ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

PM REAGE CONTRA QUEBRA-QUEBRA

ZERO HORA 14 de junho de 2013 | N° 17462

PROTESTOS E QUEBRA-QUEBRA

Polícia reage com violência em SP


Além de Porto Alegre, São Paulo, Rio, Manaus e Maceió registraram distúrbios relacionados a protestos contra a tarifa de ônibus. O caso mais grave foi o da capital paulista, onde a Polícia Militar endureceu a repressão contra manifestantes, agrediu jornalistas, deixou pedestres e motoristas encurralados por bombas de gás e tiros de borracha, na quarta manifestação em uma semana.

A série de bombas de efeito moral lançadas pela tropa apavorou pedestres e motoristas – que chegaram a abandonar carros. Pelo menos 55 pessoas, vítimas de confrontos entre PM e manifestantes, receberam atendimento médico. Outras 192 foram presas.

No Rio, o ato terminou com policiais militares e ativistas se enfrentando na Candelária, no Centro. Manifestantes atearam fogo a latas de lixo e quebraram vidraças. Policiais reagiram com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.

Uma causa que une grupos

CARLOS ROLLSING

Porto Alegre inspirou protestos em São Paulo, Rio e outras capitais. Puxado por jovens militantes do PSOL, PSTU, movimentos sociais e anarquistas, o Bloco de Luta pelo Transporte Público alcançou vitória com a redução das tarifas. Em São Paulo, os protestos surgiram para repetir Porto Alegre. Mas os paulistas pegaram pesado na irracionalidade. O quadro se inverteu, e São Paulo inspirou Porto Alegre.

Blocos de lutas integrados por grupos de conexões nacionais marcaram protestos simultâneos para ontem à noite em capitais. E os porto-alegrenses, encorajados pelos companheiros paulistas, adotaram atos de violência de intensidade não vista antes, liderados por anarquistas com traços sociopatas.

Os protestos não vão parar. A causa do transporte público é a que mais unifica os grupos ideológicos. Eles pleiteiam nova redução para R$ 2,60. Mas há outras causas, como as árvores da Avenida Beira-Rio. Os movimentos representam um novo extrato da sociedade. Idealistas desencantados com a política sindical e partidária tradicional querem interferir no sistema por meio dos movimentos sociais. Isso leva aqueles que pertencem a partidos a se integrarem aos atos pelos coletivos. Uma adaptação. Uma nova forma de expressão – por vezes radical e agressiva – de emoções e utopias.


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