AGENTES PRESOS
Detenção de inspetores foi assunto do dia nas DP’s
O delegado Waigner acredita que a quebra do sigilo telefônico dos celulares usados pela dupla irá fornecer informações importantes na investigação sobre o episódio. Além da droga, da arma e do dinheiro, a patrulha da BM apreendeu vários papéis com anotações sobre supostos traficantes.
– A nossa resposta ao que os dois fizeram precisa ser rápida e consistente – avalia o delegado.
Nos corredores das delegacias da Capital, a prisão dos inspetores foi o assunto do dia. Eles pertencem à 3ª Delegacia do Denarc, que opera com 12 agentes e é responsável pela Região Metropolitana. O titular é o delegado Marcos Viafore.
– Os dois não estavam em Guaíba, em nenhuma missão. O episódio é lamentável, e estamos conversando com a equipe sobre o que aconteceu – afirma o delegado.
Arima da Cunha Pires, advogada dos dois policiais, não comenta o caso dos seus clientes. Diz apenas que deverá entrar com pedido de relaxamento da prisão para ambos.
– São duas pessoas de bem. Não têm motivo para ficar presos enquanto a investigação está em andamento – argumenta.
A versão dos presos
Marques e Reis eram considerados linha de frente da delegacia. Zero Hora apurou que eles afirmaram, para amigos e no depoimento, na Corregedoria, que caíram em uma armadilha do filho de um traficante que haviam detido. Essa pessoa seria aliada de um informante da dupla – um homem com longa ficha de serviços aos inspetores.
O informante teria ligado e marcado um encontro em Guaíba, com o argumento de que os levaria ao maior traficante da região (o nome não foi revelado). Mas que eles deveriam se passar por vendedores de droga. Para compor o disfarce, o informante deu a eles uma espécie de kit – a droga e o dinheiro –, afirmando que se tratava de material falso. A arma com a numeração raspada, apreendida com eles, teria sido tirada do informante por precaução.
Os dois policiais teriam ficado no local do encontro esperando o informante trazer o homem que os levaria até o traficante. Foi quando apareceu a patrulha da BM e os prendeu.
O PERFIL DOS DETIDOS
- Luís Fernando Marques da Silva, 48 anos, inspetor, entrou na Polícia Civil em 1995, na 20ª DP, em Porto Alegre. De 1999 a 2001, trabalhou na 4ª DP do Denarc. Foi para o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), onde trabalhou nas delegacias de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio das Concessionárias e os Serviços Delegados (DRCP) e na de Roubos, de onde foi afastado para responder processo administrativo disciplinar por concussão de 18 de junho de 2007 a 12 de março de 2013. Foi absolvido pelo Conselho Superior de Polícia. Depois, reintegrado à DP de Roubos, foi para a 3ª DP do Denarc.
- Marcos Bilheri Reis, 42 anos, inspetor, entrou em 2004 na Polícia Civil, na 1ª DP de Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Em 2005, foi transferido para o Deic, em Porto Alegre, onde trabalhou nas delegacias de Roubos e na de Furtos e Roubos de Veículos. Em 2011, foi do Denarc, onde trabalhou na 4ª DP, na de Pronto Atendimento (Plantão) e na 3ª DP.
CARLOS WAGNER
Polícia segue rastros de celulares. Quebra do sigilo telefônico da dupla de investigadores, detida na sexta-feira com 1,7 quilo de cocaína, em Guaíba, foi pedida ontem
A polícia pediu ontem à Justiça a quebra do sigilo telefônico dos inspetores do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), presos em flagrante por um patrulha da Brigada Militar (BM) na noite de sexta-feira, em Guaíba, na Região Metropolitana. Com a dupla de investigadores, foram apreendidos 1,7 quilo de cocaína, R$ 8 mil e uma arma calibre 32 com a numeração raspada. A prisão preventiva dos dois policiais foi decretada no sábado.
Ontem, o corregedor-geral da Polícia Civil, delegado Walter Waigner, comunicou à Chefia da Polícia Civil o afastamento temporário de suas funções dos inspetores Luís Fernando Marques da Silva, 48 anos, conhecido como Alemão Marques, e Marco Bilheri Reis, 42 anos.
