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segunda-feira, 19 de maio de 2014

SÓ QUATRO DO 39 BATALHÕES RECEBEM GRATIFICAÇÃO POR REDUZIR CRIMES

EXTRA 19/05/14 07:21

Aumento na criminalidade faz só quatro dos 39 batalhões do estado receberem gratificação por metas

A Aisp 40 (Campo Grande) foi a única da capital a atingir as metas Foto: Pablo Jacob



Além de trazer medo aos cidadãos, o aumento na violência urbana também vai pesar no bolso de policiais civis e militares do Rio. A próxima gratificação por metas a ser distribuída pela Secretaria estadual de Segurança (Seseg) para as regiões que reduzem os índices de criminalidade vai abranger apenas quatro das 39 Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisps) do estado, segundo levantamento feito pelo EXTRA a partir dos dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). O bônus diz respeito ao segundo semestre da 2013, na comparação com o mesmo período do ano anterior, e varia de R$ 4.500 a R$ 13.500.

No boletim interno da PM publicado na última quinta-feira, dia 15, foram reveladas as três Aisps que conseguiram as maiores quedas. Apenas uma, a 40 (Campo Grande), fica na capital. As duas outras estão no interior: 10 (Barra do Piraí) e 26 (Petrópolis). Além dessas, só a Aisp 11 (Nova Friburgo) reduziu os números nos três índices.

Nenhuma das áreas onde há Unidades de Polícia Pacificadora conseguiu bater as metas pré-estipuladas. O índice de letalidade violenta — a soma das ocorrências de homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, roubo seguido de morte e auto de resistência — foi o grande vilão do programa no período. Duas a cada três Aisps no estado não conseguiram diminuir o número de mortes violentas em suas respectivas regiões. Os demais índices considerados são roubo de rua (que engloba os roubos a pedestre, de celular e em ônibus) e roubo de veículo.

Procurada, a Seseg afirmou que só “irá se pronunciar quando o resultado do Sistema Integrado de Metas (SIM) for publicado no Diário Oficial”. A secretaria também não informou quando o conteúdo do boletim interno da PM será oficializado.

Receberão R$ 13.500 pela primeira colocação: policiais do 26º BPM e das 105ª DP (Petrópolis) e 106ª DP (Itaipava); e do 40º BPM e da 35ª DP (Campo Grande). Em terceiro, levando R$ R$ 6.750, vem o 10º BPM e as 88ª DP (Barra do Piraí), 91ª DP (Valença), 92ª DP (Rio das Flores), 94ª DP (Piraí), 95ª DP (Vassouras), 96ª DP (Miguel Pereira), 97ª DP (Mendes) e 98ª DP (Engenheiro Paulo de Frontin).

Já o bônus que varia entre R$ 4.500 e R$ 5.400, obtido por uma única Aisp, será destinado ao 11º BPM e às 151ª DP (Nova Friburgo), 152ª DP (Duas Barras), 153ª DP (Cantagalo), 154ª DP (Cordeiro), 156ª (Santa Maria Madalena), 157ª DP (Trajano de Moraes) e 158ª DP (Bom Jardim).

Além disso, prêmios de R$ 6.750, R$ 9 mil e R$ 13.500 também foram entregues a três delegacias especializadas da Polícia Civil (do Consumidor, de Atendimento à Mulher e de Homicídios, respectivamente) e a três batalhões especiais da PM (Polícia Montada, o Grupamento Aeromóvel e o Bope, também respectivamente). A bonificação do Sistema Integrado de Metas abrange todos os policiais militares e civis de cada Aisp que consegue reduzir seus índices dentro ou acima do proposto, sem distinção de patente.

Troca de informações

Segundo as polícias Civil e Militar, a redução dos índices em Campo Grande é fruto de um trabalho conjunto.

— Temos uma relação próxima com a delegacia (35ª DP). O meu policiamento já sai, de manhã, sabendo o que aconteceu no dia anterior. É uma parceria que permite a troca de informações — explica o tenente-coronel Ronaldo Martins, comandante do 40º BPM (Campo Grande).

Ainda segundo Martins, o Regime Adicional de Serviço (RAS) — as horas extras de trabalho — foi fundamental para o alcance das metas:

— Com isso, a gente cerca a área, dificultando a entrada de bandidos de outras regiões, como Santa Cruz e Bangu.

Marcus Druker, delegado titular da 35ª DP, também destaca a integração com a PM:

— O 40º BPM designa um PM, que fica na delegacia. Percebendo algo, ele, de lá, já aciona a patrulha.

Na opinião do taxista Pedro, há mais segurança em Campo Grande Foto: Darlei Marinho



‘A polícia melhorou, está mais presente’

Depoimento do taxista Pedro da Silva, de 68 anos, morador de Campo Grande

“Ultimamente, a segurança está bem melhor. Principalmente para nós, taxistas, que circulamos bastante nas ruas. Eu percorro o bairro de Campo Grande inteiro e só fui assaltado uma vez aqui, há mais de 20 anos. Eu acredito que é possível que a criminalidade esteja diminuindo porque a polícia melhorou bastante, está mais presente nas ruas. Alguns amigos e parentes já me falaram sobre assaltos e tentativas, mas isso faz muito tempo. Não tenho ouvido relatos nos últimos anos sobre criminalidade. Está bem tranquilo.”

Rosângela ainda tem medo Foto: Darlei Marinho



‘Já fui assaltada duas vezes, no ônibus’


Depoimento da dona de casa Rosângela Santos, de 55 anos, moradora de Campo Grande

“Eu não sinto segurança nenhuma aqui. Já fui assaltada duas vezes, no ônibus. Faz mais de cinco anos. Mas ainda assim não me sinto segura, pelos crimes que temos lido na imprensa e ouvido as pessoas falarem. As reportagens, os documentários mostram isso. Deveriam dar melhores condições de vida para a população, para a criminalidade cair. As pessoas fazem filhos e, com a educação pior, eles ficam pelas ruas, roubando. Também deveriam reforçar o policiamento.”



Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/aumento-na-criminalidade-faz-so-quatro-dos-39-batalhoes-do-estado-receberem-gratificacao-por-metas-12527100.html#ixzz32ArOouBW

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