ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A NECESSÁRIA REESTRUTURAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA

BLOG DO GARISTO - 02/11/2012




*Francisco Carlos Garisto


A REESTRUTURAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL e das polícias em geral, será uma medida acertada que será aplaudida pelo ministro da justiça, governadores estaduais , e pelos membros dos poderes: legislativo e judiciário e principalmente pela população brasileira , que será a beneficiada maior.


Tal medida trará uma melhora considerável na condução das operações da PF e das polícias, uma vez que a experiência substituirá as indicações políticas de delegados com menos de 30 dias de experiência policial. A EXPERIÊNCIA POLICIAL irá ser determinante para designar quem será o responsável pela operação policial. Comandará aquele que saberá o que está fazendo, até para não colocar em risco a integridade física dos policiais, do suspeito e de pessoas indefesas.





Sobre isso, o Chefe de Polícia de Los Angeles e New York, William Bratton, famoso por implantar com sucesso o Projeto Tolerância Zero, e conhecido em todo o mundo como o Steve Jobs da polícia.


Graças a seu talento para estruturar polícias, alcançou fama inigualável entre os policiais do mundo inteiro. No mês passado, ele trocou o comando do LAPD, que ocupou por sete anos, pela carreira de consultor. Suas lições nesse ramo são preciosas. Bratton falou para a Revista Veja, pouco antes de se aposentar, sobre o que falta às polícias brasileiras para que ganhem em eficiência e criticou a forma com é estruturada as policiais no Brasil, onde inexiste uma carreira policial de verdade, com começo , meio e um fim !


Sim,pode dar certo

Revista Veja Edição 2141 / 2 de dezembro de 2009

Polícia Desmotivada


"Vocês têm uma divisão na Polícia Militar em que os policiais são de uma classe social diferente da dos oficiais. Os soldados não podem chegar ao topo. E os policiais civis e investigadores estaduais e até os agentes federais são outra classe.


Os delegados são advogados. É um sistema extraordinariamente complexo, que não tem a equidade existente na polícia dos Estados Unidos.


Eu comecei minha carreira como policial. No Brasil, seria um soldado de polícia. Jamais conseguiria ascender ao cargo de oficial e, depois, ao de chefe de polícia. Seria no máximo capitão ou major. Eu teria de ir a uma faculdade de direito para me tornar delegado.


Em meu departamento, todo investigador ou agente pode chegar ao posto mais alto da carreira policial. Não ter chance de ascender é algo desestimulante em qualquer carreira. Não haveria por que ser diferente na polícia."




As palavras de um especialista reconhecido mundialmente como William Bratton, só não tem valor para cabeças tacanhas e ultrapassadas da maioria dos delegados, que não estão preocupados em melhorar a segurança pública, mas sim em manter o "status quo" da presidência dos inquéritos ultrapassados, que acabam trazendo, em muitos casos, a impunidade, o tráfico de influência e até a corrupção, como se noticia com muita periodicidade!

Se não for modificada a metodologia de se alcançar cargos de comando na segurança pública, continuaremos a ter o caos existente hoje em todas as polícias do Brasil. Somente a MERITOCRACIA SADIA resolverá isso!



Ninguém suporta mais e nem acha justo e correto um delegado de polícia só aparecer em um serviço policial perigoso e longo, somente na hora de dar entrevista para a mídia e até para isso tem que perguntar aos agentes operacionais como aconteceu as prisões e apreensões .

Em nenhuma polícia do mundo um cidadão entra na polícia para ser chefe com uma hora de serviço e sem experiência, onde tentará, sem conseguir é claro, comandar agentes, escrivães e papiloscopistas com décadas de serviços prestados e experiências vividas.

Hoje, do candidato a Agente de Polícia Federal, Escrivão ou Papiloscopista é exigido o grau superior de escolaridade para o ingresso, assim como para o candidato a delegado, e por isso mesmo não pode haver diferença e nem hierarquia entre essas funções. A hierarquia fundamental, imprescindível e necessária deve se dar pelo comando, assim é no FBI, Scotland Yard e em todas as polícias de primeiro mundo.
A mística lendária de que um delegado de polícia é mais capaz, mais preparado e mais inteligente que um agente de polícia, escrivão ou um papiloscopista, é uma BIG LENDA e coisa do passado, hoje todos os policiais são de nível superior, essa CRENDICE POPULAR , como a existência do Saci Perere, está caindo por terra pela capacidade real de cada um, no dia a dia do trabalho policial e principalmente pela necessidade inadiável da modernidade da secular segurança pública brasileira que vive por conta desse atraso, um verdadeiro caos, onde casos que deveriam ser apenas policiais se transformam em GUERRILHAS URBANAS e até GUERRA CIVIL nas ruas dos grandes e até dos pequenos centros brasileiros.




