EDITORIAIS
A informação de que, ao invés de se empenharem em unir esforços na elucidação do assassinato de seis taxistas, integrantes da Polícia Civil estariam envolvidos numa espécie de disputa de beleza para ver quem consegue deter o matador é ao mesmo tempo incompreensível e inaceitável. Realmente, os organismos da área de segurança pública estão demorando demais para dar uma resposta à sociedade sobre os bárbaros crimes. Nada justifica, porém, o açodamento ou o boicote à atuação de diferentes grupos. Este é um daqueles casos em que só um trabalho conjunto, organizado e consciente pode levar a resultados eficazes.
Nos últimos anos, as vítimas em um número cada vez maior de todo tipo de violência no cotidiano vêm tendo de se resignar, ainda que sob inconformismo, com a constatação da pouca utilidade prática até mesmo de um gesto decisivo contra o crime: o de registrar ocorrências. Sob alegações crônicas, como a de que o número de servidores é reduzido e de que os poucos em atividade são remunerados insatisfatoriamente, além de conviverem no cotidiano com péssimas condições materiais de trabalho, as investigações se avolumam indefinidamente, e raras vezes são concluídas. A realidade, torturante para a sociedade, não poderia ser mais favorável para os criminosos, que assim se sentem livres para agir, amparados pela impunidade.
Diante de uma situação como a atual, em que há um crime praticado em série contra uma categoria de estreitos laços com a população como a dos taxistas, é natural que o poder público concentre esforços para esclarecer os fatos. E, nesse caso, até as carências parecem se atenuar. Foi o que deu a entender a chefia da Polícia Civil, ao ressaltar que dispõe de 5,7 mil homens e de 1,5 mil viaturas para prender os criminosos.
Em qualquer caso, mas particularmente neste, o poder público tem o dever de evitar especulações e fornecer respostas objetivas. As chances de descobrir e deter o responsável pelas mortes serão maiores se houver mais união e menos disputa entre os policiais.
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