O Estado de S.Paulo 26 de abril de 2013 | 2h 07
Secretário silencia e proíbe delegado e comandante de falar
O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, preferiu manter o silêncio depois do anúncio dos dados de criminalidade. Ele não falou e não autorizou que o comandante-geral da Polícia Militar, Benedito Roberto Meira, e o delegado-geral da Polícia Civil, Maurício Blazek, falassem para explicar os números.
No período de quase dez anos ininterruptos em que o Estado de São Paulo registrou queda nas taxas de homicídios, a secretaria sempre colocava o delegado-geral e o comandante-geral para falar com os jornalistas durante a divulgação dos dados. / B.P.M. e D.T.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É mais uma evidência da ingerência nociva do poder político em assuntos técnicos de justiça criminal. Tanto o Delegado como o Comandante deveriam pedir exoneração do cargo, já que não podem esclarecer a população sobre seus deveres de justiça criminal. Até quando?
A solução para evitar esta nociva e inoportuna ingerência política em questões técnicas é a extinção da Secretaria de Segurança e integração operacional das forças policiais e prisionais ao SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL.
A NOTÍCIA
Homicídios sobem 18% no trimestre e região central lidera tendência de alta. É o 8º mês de crescimento da criminalidade na capital, que voltou a puxar a média de assassinatos no Estado; roubos também cresceram
26 de abril de 2013 | 2h 02
BRUNO PAES MANSO, DANIEL TRIELLI - O Estado de S.Paulo
A capital puxou a alta dos assassinatos no Estado de São Paulo no primeiro trimestre. O total de homicídios cresceu 18,2% na cidade em relação ao mesmo período do ano passado. É o oitavo mês seguido de crescimento em São Paulo, desde que se intensificou a crise envolvendo policiais militares e integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), no segundo semestre do ano passado.
No Estado, o aumento de assassinatos foi de 10,22% no período. A Grande São Paulo teve alta de 15,4%.
Entre as cinco regiões da capital, o centro liderou a alta. O crescimento no trimestre alcançou 78,6%, passando de 14 para 25 casos. Em março, um desses crimes, no Brás, resultou na prisão de oito PMs, suspeitos de assassinarem dois jovens, um deles com 14 anos. Dois executores foram flagrados por câmeras de vigilância quando efetuavam os disparos.
Em termos absolutos, a zona sul continua sendo a área mais sangrenta da capital, com 112 casos no trimestre. A região tem os quatro distritos com mais homicídios: Capão Redondo (14 casos), Parelheiros (12), Campo Limpo (12) e Parque Santo Antônio (12).
No Campo Limpo, em janeiro, uma chacina com sete vítimas levou à prisão cinco PMs. Eles foram apontados como suspeitos de praticar o crime em represália a filmagens feitas por moradores do bairro que mostrou policiais matando um morador do bairro. No primeiro trimestre, o número de assassinatos na zona sul aumentou 10%.
Em outro extremo, dos 93 distritos policiais da capital, 14 não tiveram assassinatos nos três primeiros meses do ano. No ano passado haviam sido 17.
Roubos. No período em que a Prefeitura de São Paulo flexibilizou a Operação Delegada, retirando homens do centro e distribuindo o efetivo para as áreas mais distantes, a região central também liderou a piora nas taxas de roubos na capital. Aconteceram no trimestre 3.970 roubos, 23,3% a mais que no ano passado. O distrito que mais aumentou o total de roubos de roubos foi a Consolação, com 534 ocorrências, 76% a mais do que no primeiro trimestre do ano passado.
Entre os 93 distritos da capital, nove tiveram mais de 800 roubos. Dois ficam no centro expandido: Santa Ifigênia (818) e Sé (803). Os demais ficam na periferia. Capão Redondo, na zona sul, além de liderar o ranking dos assassinatos, foi o distrito com maior quantidade de roubos, alcançando 1.070 ocorrências - 20% a mais que no ano passado.
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