Sargento na íntegra...
Não queremos ser oficiais!
BLITZ DIGITAL Publicado em Quinta, 26 Setembro 2013 16:36
Escrito por SGT Pires da Rocha
Nesta semana algumas propostas de reestruturação surgiram e foram devidamente publicadas em vários blogs policiais do Distrito Federal. Várias teorias surgiram, entre elas, a de que as propostas seriam apenas uma tentativa de salvação de mandatos eletivos de políticos que nada fizeram por nossa categoria profissional, POLICIAL MILITAR.
Após o surgimento destas propostas também surgiu uma suposta "carta resposta" da Associação dos Oficiais repudiando a tal proposta de reestruturação, repudiando a entrada única de policiais, sugerindo o curso de direito como pré-requisito para se tornar oficial da Policia Militar.
Acredito, entretanto, que Direito não seja o curso mais indicado para nossos gestores. Administração sim, seria o curso mais adequado para policiais que precisam gerir pessoas, verba e equipamentos. Direito poderia vir em segundo plano, poderia ser exigido para quem trabalha nas ruas, que precisam saber o que fazer com criminosos, mas não é esse o ponto principal desta postagem.
Porque me tornar oficial de policia? Porque deixaria de ser um técnico, um executor? Não existe nada de pejorativo em prender marginais, não é uma função pior do que qualquer outra, pelo contrário é algo diferente, apaixonante, que utiliza conhecimentos técnicos, legais, físicos e táticos. Não é algo para qualquer um, tem que gostar, tem que saber fazer (ou pelo menos tentar). E quando já estamos ficando melhores, mais experientes nos jogam em uma função de pseudo oficial (oficial administrativo). Um oficial que não pode agir plenamente como oficial, por exemplo não pode comandar uma companhia de um Batalhão, ficando na maioria das vezes relegado a um posto de logística/ reserva de armamento.
Achamos que somos únicos mas todas as profissões tem gestores e executores. Uma das mais nobres profissões, a de médico, que possui diretores de hospitais, burocratas que tem que desenrolar-se logisticamente para administrar salários, custos, estruturas, demandas e temos médicos que tem seus plantões, fazem atendimentos emergenciais (GTOPs, ROTAM, PATAMO), consultas (RPs), cirurgias (BOPE). Você não vê médicos se matando para se tornar diretor de hospital, é claro que alguns querem, aqueles que não são vocacionados para a medicina, mas não há esse desespero de todos se tornarem gestores, temos médicos de 30 anos de profissão que amam o que fazem e seria um desserviço retirá-los do atendimento, assim como existem médicos de 30 anos de idade que já dirigem hospitais e o fazem com grande competência. A grande diferença entre estes médicos e nós policiais é que médicos ganham bem o suficiente para não ficarem loucos para se tornarem gestores, e nós policiais militares queremos ser oficiais não pela função em si, mas pelo que ela remunera.
Quero ser um executor que tenha cursos a minha disposição, estandes para treinar, viaturas em condições e alojamentos idem, e para isso necessito da atividade meio e de gestores que estejam correndo atrás. Uma boa linha de frente, motivada, bem paga e equipada combate a criminalidade motivada e os louros dessa boa atuação refletem não apenas no combatente, mas em todos. Todos estão felizes com nossa idiotice de ficar brigando entre si. Outras corporações, o governo local, deputados, todos ficam rindo da nossa cara, achando bom esse nosso patético teatro. Eles sabem que se fossemos unidos e organizados seriamos a menina dos olhos da segurança pública, a meninas dos olhos dos governadores e principalmente da sociedade que validaria qualquer tentativa de aumento de salários de nossa tropa.
Não quero ser oficial nem salário de oficial, quero um salário digno e pronto. Continuar procurando marginais, foi para isso que me inscrevi no concurso de soldado policial militar, não foi para um dia sair major ou tenente coronel. Não tenho essa ambição, pelo contrario a cada dia que mais próximo fico da carreira de oficial Administrativo mais triste fico.
Porque não posso passar 30 anos sendo praça, correndo atrás de vagabundo, me divertindo no serviço operacional, é isso que quero, o que anseio, mas quero passar trinta anos praça ganhando bem, só isso. Um praça não tem que ganhar mal para um oficial ganhar bem, podem os dois ganharem bem e com isso todos ganham. Não tenho que me tornar oficial administrativo para ganhar bem. Que praças e oficiais entrem em acordo, pois uma policia fraca como estamos ficando não trás lucro para ninguém, oficiais ou praças.
Não quero desmerecer a função de oficial de policia, temos grandes oficiais policiais militares, e que exercem com maestria sua função, a de gestores, mas sou praça, adoro o que faço e não vejo nada de errado em continuar sendo um combatente. Desde que receba bem para isso!
