ZERO HORA 13 de novembro de 2012 | N° 17252
FRONTEIRA OESTE
Justiça condena delegado por apropriar-se de TV
O delegado de Polícia Civil Thiago Carrijo Fraga, 33 anos, foi considerado culpado pelo crime de peculato (quando o servidor público aproveita-se do cargo em benefício próprio) pela Justiça de Uruguaiana. Ele é suspeito de ter se apropriado de uma TV durante operação policial em 2011.
Apena é de três anos de reclusão e cassação do cargo de delegado, que foi revertida no pagamento de dois salários mínimos e prestação de serviços comunitários por três meses. Ainda cabe recurso à decisão.
O fato teria ocorrido em outubro do ano passado. Conforme o Ministério Público, no cumprimento de um mandado de prisão na Vila Charqueadas, na zona rural, o delegado teria entrado na casa de uma moradora e se apropriado de uma TV de LCD da marca Samsung, de 24 polegadas, sem lavrar auto de apreensão. Ele teria entrado na residência alegando estar procurando fugitivos de um assalto a uma loja e não teria achado qualquer vinculação dentro da casa com o crime. A dona da TV estaria de posse da nota de compra do aparelho.
Mesmo com a condenação, o promotor Rodrigo Vieira disse que recorrerá da decisão. Ele entendeu que a pena fixada foi insuficiente para o crime.
– Não estamos falando de um guardinha de esquina e sim de um delegado importante. Ele deveria ser exemplo – afirmou.
O advogado de Fraga também irá recorrer da decisão. De acordo com Ricardo Cunha Martins, não há provas suficientes para incriminar seu cliente.
RAFAEL DIVERIO
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
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