Esta é a segunda vez que Marques é afastado. A primeira ocorreu no período de 2007 a 2012, quando ele respondeu a um inquérito administrativo por concussão – exigir vantagens para si. Inocentado, acabou reintegrado ao efetivo.
A polícia pediu ontem à Justiça a quebra do sigilo telefônico dos inspetores do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), presos em flagrante por um patrulha da Brigada Militar (BM) na noite de sexta-feira, em Guaíba, na Região Metropolitana. Com a dupla de investigadores, foram apreendidos 1,7 quilo de cocaína, R$ 8 mil e uma arma calibre 32 com a numeração raspada. A prisão preventiva dos dois policiais foi decretada no sábado.
Ontem, o corregedor-geral da Polícia Civil, delegado Walter Waigner, comunicou à Chefia da Polícia Civil o afastamento temporário de suas funções dos inspetores Luís Fernando Marques da Silva, 48 anos, conhecido como Alemão Marques, e Marco Bilheri Reis, 42 anos.
Esta é a segunda vez que Marques é afastado. A primeira ocorreu no período de 2007 a 2012, quando ele respondeu a um inquérito administrativo por concussão – exigir vantagens para si. Inocentado, acabou reintegrado ao efetivo.
Detenção de inspetores foi assunto do dia nas DP’s
O delegado Waigner acredita que a quebra do sigilo telefônico dos celulares usados pela dupla irá fornecer informações importantes na investigação sobre o episódio. Além da droga, da arma e do dinheiro, a patrulha da BM apreendeu vários papéis com anotações sobre supostos traficantes.
– A nossa resposta ao que os dois fizeram precisa ser rápida e consistente – avalia o delegado.
Nos corredores das delegacias da Capital, a prisão dos inspetores foi o assunto do dia. Eles pertencem à 3ª Delegacia do Denarc, que opera com 12 agentes e é responsável pela Região Metropolitana. O titular é o delegado Marcos Viafore.
– Os dois não estavam em Guaíba, em nenhuma missão. O episódio é lamentável, e estamos conversando com a equipe sobre o que aconteceu – afirma o delegado.
Arima da Cunha Pires, advogada dos dois policiais, não comenta o caso dos seus clientes. Diz apenas que deverá entrar com pedido de relaxamento da prisão para ambos.
– São duas pessoas de bem. Não têm motivo para ficar presos enquanto a investigação está em andamento – argumenta.
A versão dos presos
Marques e Reis eram considerados linha de frente da delegacia. Zero Hora apurou que eles afirmaram, para amigos e no depoimento, na Corregedoria, que caíram em uma armadilha do filho de um traficante que haviam detido. Essa pessoa seria aliada de um informante da dupla – um homem com longa ficha de serviços aos inspetores.
O informante teria ligado e marcado um encontro em Guaíba, com o argumento de que os levaria ao maior traficante da região (o nome não foi revelado). Mas que eles deveriam se passar por vendedores de droga. Para compor o disfarce, o informante deu a eles uma espécie de kit – a droga e o dinheiro –, afirmando que se tratava de material falso. A arma com a numeração raspada, apreendida com eles, teria sido tirada do informante por precaução.
Os dois policiais teriam ficado no local do encontro esperando o informante trazer o homem que os levaria até o traficante. Foi quando apareceu a patrulha da BM e os prendeu.
O PERFIL DOS DETIDOS
- Luís Fernando Marques da Silva, 48 anos, inspetor, entrou na Polícia Civil em 1995, na 20ª DP, em Porto Alegre. De 1999 a 2001, trabalhou na 4ª DP do Denarc. Foi para o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), onde trabalhou nas delegacias de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio das Concessionárias e os Serviços Delegados (DRCP) e na de Roubos, de onde foi afastado para responder processo administrativo disciplinar por concussão de 18 de junho de 2007 a 12 de março de 2013. Foi absolvido pelo Conselho Superior de Polícia. Depois, reintegrado à DP de Roubos, foi para a 3ª DP do Denarc.
- Marcos Bilheri Reis, 42 anos, inspetor, entrou em 2004 na Polícia Civil, na 1ª DP de Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Em 2005, foi transferido para o Deic, em Porto Alegre, onde trabalhou nas delegacias de Roubos e na de Furtos e Roubos de Veículos. Em 2011, foi do Denarc, onde trabalhou na 4ª DP, na de Pronto Atendimento (Plantão) e na 3ª DP.
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