A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
METRÓPOLE SITIADA
ZERO HORA 9 de novembro de 2012 | N° 17248
Matança continua em SP, mas caem ataques a PMs. Violência do PCC contra agentes de lei dá sinais de enfraquecimento diante de ofensiva da polícia
HUMBERTO TREZZI | Enviado Especial/São Paulo
Distraído, o motoqueiro circula em alta velocidade pela favela de Vila Santa Inês (zona leste de São Paulo). Cumprimenta olheiros do tráfico numa esquina, acena para a mulata bonita que passa, mas esbarra no inesperado: uma sólida barreira de PMs estacionada numa das principais esquinas da vila. A blitz é composta por micro-ônibus, duas caminhonetes Blazer e várias motos, capazes de penetrar nas vielas. Os policiais não estão ali a brinquedo. Vasculham tudo, de documentos até drogas e armas. O rapaz tem de dar muita explicação, antes de ser liberado.
Éassim, dia e noite, que quatro grandes comunidades da periferia paulistana vivem desde o último fim de semana. Tropas de policiais civis e militares ocupam essas áreas, num sufoco programado pelo governo para estrangular as ramificações do Primeiro Comando da Capital (PCC), a organização criminosa que decidiu abrir guerra contra os agentes da lei. E a Vila Santa Inês, no distrito de São Miguel Paulista, é reduto de alguns líderes da facção. Foi lá que seis integrantes do PCC foram mortos este ano, numa reunião em que decidiam executar outro criminoso.
É por isso que os PMs andam a passos lentos, calculados, com armas à mostra. Sempre em grupo, como conferiu ZH na tarde de ontem. São Paulo está assim, blitze para todo lado e policiais com medo.
Os ataques do PCC continuam. Mas parecem diminuir de intensidade. Um PM e um guarda municipal foram feridos entre a noite de quarta e a madrugada de ontem, na região metropolitana. Houve nove mortes no período: três homens armados, que tombaram ao trocar tiros com a polícia e outras seis pessoas que perderam a vida em episódios isolados.
O primeiro tiroteio ocorreu por volta das 22h30min de quarta-feira. Um PM foi baleado no Córrego Taioca, limite entre os municípios de Santo André e São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista. O policial estava numa radiopatrulha e teria trocado tiros com assaltantes. Os seus colegas não souberam informar em que circunstâncias o crime ocorreu. O PM foi atingido numa perna e no abdômen. Ele foi socorrido pela própria PM e levado para o Pronto-socorro Central de São Bernardo. Nenhum suspeito pelo crime foi preso.
No final da tarde de ontem, um bandido foi morto e outro ficou ferido em tiroteio com um PM à paisana na favela Brasilândia (zona leste), uma das áreas ocupadas pela polícia.
Ataque a filhos de ex-policial
Os policiais paulistas comemoram a prisão de dois suspeitos de atacar dois filhos de um ex-policial das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), a tropa de elite da PM paulista. O ataque foi na madrugada de terça-feira. Tiago e Diego de Souza Serrão, de 27 e 22 anos (filhos do PM), foram perseguidos pelas ruas da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da capital paulista. Após alcançar o carro, um dos ocupantes do táxi desceu, atirou contra as vítimas e fugiu, acompanhado do taxista. Tiago morreu e o irmão dele foi transferido, em estado grave, para o Hospital do Mandaqui, onde segue internado.
Policiais civis prenderam, ontem, o dono do táxi. O veículo foi identificado por meio de imagens de câmeras de um edifício próximo ao local do ataque. Como o taxista havia sumido, foi procurado e detido. Ele acabou apontando o passageiro que teria atirado nos jovens. O atirador foi reconhecido pelo sobrevivente. Ainda não está clara a motivação dos crimes.
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