OAB e sindicato de jornalistas da Bahia condenam ação da PM em protesto em Salvador. Na capital baiana, 30 manifestantes foram presos. Em Belo Horizonte, a polícia informou que foram 32 detidos
AGÊNCIA A TARDE
O GLOBO
Atualizado:23/06/13 - 15h02
Idoso fica ferido em protesto em Belo Horizonte durante confronto entre policiais e manifestantes AFP
SALVADOR — O advogado e conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Bahia, Domingos Arjones, disse neste domingo que presenciou policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar agredindo manifestantes que protestavam pacificamente no sábado, em Salvador. Trinta pessoas foram detidas ontem na capital baiana. Em Belo Horizonte, a Polícia Militar informou neste domingo que 32 pessoas foram presas durante protesto que reuniu 65 mil pessoas contra os gastos com a Copa e por mais investimentos em saúde e educação. Pelo menos 15 pessoas ficaram feridas nas duas cidades após confronto entre manifestantes e policiais.
— Eu acompanhei a manifestação do Campo Grande até o Iguatemi, quando eles sentaram para cantar o hino nacional, e a Polícia de Choque começou a agredir todo mundo — relatou o conselheiro da OAB.
Depois do flagrante, Arjones foi à 13ª Delegacia, para onde foram levados os presos.
— Foram 24 homens e seis mulheres. Elas foram presas acusadas de incitar a violência. A OAB vai prestar assistência jurídica gratuita a todas as pessoas que foram presas na manifestação e que estavam protestando pacificamente — informou.
Três adolescentes também foram apreendidos. De acordo com a polícia, eles carregavam coquetel molotov na mochila. Não há registro de ataques usando coquetel molotov durante os atos em Salvador.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) também divulgou uma nota de repúdio aos atos de repressão praticados por policiais militares contra três jornalistas durante as manifestações em Salvador.
O repórter do portal Bahia Notícias Francis Juliano foi preso em frente ao Shopping Iguatemi ao questionar policiais sobre o motivo de espancarem um fotógrafo. De acordo com nota do Sinjorba, o jornalista Evilásio Júnior foi agredido com spray de pimenta no rosto, empurrões e palavrões por policiais militares.
"Os policiais, além da prisão arbitrária, agrediram os jornalistas com palavrões. Policiais também forçaram, na região dos Barris, o fotógrafo Tiago di Araújo, do Ibahia, a apagar fotos de sua máquina sobre a repressão ao movimento de protesto", diz a nota do sindicato que anuncia apoiar “as manifestações do povo brasileiro realizadas ao longo dos últimos dias, pedindo respeito à integridade física e ao direito de expressão garantidos pela Constituição Brasileira”.
A nota dia ainda que “é função dos jornalistas registrar os fatos decorrentes da ida da população às ruas e, quando esta atividade é cerceada pela brutalidade policial, trata-se de um grave sintoma da tentativa de encobrir o descontrole, abuso de autoridade e falta profissionalismo dos que atuam nas ruas para manter a ordem pública".
Atualizado:23/06/13 - 15h02
Idoso fica ferido em protesto em Belo Horizonte durante confronto entre policiais e manifestantes AFP
SALVADOR — O advogado e conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Bahia, Domingos Arjones, disse neste domingo que presenciou policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar agredindo manifestantes que protestavam pacificamente no sábado, em Salvador. Trinta pessoas foram detidas ontem na capital baiana. Em Belo Horizonte, a Polícia Militar informou neste domingo que 32 pessoas foram presas durante protesto que reuniu 65 mil pessoas contra os gastos com a Copa e por mais investimentos em saúde e educação. Pelo menos 15 pessoas ficaram feridas nas duas cidades após confronto entre manifestantes e policiais.
— Eu acompanhei a manifestação do Campo Grande até o Iguatemi, quando eles sentaram para cantar o hino nacional, e a Polícia de Choque começou a agredir todo mundo — relatou o conselheiro da OAB.
Depois do flagrante, Arjones foi à 13ª Delegacia, para onde foram levados os presos.
— Foram 24 homens e seis mulheres. Elas foram presas acusadas de incitar a violência. A OAB vai prestar assistência jurídica gratuita a todas as pessoas que foram presas na manifestação e que estavam protestando pacificamente — informou.
Três adolescentes também foram apreendidos. De acordo com a polícia, eles carregavam coquetel molotov na mochila. Não há registro de ataques usando coquetel molotov durante os atos em Salvador.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) também divulgou uma nota de repúdio aos atos de repressão praticados por policiais militares contra três jornalistas durante as manifestações em Salvador.
O repórter do portal Bahia Notícias Francis Juliano foi preso em frente ao Shopping Iguatemi ao questionar policiais sobre o motivo de espancarem um fotógrafo. De acordo com nota do Sinjorba, o jornalista Evilásio Júnior foi agredido com spray de pimenta no rosto, empurrões e palavrões por policiais militares.
"Os policiais, além da prisão arbitrária, agrediram os jornalistas com palavrões. Policiais também forçaram, na região dos Barris, o fotógrafo Tiago di Araújo, do Ibahia, a apagar fotos de sua máquina sobre a repressão ao movimento de protesto", diz a nota do sindicato que anuncia apoiar “as manifestações do povo brasileiro realizadas ao longo dos últimos dias, pedindo respeito à integridade física e ao direito de expressão garantidos pela Constituição Brasileira”.
A nota dia ainda que “é função dos jornalistas registrar os fatos decorrentes da ida da população às ruas e, quando esta atividade é cerceada pela brutalidade policial, trata-se de um grave sintoma da tentativa de encobrir o descontrole, abuso de autoridade e falta profissionalismo dos que atuam nas ruas para manter a ordem pública".
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