Essa coisa chamada de delegado de polícia é uma invenção tipicamente brasileira, como a jabuticaba e o tamanduá Bandeira.Teve sua utilidade no passado, quando os servidores policiais em geral não possuiam a formação acadêmica superior, hoje é muito diferente.


Uma hora teremos alguém no GOVERNO FEDERAL, que lerá o que escrevemos, e mais do que isso, ANALISARÁ se estão certos os escrivães, agentes e papiloscopistas ou os delegados de polícia.


Buscamos somente uma análise sem corporativismo. Simples assim!




Um governo sério tem que analisar se uma proposta é : Primeiro, útil para a sociedade; segundo, se é util à nação e por último, se é útil também para a instituição policial federal e seus servidores como um todo.

Não é justo que os policiais federais do Brasil se lancem em uma greve de setenta dias e não tenha uma pessoa sequer no governo trabalhista do PT interessada em saber os verdadeiros e reais motivos de uma paralisação, que ocorreu em todos os estados do Brasil e com manifestações até no exterior.



Esse tipo de estrutura de segurança pública com delegados comandando exclusivamente, de forma tradicional e bacharelesca a atividade policial, está extinta no mundo civilizado, só resistindo sua existência em UGANDA, QUÊNIA e aqui no Brasil.

Tudo muda! Tudo mudará! A história não permite ignorâncias perpétuas. Se até o regime nazista caiu, como não cairá esse regime nefasto e improdutivo para a segurança pública, capitaneados pelos delegados de polícia, que investem MUITO MAIS no saber JURÍDICO, em detrimento da insubstituível CIÊNCIA POLICIAL MODERNA E EFICAZ!

REESTRUTURAÇÃO DAS POLÍCIAS! UMA COISA INEVITÁVEL!

*Francisco Carlos Garisto - Ex-Presidente da FENAPEF e SINDPOLF- SP

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Que a segurança pública tem que ser reestruturada não há nenhuma dúvida. Só não concordo com alguns posicionamentos do autor deste artigo:

-  A EXPERIÊNCIA POLICIAL por só só não é determinando para o comando das operações, pois depende do conhecimento tático de liderança, de gestão e de execução tática das operações, além do conhecimento pleno de leis e normas capazes de interagir com juízes e promotores públicos e defensores, todos com nível superior e carreira jurídica. E um líder capaz sempre se ampara nos mais experientes ao agir em grupo na operações de risco. Além disto, no Brasil, se não houver uma hierarquia, o comando pode ser delegado por viés político e apadrinhamento de militante, e não pela "experiencia policial". E a cada governo, o chefe de ontem pode ser o subalterno de hoje, e vice-versa.

- Se os Delegados de polícia "investem MUITO MAIS no saber JURÍDICO, em detrimento da insubstituível CIÊNCIA POLICIAL MODERNA E EFICAZ", isto pode ser resolvido com investimentos do Estado em cursos especializantes e doutorados. A separação entre Delegados e Agentes mantém o mesmo modelo organizacional inserido no Judiciário e no Ministério Público, integrantes do Sistema de Justiça Criminal.

- Acredito que o maior óbice na Polícia Federal é amplitude de suas competências que demanda efetivos cada vez maiores para atender também as fronteiras do Brasil. A Polícia Federal tem sido considerada a melhor polícia do Brasil pela sua eficiência e integridade do ciclo completo policial (investigativo, pericial e ostensivo), mas ela deveria estabelecer limites nestas demandas para se tornar mais forte e bem paga. Para tanto, é preciso delegar o patrulhamento e controle das fronteiras para uma Polícia Nacional de Fronteiras, ficando com as aduanas e aeroportos. A Polícia Federal é importante e essencial na apuração de delitos de repercussão nacional e internacional, onde é muito operante, vigilante, diligente e agrega altos níveis de confiança da sociedade.

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