ZERO HORA 13 de novembro de 2012 | N° 17252
SAÍDA COMPULSÓRIA
TJ determina retorno de delegados ao trabalho
Em julgamento ontem, o Tribunal de Justiça do Estado decidiu que delegados aposentados compulsoriamente devem ser reintegrados ao cargo. O mandado de segurança foi impetrado na Justiça contra ato do governo do Estado que determinou a aposentadoria compulsória de 20 delegados gaúchos, em julho deste ano.
No processo, o Estado argumenta que, segundo artigo da Lei Complementar Federal 51/1985, funcionários policiais devem ser aposentados compulsoriamente aos 65 anos. No entanto, os delegados que recorreram ao TJ, com idades entre 65 e 69 anos, argumentam que a Constituição Federal determina a aposentadoria compulsória apenas aos 70 anos.
Com a decisão, os delegados afastados ganham o direito de imediata reintegração ao cargo.
O chefe de Polícia Civil, delegado Ranolfo Vieira Júnior, disse que foi informado apenas extraoficialmente da decisão:
– Tenho informação extraoficial de que o mandado foi aceito e que eles devem retornar ao trabalho, mas até o momento desconheço os encaminhamentos do processo.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
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