ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

terça-feira, 9 de abril de 2013

PRISÃO DE SUSPEITO GERA RUSGAS E INVESTIGAÇÕES PARALELAS

ZERO HORA 09 de abril de 2013 | N° 17397

TAXISTAS MORTOS. Prisão gera dissabores na cúpula

Capturado no sábado, foragido apontado como suspeito de matar motoristas pode não ter relação com as execuções em série



A prisão de um foragido do regime aberto no final de semana, suspeito de matar três taxistas em Porto Alegre, gerou dois dissabores para a Polícia Civil. O primeiro: frustração. É forte a crença de que Roger de Almeida Waszak, o Canarinho, apesar de condenação por assaltos a taxistas, não seja o assassino. O segundo: criou dissabor entre delegados que investigam o caso.

Oclima desagradável surgiu a partir de uma determinação da Chefia da Polícia Civil. Pressionado a dar respostas mais rápidas possíveis, o chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Junior, convocou a corporação para se empenhar na elucidação das seis mortes – três na Capital e três em Livramento.

– Temos 5,7 mil homens e 1,5 mil viaturas para prender os criminosos – disse Ranolfo, em uma reunião.

A mensagem visava a estimular policiais a colaborar nas buscas ao matador. Em Livramento, o trabalho é coordenado pelo delegado Eduardo Sant’Anna Finn, e na Capital, pelo diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Odival Soares.

Mas, em Porto Alegre, há sinais de que a cooperação, com repasse de pistas e dicas de informantes para o DHPP, não tem acontecido. Coincidência ou não, até agora, apenas delegacias de cidades vizinhas a Porto Alegre – Canoas, Alvorada, Gravataí – repassaram ao DHPP armas calibre .22 para serem periciadas. A parceria ordenada pela Chefia teria se transformado em competição para ver quem pega primeiro o matador.

– No final do mês, sai uma lista de promoções. E tem muita gente querendo ver o nome nela. Imagina o prestígio de quem prender o criminoso que levou taxistas a protestar de madrugada na frente da casa do governador – pondera um policial.

Ambiente ficou mais acirrado na sexta-feira

O ambiente de disputa ficou mais acirrado na sexta-feira depois que o delegado regional de Porto Alegre, Cléber Ferreira, revelou ter informações de um suspeito, com condenações por seis assaltos a taxistas e que teria raiva da categoria por ter sido baleado durante um roubo. O assunto chegou à Chefia de Polícia que convocou uma reunião para evitar rusgas internas e investigações paralelas.

Com mais de 40 anos na Polícia Civil, Ferreira tinha convicção de estar diante do matador. Por conta disso, foi autorizado a seguir a diante, até porque o homem era foragido do Instituto Penal de Canoas – suas penas somaram 15 anos, restando dois anos e 10 meses a cumprir. O fato de não terem sido encontradas – ao menos até agora – digitais do foragido nos táxis, de inexistir vestígios materiais na residência do preso e de estatura ser diferente da do suspeito sugerem que o foragido capturado possa não ter envolvimento com as mortes.

JOSE LUÍS COSTA



Nenhum comentário:

Postar um comentário