Fonte: Caserna PapaMike.
Foto: André Gustavo Stumpf.
Nesta semana algumas propostas de reestruturação surgiram e foram devidamente publicadas em vários blogs policiais do Distrito Federal. Várias teorias surgiram, entre elas, a de que as propostas seriam apenas uma tentativa de salvação de mandatos eletivos de políticos que nada fizeram por nossa categoria profissional, POLICIAL MILITAR.
Após o surgimento destas propostas também surgiu uma suposta "carta resposta" da Associação dos Oficiais repudiando a tal proposta de reestruturação, repudiando a entrada única de policiais, sugerindo o curso de direito como pré-requisito para se tornar oficial da Policia Militar.
Acredito, entretanto, que Direito não seja o curso mais indicado para nossos gestores. Administração sim, seria o curso mais adequado para policiais que precisam gerir pessoas, verba e equipamentos. Direito poderia vir em segundo plano, poderia ser exigido para quem trabalha nas ruas, que precisam saber o que fazer com criminosos, mas não é esse o ponto principal desta postagem.
Porque me tornar oficial de policia? Porque deixaria de ser um técnico, um executor? Não existe nada de pejorativo em prender marginais, não é uma função pior do que qualquer outra, pelo contrário é algo diferente, apaixonante, que utiliza conhecimentos técnicos, legais, físicos e táticos. Não é algo para qualquer um, tem que gostar, tem que saber fazer (ou pelo menos tentar). E quando já estamos ficando melhores, mais experientes nos jogam em uma função de pseudo oficial (oficial administrativo). Um oficial que não pode agir plenamente como oficial, por exemplo não pode comandar uma companhia de um Batalhão, ficando na maioria das vezes relegado a um posto de logística/ reserva de armamento.
Achamos que somos únicos mas todas as profissões tem gestores e executores. Uma das mais nobres profissões, a de médico, que possui diretores de hospitais, burocratas que tem que desenrolar-se logisticamente para administrar salários, custos, estruturas, demandas e temos médicos que tem seus plantões, fazem atendimentos emergenciais (GTOPs, ROTAM, PATAMO), consultas (RPs), cirurgias (BOPE). Você não vê médicos se matando para se tornar diretor de hospital, é claro que alguns querem, aqueles que não são vocacionados para a medicina, mas não há esse desespero de todos se tornarem gestores, temos médicos de 30 anos de profissão que amam o que fazem e seria um desserviço retirá-los do atendimento, assim como existem médicos de 30 anos de idade que já dirigem hospitais e o fazem com grande competência. A grande diferença entre estes médicos e nós policiais é que médicos ganham bem o suficiente para não ficarem loucos para se tornarem gestores, e nós policiais militares queremos ser oficiais não pela função em si, mas pelo que ela remunera.
Quero ser um executor que tenha cursos a minha disposição, estandes para treinar, viaturas em condições e alojamentos idem, e para isso necessito da atividade meio e de gestores que estejam correndo atrás. Uma boa linha de frente, motivada, bem paga e equipada combate a criminalidade motivada e os louros dessa boa atuação refletem não apenas no combatente, mas em todos. Todos estão felizes com nossa idiotice de ficar brigando entre si. Outras corporações, o governo local, deputados, todos ficam rindo da nossa cara, achando bom esse nosso patético teatro. Eles sabem que se fossemos unidos e organizados seriamos a menina dos olhos da segurança pública, a meninas dos olhos dos governadores e principalmente da sociedade que validaria qualquer tentativa de aumento de salários de nossa tropa.
Não quero ser oficial nem salário de oficial, quero um salário digno e pronto. Continuar procurando marginais, foi para isso que me inscrevi no concurso de soldado policial militar, não foi para um dia sair major ou tenente coronel. Não tenho essa ambição, pelo contrario a cada dia que mais próximo fico da carreira de oficial Administrativo mais triste fico.
Porque não posso passar 30 anos sendo praça, correndo atrás de vagabundo, me divertindo no serviço operacional, é isso que quero, o que anseio, mas quero passar trinta anos praça ganhando bem, só isso. Um praça não tem que ganhar mal para um oficial ganhar bem, podem os dois ganharem bem e com isso todos ganham. Não tenho que me tornar oficial administrativo para ganhar bem. Que praças e oficiais entrem em acordo, pois uma policia fraca como estamos ficando não trás lucro para ninguém, oficiais ou praças.
Não quero desmerecer a função de oficial de policia, temos grandes oficiais policiais militares, e que exercem com maestria sua função, a de gestores, mas sou praça, adoro o que faço e não vejo nada de errado em continuar sendo um combatente. Desde que receba bem para isso!
Fonte: Caserna PapaMike.
Foto: André Gustavo Stumpf.
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