NAS RUAS
Mais PMs a pé, menos em viaturas. BM decide redistribuir o efetivo em Porto Alegre na tentativa de reprimir os roubos de veículos
FRANCISCO AMORIM
FRANCISCO AMORIM
Para frear a onda de assaltos a motoristas em Porto Alegre, policiais militares a pé devem ser vistos com mais frequência a partir de hoje nas ruas, avenidas e praças da cidade. A nova orientação é reduzir o número de policiais dentro das viaturas do policiamento ostensivo, redistribuindo o efetivo em áreas mais visadas por ladrões de veículos.
Apenas veículos usados por forças especiais, como as do Pelotão de Operações Especiais (POE), deverão circular com mais de dois PMs. A determinação foi repassada ontem pelo comandante do Policiamento da Capital, coronel Alfeu Freitas, durante reunião de quase três horas, a cerca de 40 oficiais dos cinco batalhões responsáveis pelo patrulhamento dos bairros de Porto Alegre. Com a medida, o coronel quer dar fim a uma prática que se tornou comum na cidade, o patrulhamento em veículos ocupados por três ou quatro PMs.
– Não há necessidade de termos mais do que dois PMs por viaturas em ações de policiamento de rotina ou para o atendimento da maioria das ocorrências – comentou Freitas.
Sem revelar quantos PMs serão deslocados para o policiamento a pé, o comandante revelou que sua decisão tem dois objetivos básicos. O primeiro é dar mais visibilidade à tropa nas ruas da cidade, garantindo maior sensação de segurança à população. O outro objetivo é aproximar os PMs dos moradores e comerciantes, e, por consequência, elevar o número de informações recebidas pela corporação sobre movimentações suspeitas em áreas mais visadas pelos criminosos.
– O ideal, inclusive, é que seja o mesmo PM a fazer o policiamento da mesma área. Assim ele passa a conhecer moradores, a rotina do bairro, da rua – comentou o coronel.
Os comandantes de batalhões também foram orientados a reforçar o número de PMs à paisana, do serviço de inteligência, nas áreas mais perigosas. A ideia é que eles passem a ajudar as guarnições fardadas na localização de suspeitos.
Na segunda-feira, reportagem de ZH antecipou que a BM estudava ampliar o número de policiais a pé para reprimir os roubos na Capital.
Crime que atormenta
- No domingo, reportagem relatou histórias de vítimas de roubos de carro nas ruas com maior número de ocorrências em Porto Alegre em setembro – mês que registrou 496 assaltos.
- Um das ruas que apresentaram maior número de casos foi a Artigas, no Petrópolis. Após um surto de ataques, um PM passou a ficar de plantão na Praça Nações Unidas.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Parabéns ao Comandante do CPC Cel Freitas. Deve ter lido o Relatório Lee Brown. Esta estratégia foi aplicada em Nova York em 1990 quando a população começou a exigir maior presença policial nas ruas. Policiais ostensivos a pé permanecem em seus postos, comprometidos com o local de trabalho, atuando na prevenção de delitos e cumprindo com a presença real, uma das características do policiamento ostensivo. O Policial a pé tem a capacidade de interagir com os moradores e comerciantes locais na prevenção dos delitos. Quando ocorrer o delito, o policial a pé pode receber apoio das guarnições motorizadas e o reforço das patrulhas de resposta rápida e das guarnições táticas especiais.
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