Policiais Militares são condenados a 156 anos de prisão pelo massacre do Carandiru. Jurados consideram culpados 23 dos 26 acusados pela morte de 13 presos
Após seis dias de julgamento, o Tribunal do Júri condenou, na madrugada deste domingo, 23 dos 26 policiais militares acusados pela morte de 13 detentos no episódio que ficou conhecido como massacre do Carandiru.
Os 23 réus que foram condenados a 156 anos de prisão. A pena será cumprida em regime inicial fechado, mas eles podem recorrer em liberdade. A sentença foi dada pelo juiz José Augusto Marzagão. Os réus foram condenados, cada um, por 13 mortes e pela pena mínima de 12 anos por cada morte.
Foram absolvidos Maurício Marchese Rodrigues, Eduardo Espósito e Roberto Alberto da Silva, conforme pedido do Ministério Público.
O massacre
O maior massacre do sistema penitenciário brasileiro ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos durante a invasão policial para reprimir uma rebelião no Pavilhão 9 do Presídio do Carandiru (como ficou conhecida a Casa de Detenção), na capital paulista, já desativado.
Três prédios do complexo foram demolidos para construção de um parque. Os outros vão abrigar centros educacionais.
Os réus que foram julgados são os policiais militares que entraram no segundo pavimento do presídio, onde foram mortos 15 detentos. O julgamento dos demais réus ainda não foi marcado, mas prevê-se que ainda haverá mais cinco ou seis blocos de julgamento.
A expectativa é que novos julgamentos sejam marcados a cada três meses.
O processo é um dos maiores da Justiça de São Paulo, com 57 volumes de autos principais e mais de 90 apensos, além dos documentos de autos desmembrados, perfazendo um total de mais de 50 mil páginas.
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