ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

RS GASTA COM LOCAÇÕES E SUBSTITUIÇÕES

ZERO HORA 02 de novembro de 2012 | N° 17241

DINHEIRO PÚBLICO

RS gasta R$ 456 mil por mês com locação de DPs. Polícia Civil aluga 120 imóveis, 26% dos prédios usados pela corporação

CID MARTINS E JOCIMAR FARINA | RÁDIO GAÚCHA

Com dificuldade para investir na compra de novos equipamentos e em reformas de distritos policiais no Rio Grande do Sul, o governo estadual desembolsa mensalmente quase R$ 1 milhão em aluguéis e substituições de delegados. Em condições precárias, há prédios da Polícia Civil que viraram depósitos de sucatas e outros que sofrem com infestações de pulgas e cupins.

ORio Grande do Sul tem 549 delegacias em 324 municípios. Ou seja, não há uma única delegacia em 35% das cidades gaúchas. A população dessas localidades é atendida por agentes de municípios vizinhos. E mesmo a existência de um distrito policial não garante aos moradores um atendimento de qualidade. Enquanto o chefe de Polícia, delegado Ranolfo Vieira Júnior, estima que sejam necessários quatro policiais por delegacia, quase um terço delas tem entre um e três servidores.

Onde está presente no Estado, a Polícia Civil ocupa 460 imóveis, 57% deles prédios próprios. As outras instalações são locadas (120, cerca de 26% do total) ou cedidas (78). Somente com o aluguel dos 120 imóveis, o governo gasta R$ 456 mil por mês.

Um dos prédios é a sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Capital. O aluguel custa R$ 50 mil. O governo já discutiu, sem avanços, alternativas de construção de uma sede própria. Outro prédio locado é o da Academia de Polícia, na zona norte de Porto Alegre. O aluguel mensal é de R$ 23 mil. Após cinco anos de promessas, um imóvel próprio do governo deve ser inaugurado em março.

A reportagem da Rádio Gaúcha apurou problemas com a infraestrutura em delegacias. Em Tramandaí, a reforma do prédio dura 20 anos e até o gabinete do delegado virou depósito. Em Cidreira, foi preciso alugar este ano um prédio porque a atual delegacia corre o risco de desabar. Na Capital, o bairro Lomba do Pinheiro tem uma DP improvisada há 16 anos e que sofre com a infestação de cupins, formigas e lagartas, situação semelhante à verificada na 1ª Delegacia de São Leopoldo.

Entre os gastos mensais da Polícia Civil, também está o pagamento de mais de R$ 500 mil com substituição de delegados. Existem hoje mais de 200 vagas em aberto para a função. Para atender à demanda, delegados de comarcas próximas ficam responsáveis pelas ocorrências em cidades vizinhas.

Contraponto

O que diz o chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Júnior - O delegado afirma que investimentos e esforços estão sendo feitos para melhorar a infraestrutura nos prédios da Polícia Civil. Ele diz que já foram investidos R$ 8 milhões desde o ano passado em obras realizadas. Outros R$ 7 milhões estão sendo investidos em reformas e construções. Há ainda a previsão de investimento de outros R$ 21 milhões, que dependem apenas de liberação de verba do governo estadual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário